Os liberais – no sentido clássico – andam com
um sério caso de síndrome pré-menstrual e não tarda que comecem a sangrar.
Disparam em todas as direções, cultivam os ataques ad hominem e esquecem os
princípios fundamentais do liberalismo: Laissez faire.
Fico com esta impressão da leitura dos blogues
onde “panditam” e donde disparam da cintura contra todas as figuras que se
atravessam nos visionários desígnios da coligação. O Costa, claro, é o alvo
favorito.
Como os ataques ad hominem têm um cunho
pessoal, as razões destes ataques têm também de ter algo de pessoal e,
portanto, não procurarei as suas razões em Mises, Rothbard ou Rand, mas em
Freud.
PPC chegou ao governo com uma aura de liberal e
um mandato para “desconstruir” os “conceitos fatais” que nos levaram à
bancarrota. Isto, e mais a Troika, alimentou a expectativa de que agora é que
era, de que finalmente íamos poder respirar mais livremente. E eu, confesso,
também acreditei que assim era.
A realidade, porém, foi um enorme balde de
água fria que se tornou gélida quando o ultra-neoliberal Gaspar procedeu ao
ultra-enorme aumento de impostos e se percebeu que entre a coligação e a
oposição não havia diferença significativa – era o centrão no seu melhor a
sugar o País até um próximo resgate.
Esta enorme frustração gerou raiva e ódio que
agora se manifesta nos tais ataques pessoais a quem “não deixa o governo
trabalhar”. Esquecendo que o governo não trabalha para nos libertar, o governo
trabalha para nos escravizar – numa visão liberal.
Os liberais irão começar a sangrar se Costa
chegar a primeiro-ministro. Será custoso – como é sempre o primeiro dia – mas também restaurador porque poderemos voltar a sonhar com uma
primavera pós-socialista. Em vez de ficarmos para aqui a pegar com tudo e com
todos, só porque sim.
À hemorragia seguir-se-ão dias de ação e de “esperanças” e serão derramadas
as sementes de um futuro melhor.
2 comentários:
O liberalismo não é para se levar à letra. Não pode um estado-nação ser 100% liberal. Vai mesmo contra a própria essencia de estado-nação.
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Da mesma forma que não pode ser 100% socialista (daí o fracasso das experiencias).
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O que se pode é ser um bocadinho mais ou menos liberal. O mesmo é dizer que se pode ser mais ou menos socialista.
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Os menos socialistas tocam nas barbas dos menos liberais e podem chamar-se de liberais sociais.
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Eu vou à bola com os liberais quando eles se concentram nas questões do mérito, da liberdade e responsabilidade, mas saio ao intervalo quando eles acham que a igualdade de oportunidade de quem nasce são inevitabilidades da natureza das coisas e que os estados não devem cuidar de garantir a toda a alma que nasça, onde quer que nasça, o acesso a coisinhas basilares para o desenvolvimento de um ser humano, como seja a educação e a saúde, ainda que nos patamares minimos de dignidade.
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De resto, enfim, pugnar pela liberdade de acção e responsabilidade parece-me bem.
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Concentrando-me em duas sociedades desenvolvidas em termos gerais, dizer que a sociedade mais desenvolvida economicamente do planeta é os EUA onde o peso do estado com impostos anda na casa dos 38%.
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Porém as sociedades mais desenvolvidas socialmente são as escandinavas onde o peso do estado em impostos é de mais de 55%.
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Se compararmos as duas sociedades em termos macro verificamos sucesso global nas duas com maior visibilidade nos EUA porque é uma economia mais pujante, se bem que mais endividada. Se compararmos as duas sociedades em termos micro verificamos maior sucesso nos escandinavos onde os indices de boa vida da populaça em geral são muito maiores e melhores do que as dos gringos que têm extremos bastante acentuados.
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Em suma, medir um país pelo peso dos impostos do estado não é coisa útil. O que é útil medir é que beneficio advém para a sociedade os impostos recolhidos.
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Se os impostos recolhidos forem devolvidos à sociedade em forma de megalomanias, trapaças, parcerias convenientes, obras inuteis etc, é uma má aplicação dos impostos (Portugal, Russia, Grecia etc); mas se for devolvido à sociedade numa forma que faça desenvolver as suas gentes e de forma homogenea, então é bem aplicado.
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Rb
> e serão derramadas as sementes
Retórica avariada.
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