23 fevereiro 2014

amigo das famílias?

A notícia da indicação do advogado, especialista em direito fiscal, Rui Morais, para presidir à Comissão para a Reforma do IRS, (publicada a 15 de Fevereiro de 2014, pp.22) incluía no último parágrafo, o seguinte texto: “A possibilidade de os contribuintes casados apresentarem a sua declaração de IRS em separado é uma das medidas a estudar, no âmbito da ideia de tornar o imposto mais “amigo das famílias”. Estas, em 2013, pagaram 12.308 milhões de euros de IRS. A questão é saber se o imposto vai descer, e como.”

Não a notícia, mas a referência ao slogan que vem sendo utilizado, “um IRS mais amigo das famílias”, provocou por parte de uma Leitora, devidamente identificada, uma reacção, sobretudo, descontente, com a ressonância da expressão glosada pelo jornalista sem um questionamento crítico. Escreve a Leitora: “Naturalmente, o jornalismo deontológico e sério tem o dever de apreciar criticamente o que lhe é transmitido e de se interrogar a seu respeito, de modo a evitar ser instrumentalizados por terceiros.” E mais adiante acrescenta: “Se esta entrega em separado vier a ser obrigatória, as famílias pagarão mais IRS (segundo a Leitora conforme alguns casos que exemplifica), pelo que se tratará de um logro.” E continua: “O F.M.I. bateu-se pela entrega individual (e não familiar) das declarações de IRS, pois o valor assim arrecadado aumentaria significativamente”. O PÚBLICO – diz a Leitora – noticiou-o no Verão de 2013. “A função do escrutínio jornalístico não pode ser senão obrigar a clarificações.”



Sem comentários: