em espécie ou em dinheiro?

As “Facturas da Sorte” são uma espécie de lotaria, sorteio ou rifas que se destinam a incentivar o pedido de facturas. Os meios de comunicação social têm dado suficiente cobertura a este expediente do governo para não serem necessárias mais explicações.

Sobram, contudo, dúvidas – muitas dúvidas. A primeira é, desde logo, porquê os prémios em espécie e não em dinheiro?

Que jeito vão fazer os tais automóveis topo de gama a uma população que chega ao dia 20 com os bolsos a tinir? E que exemplo de consumismo está o governo a dar? Quer contribuir para aumentar o défice comercial? Ou tem um contrato com a Auto Europa para despachar VW’s? Porque não com a Seat?

Um cínico diria que quando o premiado não pagar o IUC ou as portagens das famosas PPP’s, o Estado pode penhorar o veículo e voltar a sorteá-lo. Seria uma espécie de “espiral fiscal”.

E porque não sortear estadias em termas, um fim-de-semana no "Allgarve" ou uma experiência radical? Querem sugestões?

Um passeio de submarino, no Tridente ou no Arpão. Ou um fim-de-semana inesquecível no Meco (desculpem o mau gosto, mas o humor negro ainda tem o seu lugar e não fui eu que o inventei).

Como libertário, eu gostaria de sugerir ao governo que dê os prémios em dinheiro e que deixe aos contribuintes a liberdade de escolher o que mais lhes convém. Ou que ofereça créditos fiscais.

Seria sensato, seria mas nunca acontecerá. Os socialistas preferem fazer escolhas por nós, mesmo que se venham a revelar totalmente desadequadas. Dinheiro no bolso das pessoas é que não. Como se pensava no tempo do Salazar: só se for para o gastarem em vinho.

Tomem lá um Aston Martin e não digam que vão daqui. Não é um Austin, é um Aston, seu palerma!