30 janeiro 2014

nunca existiu, não existe e nunca existirá


Nunca houve, não há e nunca haverá socialismo. Escrevo depois de ler o artigo do Francisco Assis, hoje no Público.
A dicotomia entre a economia de mercado e a economia social não existe, é uma patranha para papalvos, para explorar a populaça.
Passo a explicar. O socialismo, em teoria, consiste na colectivização dos meios de produção, na gestão pública e na redistribuição da riqueza produzida, de acordo com as necessidades individuais.
O colectivo, porém, somos todos e ninguém. A vontade colectiva é sempre interpretada por protagonistas individuais, de acordo com as suas idiossincrasias ou com a expressão do que parece ser a vontade da maioria. No primeiro cenário teríamos um despotismo (o contrário do social), no segundo cenário – a vontade da maioria – teríamos regressado ao mercado (neste caso a um mercado de vontades).
O socialista no poder acaba por ter de seguir tendências populares. Caso contrário perderia legitimidade e teria de recorrer à coerção.
E a redistribuição? Até aqui é impossível fugir ao mercado. A pressão da opinião pública, os lobbies, os partidos, os sindicatos, etc., impõem opções políticas. Em Portugal, por exemplo, os funcionários públicos têm mais privilégios do que os outros trabalhadores e até o TC os protege.
O socialismo não escapa às leis de mercado. Estas continuam a funcionar, apesar das distorções. Quando o socialista puxa o cobertor para tapar a cabeça, destapa os pés, não é possível escapar à realidade.
A melhor definição de socialismo, portanto, será: uma sociedade de mercado falsificada. Francisco Assis atribui a Hayek a ideia de que o socialismo seria uma ideologia antiquada e ultrapassada. Tendo lido as obras mais importantes do Hayek, não recordo essa perspectiva, o que recordo é que Hayek entendia que os socialistas eram pessoas bem intencionadas mas que não compreendiam nada de economia.
A minha visão dos socialistas não é tão dourada. O socialismo, na prática, nunca existiu, não existe e nunca existirá. E os socialistas são populistas que singram na vida à custa da miséria que impõem aos seus concidadãos. É o mercado dos “conceitos fatais” a funcionar.

2 comentários:

JSP disse...

Por que será que o òbvio é tão difícil de aceitar?...

marina disse...

mas tb não podemos continuar dependentes dos humores dos "mercados" . ainda hoje li uma coisita : ai ai ai , que a instabilidade nos paises emergentes pode levar a outra crise dos mercados e catrapum retoma nos usa e ue :) mas isto é o quê ? assim não dá , já é gozo a mais por parte dos "investidores" . como é que a economia mundo chegou à dependencia de xico espertos e não do trabalho é que gostava de saber.