Nunca houve, não há e nunca haverá socialismo.
Escrevo depois de ler o artigo do Francisco Assis, hoje no Público.
A dicotomia entre a economia de mercado e a
economia social não existe, é uma patranha para papalvos, para explorar a
populaça.
Passo a explicar. O socialismo, em teoria,
consiste na colectivização dos meios de produção, na gestão pública e na
redistribuição da riqueza produzida, de acordo com as necessidades individuais.
O colectivo, porém, somos todos e ninguém. A
vontade colectiva é sempre interpretada por protagonistas individuais, de
acordo com as suas idiossincrasias ou com a expressão do que parece ser a
vontade da maioria. No primeiro cenário teríamos um despotismo (o contrário do
social), no segundo cenário – a vontade da maioria – teríamos regressado ao
mercado (neste caso a um mercado de vontades).
O socialista no poder acaba por ter de seguir
tendências populares. Caso contrário perderia legitimidade e teria de recorrer
à coerção.
E a redistribuição? Até aqui é impossível
fugir ao mercado. A pressão da opinião pública, os lobbies, os partidos, os
sindicatos, etc., impõem opções políticas. Em Portugal, por exemplo, os
funcionários públicos têm mais privilégios do que os outros trabalhadores e até
o TC os protege.
O socialismo não escapa às leis de mercado.
Estas continuam a funcionar, apesar das distorções. Quando o socialista puxa o
cobertor para tapar a cabeça, destapa os pés, não é possível escapar à
realidade.
A melhor definição de socialismo, portanto, será:
uma sociedade de mercado falsificada. Francisco Assis atribui a Hayek a ideia
de que o socialismo seria uma ideologia antiquada e ultrapassada. Tendo lido as
obras mais importantes do Hayek, não recordo essa perspectiva, o que recordo é
que Hayek entendia que os socialistas eram pessoas bem intencionadas mas que
não compreendiam nada de economia.
A minha visão dos socialistas não é tão
dourada. O socialismo, na prática, nunca existiu, não existe e nunca existirá.
E os socialistas são populistas que singram na vida à custa da miséria que
impõem aos seus concidadãos. É o mercado dos “conceitos fatais” a funcionar.
2 comentários:
Por que será que o òbvio é tão difícil de aceitar?...
mas tb não podemos continuar dependentes dos humores dos "mercados" . ainda hoje li uma coisita : ai ai ai , que a instabilidade nos paises emergentes pode levar a outra crise dos mercados e catrapum retoma nos usa e ue :) mas isto é o quê ? assim não dá , já é gozo a mais por parte dos "investidores" . como é que a economia mundo chegou à dependencia de xico espertos e não do trabalho é que gostava de saber.
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