13 agosto 2014

todo o capitalismo é crony


Todos os seres humanos gostam de ajudar os amigos de longa data, os “cronies” (do grego chronos). Termo que em português se poderia traduzir por colega, companheiro, camarada, associado ou amigalhaço. O antónimo de “crony” é adversário ou inimigo.
Na sequência deste post do Helder Ferreira, fui pesquisar quais seriam os países com mais capitalismo “crony”. Intuitivamente pareceu-me que todo o capitalismo era, de certo modo, “crony”. Os poderosos, especialmente os políticos, promovem os amigalhaços que enriquecem à custa de algumas facilidades.
O resultado da minha pesquisa foi curioso. O Economist tem uma lista dos países com mais capitalismo “crony” – ver foto – e logo no topo da lista está Hong Kong. Singapura vem em 5º lugar. Ora Hong Kong é o “país” (região administrativa) com mais liberdade económica do mundo e Singapura vem logo em 2º lugar, na lista da Heritage.
Conclusão: é possível formular a hipótese de que quanto maior for a liberdade económica mais oportunidade existe para o tal “crony capitalismo” e que este não é negativo para a economia, pelo contrário pode ser positivo.
De algum modo a minha intuição fazia todo o sentido. Como disse, o antónimo de “crony” é adversário ou inimigo. Ora qual seria o capitalista que ia confiar os seus projetos a inimigos? Só um tonto.
O fracasso do capitalismo, em Portugal, pode portanto não ter nada a ver com o “cronismo”. Temos de procurar outras explicações.

PS: Não falei do socialismo neste post propositadamente 

1 comentário:

Vitor Cunha disse...

O "cronyismo" não se refere a eu empregar o primo da vizinha, que percebe dos computadores; o "cronyismo" refere-se ao estado que distribui torradeiras em exclusivo pela JP Sá Couto.