31 agosto 2014

o problema do socialismo é o capitalismo

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Direitos como as reformas, acesso ao ensino e à saúde, férias pagas, subsídios de doença e desemprego, contratação coletiva ou entraves ao despedimento, são tudo criações legais que podem existir ou não, dependendo da vontade das populações. O que aconteceu no mundo ocidental foi que as indústrias saíram desse espaço para outros onde esses direitos não existem.

Com isso, descapitalizaram o mundo ocidental e tornaram a SD insustentável. Na vida, já se sabe, não há almoços grátis. Se quisermos voltar a ter a SD no ocidente teremos que efectuar alterações profundas na ordem mundial: voltar a impor barreiras alfandegárias (impedindo o dumping social) e controlar os mercados de capitias e os offshore.

Gabriel Leite Mota, Economista da Felicidade - hoje no Público

O socialismo democrático, ou a social-democracia se preferirem, colapsou devido à globalização e aos mercados. Esta perspetiva parece dominar o pensamento maioritário das luminárias da esquerda moderna, protagonizada por figuras como Renzi e Valls.

No texto que reproduzi em cima, o Economista da Felicidade GLM faz eco deste pensamento sugerindo soluções como "barreiras alfandegárias" e "controle dos mercados". Não sei como é que o autor compatibiliza este ataque à liberdade com a felicidade, mas estou certo que deve pensar que é compatibilizável. Os socialistas nunca compreenderam que para se ser feliz temos de ser livres.

O que eu gostaria de destacar é que esta maneira de pensar dos socialistas modernos assenta num pressuposto ridículo, equivalente a afirmar que o problema do socialismo é a existência de capitalismo, LOL. Ou que se todos os países do mundo fossem socialistas o socialismo seria viável, LOL de novo.

3 comentários:

Rui Alves disse...

Doutorado em Economia da Felicidade? ! Enfim, a indústria do doutoramento em todo o seu esplendor...

Permitam-me roubar descaradamente uma ideia a Keynes:

E se o governo pegasse no dinheiro dos contribuintes que está destinado a semelhantes doutoramentos, o convertesse em notas reais e as enterrasse dentro de garrafas em terras agrárias abandonadas por este país fora? A seguir esta malta "académica" cavaria os terrenos à procura das ditas, tendo o direito de posse sobre a fortuna que encontrassem. Mas, com duas claúsulas importantes:

a) Não podiam vasculhar os terrenos de qualquer maneira, armados em saltimbancos. Não, tinham que o fazer com regra. Só podiam bater um terreno de cada vez, metro quadrado a metro quadrado, só passando para o metro quadrado seguinte quando o anterior estivesse devidamente escavado, mondado e limpo de ervas e rochas.

b) Submeter-se-iam às ordens do proprietário do terreno, que teria o papel de co-orientador.

E pronto! Contas feitas, o dinheiro jogado fora era o mesmo, mas ao menos esta malta teria prestado um serviço útil à nação. E ao contrário do que hoje acontece, pelo caminho aprendiam um ofício importante para a vida e que tanta falta faz à comunidade rural.

zazie disse...

Economia da felicidade

AHJAHAHAHAHHAHA

Vivendi disse...

Onde se tira esse curso?

A economia é inspirada na vida real e agora há uns idiotas doutorados que acham que a economia pode funcionar na fantasia...

"Se a democracia consiste no nivelamento pela base e na recusa de admitir as desigualdades naturais; se a democracia consiste em acreditar que o Poder encontra a sua origem na massa e que o Governo deve ser obra da massa e não do escol, então, efectivamente, eu considero a democracia uma ficção."


António de Oliveira Salazar in «Citações de Salazar