01 março 2014

eu teria vergonha


O Sr. José é bancário há 20 anos. É gerente de uma agência e aufere um rendimento bruto de 4.000,00 €/ mês.

A esposa era professora mas não ficou colocada e está em casa a tomar conta dos filhos, têm 2, um com 3 anos e outro com meses.

Vivem em habitação própria que estão a pagar à banca – 800,00 €/ mês (com seguro de vida e condomínio).

Em 2013 declararam IRS em conjunto, o que lhes determinou uma taxa de 23% e um montante a liquidar de 13.256,90 €

Feitas as contas e depois de deduzir a brutalidade que já pagam em sede de IRS, esta família de 4 pessoas fica com um rendimento líquido de cerca de 2.500,00 €.

Se subtrairmos os 800,00 € da casa sobram 1.700,00 €.

O Sr. José tem um carrixo que lhe custa 200,00 €/ mês, de que necessita para se deslocar para o trabalho. Sobram 1.500,00 € para todas as outras despesas – cerca de 375,00 € por pessoa/ mês (são 4!).

Se esta família tivesse de declarar o seu IRS individualmente, teriam de liquidar ao Estado mais 4.000,00 €/ ano.

Isto é, se acabar o regime de declaração conjunta de IRS, esta família teria de sobreviver – feitas as contas – com cerca de 275,00 € por pessoa/ mês (1.100,00 € no total/ mês).

A declaração individual empurraria esta família para uma situação de pobreza e poderia forçar à sua insolvência, arrastando no processo o banco que, de boa fé, lhes emprestou o dinheiro para a casinha e para o carrixo.

Eu teria vergonha de dizer que sou português, se o meu País fosse ao bolso desta família sacar-lhe mais 400,00 €/ mês, como dizem que a Troika exige. Os conservadores que ficarem calados, até o facto estar consumado, devem ter vergonha. E se este assunto não ficar esclarecido até ao próximo acto eleitoral, todos os afectados devem manifestar a sua revolta nas urnas.

5 comentários:

Anónimo disse...

"Que desapareçam os partidos políticos. Nunca ninguém nasceu membro de um partido político; em troca, todos nascemos membros de uma família, somos todos vizinhos num município, esforçamo-nos todos no exercício de um trabalho. Pois se essas são as nossas unidades naturais, se a família e o município e a corporação é no que verdadeiramente vivemos, para que necessitamos do instrumento intermédio e pernicioso dos partidos políticos que, para unir-nos em grupos artificiais, começam por desunir-nos nas nossas realidades autênticas?"
Primo de Rivera

Joaquim. Votar, seja em que Partido fôr, é aprovar esta partidocracia asquerosa de ladrões institucionalizados. Cada voto vale 3,10€/ano para sustentar esses chulecos. O MRPP recebe 15 mil/mês, sem nenhum deputado. O Partido dos Animais, 12 mil sem nenhum cão na assembleia. Simplesmente nojento este regime.

Tyrone

Anónimo disse...

Este país não incentiva ninguém a criar riqueza, isso é um facto... isto é uma cáfila de gatunos...
Partido dos animais?... olhe uma coisa ò anónimo, até os do bloco de esquerda merecem algum respeito, porque estão lá a representar outros ani... isto é, segundo o tempo mediático, grande parte do povo português! -- JRF

Anónimo disse...

Quer dizer, o Estado ao longo destes anos de democracia, e mesmo antes no final do Estado Novo, atribuiu benesses a uma enormissima parte da população. Isso traduz-se em custos fixos (monetários) que têm que ser pagos ao fim de cada mês, chova ou faça sol!
Nunca vi nenhuma manifestação contra o despesismo em Portugal. Todas as que vi foram no sentido de exigir mais benesses e regalias.
Então e agora não se cobram "impostos"? Coitadinhos e tal...
que trabalham e morrem de fome.
O problema do País não são os partidos, porque a falta deles significa a instauração dum regime autocrático, que pelos vistos começa a ser bem aceite por uma elevada camada da população (voltamos a 1926?).
O problema é que o Estado não tem um patrão que controle os excessos despesistas. Tirando o tempo de Salazar (1933 a 1968), o País perdeu esse patrão em 1908.
como é evidente estou a falar de uma instituição, não de uma pessoa. A figura do PR, é nesta constituição de 1976, deliberadamente, um mero figurante, sem qualquer poder real sobre a gestão corrente. E é essa a raiz da nossa desgraça.
Quem depende de votos nunca terá o poder suficiente para impôr regras impopulares e não podemos nem devemos esperar dos governantes qualidades humanas que a maioria não tem nem aprecia.

Anónimo disse...

"Ligo-lhes tanto como aos insultos que vão deixando às minhas filhas. São pessoas que não me conhecem."

jaquim, se levou a mal ter chamado as suas filhas de mulas, peco desculpa, era na brincadeira pa..um sorriso ok?

Elaites

simon disse...

E visto isso, caro Joaquim, que será de quem só aufere só o mísero salário mínimo, sem mesmo carrixo e tudo mais que não der ?