A Leis Universais (LU) são um instrumento
poderoso de análise para as ciências sociais e até para a filosofia. Porque
tudo o que é (existe) lhes está submetido.
São princípios de uma beleza extraordinária,
tão extraordinária que pensá-los é contemplar a face de Deus. É vermos o
cadinho do Criador.
A primeira Lei Universal – a energia pode ser
transformada, mas não pode ser criada nem destruída – obriga-nos a pensar num
Princípio. É verdade que podíamos chegar lá por uma via puramente racionalista,
invocando a obrigação da causalidade, mas a via física outorga um carácter
científico a esta dedução.
A segunda Lei Universal – toda a energia tem
tendência a dissipar-se até se tornar inutilizável (princípio do aumento da
entropia) – cria o tempo (os físicos falam da seta do tempo), no espaço.
Implica, desse logo, o fim do Universo, num prazo determinado. Como uma vela
que arde até consumir toda a fonte de energia, o Universo vai acabar quando
toda a sua energia se dissipar (os cientistas estimam 300.000 milhões de anos).
Tudo o que é, está submetido a estas LU. Há uma
força inescapável no Universo no sentido da desordem e do caos. Por outras
palavras, tudo enferruja, tudo decai, tudo morre. O fim do mundo não é apenas
uma visão escatológica, é a realidade.
Toda a vida, incluindo a nossa, é uma luta
permanente contra a tirania da segunda LU. Se nos sentarmos na posição de
lótus, à procura do Nirvana , e aguardarmos o tempo suficiente, vamos atingí-lo
na morte. A natureza vai encarregar-se de nos devolver ao pó.
A luta diária consiste em extrair do meio
ambiente energia suficiente, sob uma forma utilizável (negentropia), para manter
a nossa organização biológica. Tudo o que fazemos pode, portanto, ser reduzido
a esta necessidade fundamental. Foi Deus que o determinou, quando
metaforicamente nos expulsou do paraíso.
Esse momento da narrativa bíblica representa a
criação do Bem e do Mal. No nosso íntimo sabemos que Bem é o que nos liberta da
Lei da morte (segunda LU) e Mal é o seu contrário.
Ou seja, até o Criador fundou a sua Ética na
Física. Termino como comecei: tudo está submetido às Leis Universais. O que é o
mesmo que dizer que tudo está submetido a Deus.
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