Na sua crónica de hoje, no Público, Vasco Pulido Valente desfere uma crítica violenta, mas certeira, às universidades privadas. Pouco haveria a acrescentar, excepto o contexto.
As universidades privadas, no seu modelo actual, não caíram do céu. São o subproduto de um ensino estatizante e medíocre. O Estado tolera as universidades privadas para dar saída a uns milhares de jovens que não conseguem entrar nas públicas, mas mantém-nas de trela curta e com pouca autonomia.
Por seu turno, as universidades privadas limitam-se a copiar o fracassado modelo das públicas, sem se atreverem a qualquer inovação que desafie o “status quo”.
As praxes não foram inventadas pela Lusófona, foram copiadas, especialmente da Universidade de Coimbra. Ainda há dias, ouvi uma estudante desta Universidade relatar uma tradição chamada “rasganço”, cuja boçalidade me escuso de comentar (ver foto).
Como as cópias são sempre mais ordinárias do que os originais, era de esperar que as privadas refinassem o mau gosto e a incompetência.
VPV ataca as privadas com a garra de um pitbull, mas presta um mau serviço aos estudantes e ao país quando ignora o contexto. Podia ter aproveitado para criticar o estatismo, o centralismo e o colectivismo que são a mãe de todos estes vícios, mas preferiu o alvo fácil, as privadas.
Por fim, transmite a ideia de que, no seu íntimo, apoia este centralismo delirante, quando sugere ao ministro da educação que acabe com a Lusófona. Em que outro país do mundo é que tal seria possível ou recomendável? Um governo terminar com uma universidade privada por simples golpe de caneta.
15 comentários:
Praxe, uma tortura socialista?
Na minha experiência acadêmica universitária nas primeiras semanas de Universidade fui inevitavelmente confrontado com a praxe.
Recordo-me que fui abordado repentinamente e me perguntaram se eu era novo na universidade.
Respondi que sim e logo de seguida o sujeito interrogador me ordenou que olhasse para o chão.
Eu na mesma hora respondi que tinha um sentido muito grande de liberdade e que não fazia parte de mim me subjugar a tais ordens.
E ele me disse: "Então és anti-praxe".
E eu respondi: Eu não sou "anti-nada", já agora qual é o teu nome e me apresentei também. O moço sem perceber muito bem ainda a minha atitude lá se pôs ao fresco e nos primeiros tempos o pessoal me sondava para ver se eu alinhava na praxe. A minha posição manteve-se irredutível pois não compreendia a subjugação a ordens superiores sem qualquer engrandecimento espiritual.
Apesar de todos estes pressupostos passei momentos da minha vida acadêmica a conversar com o Dux (coisa que muitos caloiros tinham receio em fazer), fiz muitas amizades dentro da tuna feminina na U (assistia aos ensaios e ia ver alguns espetáculos) e convivia em jantares e noitadas organizadas pela comissão de praxe da U. Mas nunca fui praxado nem senti vontade em praxar alguém.
E com o passar do tempo e de histórias sórdidas os portugueses estão agora finalmente a descobrir que as praxes se assemelham a um modelo de coletivização que não anda muito longe do nazismo, fascismo e do comunismo. Assim não admira que sejam os próprios socialistas os primeiros a se investirem de tiques proibicionistas na tentativa de reprimir tais excessos quando na verdade, cabe é a cada um de nós, indivíduos, conseguir manter o sentido e o discernimento de liberdade com o respeito ao próximo e à comunidade.
tive que ler duas vezes para ver que o caniche de servico acertou.
Ta tudo la em cima e sou ler.
Elaites
Aqui, para quem quer aprender
http://portadaloja.blogspot.pt/2014/01/in-illo-tempore-praxes-e-maconarias-em.html
Caro Joaquim Couto, a praxe na Universidade de Coimbra tem regras e consiste nos usos e costumes dos estudantes e professores da Academia de Coimbra nos quase oitocentos anos de história da Instituição. Querer colar isto ao que se passou no Meco parece-me claramente despropositado e demagógico, revelando o senso comum banal que não consegue analisar o fundo da questão, não sendo sequer líquido de que as mortes do Meco tenham tido como causa algum tipo de "praxe". É que convém não confundir a praxe (todos os seus usos e costumes) com a chamada praxe de gozo aos caloiros que é praticada de maneira absolutamente repugnante por essas universidades portuguesas fora(públicas e privadas) e que muito pouco tem a ver com aquilo que existe e é prática comum na Academia de Coimbra.
