22 janeiro 2014

bem-me-quer mal-me-quer

No tempo em que os animais falavam, uma mocinha com este ar angelical não teria qualquer dificuldade em encontrar um senhor que lhe financiasse uma "bolsa de investigação" ou até uma bolsa Luis Vuitton e uns sapatos da Louboutin.
Só que a tradição já não é o que era e agora a menina prefere o Estado, na convicção de que este "a tratará bem e será carinhoso com ela".
Pura ilusão juvenil. O Estado somos todos e ninguém, e ninguém pode ser responsável por alguém.
As crises são penosas e desafiam tudo. O tempo em que as "cientistas" se casavam com o Estado - como as freiras se casam com Deus - acabou e ninguém avisou a miúda que os casamentos, agora, não são para sempre.
Como era aquela canção: encoste a sua cabecinha no meu ombro e chore e eu juro...

12 comentários:

Anónimo disse...

à tua cagam-lhe em cima

Ricciardi disse...

Qual é a novidade Joachim?
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A cultura em portugal sempre foi essa: formar pessoal com uma qualidade jeitosa e fazer tudo o que está ao nosso alcance por os mandar embora.
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Não é por obra do acaso ou do Espirito Santo que temos 30% de portugueses off shore.
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E se eles vão embora é porque não precisamos deles. Para que é que um país em desenvolvimento precisa de doutorados e investigadores nas ciencias?
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Não precisa.
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Se não precisamos deles então seria melhor não os formar. Se não os formassemos não gastavamos dinheiro com eles. Se não gastamos dinheiro com eles, o pessoal sai na mesma, embora os trabalhos que arranjem off shore sejam mais servis, como nas decadas de 50 e 60. Apesar de que na decada de 60 tinhamos uma desculpa boa. A guerra. A mancebagem basava a saltinho para a frança a ver se se livrava da incorporação, ams tambem para aproveitar os bons salarios que se iam praticando na europa em reconstrução pos guerra.
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E se nao fosse por esse motivo era porque a emigração se tornava viral, uma moda, nas palavras do saudoso Marcelinho Caetaninho que, apesar de alguns defeitozinhos, tinha preocupação com a temática e ainda fez qualquer coisinha para evitar a sangria, enquanto que os actuais a promovem.
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Ora, se nos dias de hoje a emigração de quadros consegue ser maior do que nos tempos do estado novo e sem guerra alguma, entao devemos concluir que o futuro percepcionado pelas pessoas não se encontra em Portugal.
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Esta emigração actual é a (des)existencia completa.
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Eu acho que era preferivel que o povo fosse diferente. Mas não é. Se as coisas estão mal os outros povos de outros paises da europa lutam para que melhore. Nós não. Já aprendemos pela experiencia de que a única via é abandonar.
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Mas esta emigração é conduzida deliberadamente. Há um propósito claro que fazer sair pessoas, como quem diz, consumidores de importações. Bandalhos, os consumidores.
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Se já sairam cerca de 250 mil consumidores no espaço de 3 anos e se já existem 350 mil desempregados sem direito a subsidios, já temos 600 mil pessoas que não consomem importações.
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Eis o ajustamento da balança de transações.
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E se se colocar medo na cabeça das pessoas eles retraem-se mais e não gastam.
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E quando esse medo estiver quase a ser superado, quando houver sinais de que o pessoal já está outra vez a importar coisinhas de que precisa, cabe ao governo introduzir mais medo e retirar mais rendimento. The sky is the limit.
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A alternativa é fazer coisas de forma diferente. A Inglaterra, os Eua, o Japão, não têm metade do impacto da crise que teve a europa. Porquê?
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Porque não são iluminados. Eles ousaram fazer cortes na despesa (austeridade) mais acentuados do que na UE, mas ao mesmo tempo fizeram um coisa inconcebivel: deram estimulos à economia. Não tiveram medo da mega inflação que os austerianos apregoavam. Um crime. De forma que tem metade do desemprego da UE, crescem ao dobro dos paises da UE (incluindo a Alemnha), tem a inflação controladissima. As exportações cresceram muito mais do que os paises da UE.
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É uma verdadeira lição para os Austerianos europeus.
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Note-se que um Austeriano não é aquele que advoga que um gajo tem que equilbrar as receitas com as despesas. Não. Um Austeriano é um cortador compulsivo. É alguem que corta mais do que as receitas previsiveis e depois tem que voltar a cortar porque as receitas nunca são atingidas.
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Eu acho que é uma espécie de doença do foro mental. Eles devem acordar de manha e pensar em cortes.
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Rb
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zazie disse...

