09 março 2014

uma pessoa excepcional

Uma sociedade de influência protestante, como os EUA ou qualquer dos países do norte da Europa, governa-se por uma pessoa normal. Pelo contrário, uma comunidade católica, como  é Portugal, só é governável por uma pessoa excepcional.

Qualquer pessoa normal lê a Bíblia e encontra nela uma interpretação peculiar que a distingue de todas as outras e, persuadindo um certo número de pessoas, forma uma seita protestante. É por isso, que existem hoje mais de trinta e três mil no mundo. São presididas por pessoas normais, pessoas que o mundo, na sua maior parte, não conhece.

É diferente na Igreja Católica. Aí não se trata de ler a Bíblia e de lhe dar uma qualquer interpretação literal. Trata-se de uma tarefa muito mais complexa, a de a interpretar à luz de milénios de história da humanidade. Trata-se de interpretar a própria tradição da humanidade. E isso é uma tarefa que só um homem excepcional pode fazer. Como é um Papa.

Em termos laicos, qualquer pessoa normal dá uma interpretação e um sentido ao seu país e, persuadindo um certo número de pessoas, forma um partido político, o equivalente laico da seita protestante. O país acabará a adoptar o regime de democracia-partidária para escolher o seu governante, mas este governante é sempre uma pessoa normal, porque é escolhido entre pessoas normais. Este regime político, o da democracia partidária, assenta que nem uma luva em países de influência protestante - na realidade, nasceu neles.

Num país de tradição católica é um desastre. Este país não precisa de quem lhe dê uma interpretação e um sentido, porque um sentido ele já possui há muito - aquele que lhe foi conferido pela tradição. Aquilo que este país precisa é de uma pessoa excepcional que descubra o  sentido ou desígnio que está contido na sua tradição. Só uma pessoa excepcional, que seja o equivalente laico de um Papa, pode governar bem um país de tradição católica, como é Portugal.

5 comentários:

Vivendi disse...

Inteiramente de acordo.

E longe de sermos governados por pessoas excepcionais a democracia abriu alas a autênticos anormais.

Vivendi disse...

PEDRO ARROJA EM ENTREVISTA À MONARQUIA.TV

http://realbeiralitoral.blogspot.pt/2014/03/professor-doutor-pedro-arroja-em.html

Anónimo disse...

Segundo a BBC, os melhores lugares para se ser mulher é nos países protestantes...
Claro que me refiro aos países protestantes estilo arrojado, não à Alemanha, que tem apenas 29,9% de protestantes... afinal a protestantada até trata bem o belo sexo. -- JRF

Anónimo disse...

> Segundo a BBC,

Oi.

Bruno Rocha disse...

que lugar ocupa um país como a Áustria nessa teoria?