Já agora, e a título de esclarecimento, a chamada "praxe de rasganço" como a que está na foto é feita no momento em que o estudante de Coimbra termina o seu curso e deixa de poder usar a sua Capa e Batina, simbolizando a entrada na vida activa e alertando-o para o facto de que apesar de ser "Doutor" (ou licenciado se preferirem) não será por causa disso que as dificuldades na sua vida futura deixarão de aparecer. Ou seja, o rasganço em Coimbra tem uma razão de ser, tem um contexto ou tradição (pareçe que agora não se pode usar esta palavra)e só se submete a ele quem assim o DESEJAR! Se é boçal ou não deixo isso à consideração de cada um, mas de preferência a quem entenda aquilo em que consiste ou que porventura já tenha assistido e portanto entenda o seu contexto.
Falo unicamente do caso de Coimbra porque é aquele que conheço e porque aparece demasiadas vezes na comunicação social como bode espiatório das alarvidades que se vão cometendo nas universidades portuguesas sob o título de "praxe".
Com os melhores cumprimentos, João Henriques.
Caro João Henriques,
Obrigado. Apesar da sua amável explicação, continuo a pensar que se trata de uma manifestação de boçalidade.
Como se costuma dizer, "quem quer beber tem sempre um bom motivo".
Joaquim
«A praxe é tortura socialista»
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ahahaha
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«...nazi...»
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eheheheh
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Eu vejo mortos e socialismo por detras da Figueira.
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A praxe é inevitável. Pode ser, e deve, limitada nos abusos. Nada mais do que isso.
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O meu primeiro discurso de praxe foi delirante, acerca do impacto da inflação na actividade sexual das moscas.
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Foi aí que os praxadores descobriram que um casal quando envelhece o homem terá muito mais mulher, mas ela vale muito menos... e vice versa... como a inflação faz à moeda.
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No caso das moscas, dado que elas tem uma vida útil de 8 dias, a inflação é mais acelerada. Concluí que a Inflação era Relativa a cada espécie. Foi a chamada teoria da Relatividade da bicheza.
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Rb
Em suma, tirando as bebedeiras, as humilhações, os acidentes, os feridos e os mortos, a praxe é uma coisa muito linda.
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:)
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Rb
Foi boçalidade de baptismo nocturno entre os profissionalizados das praxes.
São seitas e o folclore é à "American Pie".
Isto nada tem a ver com Queima das Fitas nem praxes a caloiros.
São coisas privadas das seitas onde até já entram os licenciados.
Oh RB!!
Diga lá em que ideologia(s) mandam as pessoas se subjugarem.
A geração portuguesa foi completamente estupidificada pelos abrileiros e a maioria dos portugueses não tiveram assim ainda a oportunidade de aprender que milhões de pessoas pereceram em nome dessas ideologias que o RB acha muito piada quando se faz a anologia.
Não é a toa que o país tá como tá. Vá se rindo enquanto muitos portugueses passam fome e estão sem esperanças no futuro. E enquanto isso as seitas só trarão maleitas.
Você às vezes parece mais ignorante que o simples ignorante. Tem acesso à informação privilegiada mas pouco ou nada lhe entra nada na cornadura.
Isso mesmo: "cornadura"!...
Deve ser daí que deriva o termo "cabeça dura"!...
É, esta gente agora que usa "corno" duro, não lhe entra mesmo nada!....
Vivendi, as pessoas são subjugadas independentemente de ideologias.
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É coisa antiga da humanidade, nascida mesmo antes de haver um pensamento estruturado. Animalesco, se quiser.
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As praxes académicas ou aquelas que se praticam na tropa (que são do mesmo genero), não tem nada a ver com socialismo ou nazismo ou outra coisa qualquer.
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Quanto à minha cornatura, agradeço o seu elogio. Trabalho muito para a ter assim tão eloquentemente visível aos olhos da bicheza.
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Rb
E quem aí fala bem é Vivendi, às 76:58, no mais é dizer op já dito, i. é. a banalidade .
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