Completamente.

A JNICT/FCT foi a maior patrocinadora de fuga de cérebros.

Entretanto, por cá continuou sempre tudo na mesma alegre endogamia e os melhores nunca voltaram.

Foi para quem se pirou. Nada teve a ver com desenvolvimento de saber por cá.

E deu para tudo. Até para o Bragança de Miranda sacar uma de pós-doc ao mesmo tempo que continuava a dar aulas em tudo quanto era sítio.

zazie disse...

O problema disto é que, ao terem exterminado os ricos, também ficaram apenas com hipótese de bolsas estatais dependentes de esmola da UE.

É a pescadinha de rabo na boca- ninguém se desenvolve intelectualmente numa treta onde a esmola é sempre estatal.

zazie disse...

Mas lembro-me que o marrano fantástico do Viegas chegou a defender bolsas para futuros escritores.

Recebiam a bolsa, escreviam um livro e depois eram mais outros que, na volta, também ainda podiam ir parar ao Pantaleão Nacional na qualidade de património artístico.

zézinho disse...

Dr. Joaquim, por que não admitir que a piquena tinha acabado de ver a muito recente mas já celebérrima foto da cavacal assessora prá jumentude e desportos?

zézinho disse...

Só para acrescentar que eu sou do tempo em que os animais ainda não falavam. Agora é o que se vê por aí.

Anónimo disse...

"um senhor que lhe financiasse uma "bolsa de investigação" ou até uma bolsa Luis Vuitton e uns sapatos da Louboutin"

Foi isso que as suas filhas fizeram? como se diz na giria "subir na horizontal"? Boa quem fala verdade nao merece castigo.

Quanto ao post, olho para a fotografia e nao vejo como a menina prefere o estado...a nao ser que confunda o pais com o estado.

Ou o sector privado nao faz parte do pais, se calhar ja nao...ja fui faz tanto tempo que essa merda ja deve pertencer aos chineses.


Elaites

Anónimo disse...

Caro Elaites,

Vejo que o sr. é uma pessoa sensível e portanto tem capacidade para uma leitura psi/ irónica.
... não me quer!
é uma expressão romântica, ou não?

Joaquim

Anónimo disse...

não teria qualquer dificuldade em encontrar um senhor que lhe financiasse uma "bolsa de investigação".

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O Joaquim (ja todos vamos percebendo) fala sempre a partir das suas experiencias de vida...O qual que isso é bom. Parte de um principio da realidade.
Descartada a veleidade fantasiosa que diz o Elaites porque parece historia imaginada só resta a segunda variante.
Tal qual. Parece ser que foi o Joaquim quem fiz o papel generosso de "senhor"...:)

lusitânea disse...

Agora o que está na moda é os senhores tomarem conta de meninos...
PS
Ouvi um reclamante afastado por não ter sequer licenciatura...

zazie disse...

É absolutamente impossível pagar propinas de doutoramento em Oxford ou Cambridge.

E não é pelos ordenados que recebem os profs mas pela obrigatoriedade de ter um colégio de acolhimento.

Aquilo é património que existe desde a Idade Média e fica caro.

Já a Mossad financia em vários lados, incluindo em hospitais na América