21 janeiro 2014

a falácia do seguro de saúde

O conceito de seguro só faz sentido para eventos onde o risco pode ser distribuído por toda a classe de risco. É evidente que uma boa parte do que chamamos seguro de saúde é "apenas" um cartão de adesão a serviços com desconto de quantidade com qualidade de serviço

Mas em saúde (como em qualquer actividade), o único risco segurável será o de eventos raros e relativamente independentes do sujeito. Ou de acidentes, ou doenças pouco frequentes sem grande conexão com estilo de vida do segurado. Ora para este tipo de doenças mais raras, e mesmo que muito dispendiosas, o sector segurador será perfeitamente capaz de oferecer o produto e preço acessível porque existe distribuição desse risco por todos os subscritores.

No entanto, é a este tipo de doenças que dizem ser a razão porque a saúde ter de ser pública. É ao contrário, o volume na gestão dos cuidados e eventos frequentes no domínio público poderia em tese levar a alguma eficiência. Mas mesmo aqui...

6 comentários:

joserui disse...

Caro CN, se acabarem com as fraudes, roubos e chico-espertismos vários, o SNS, que nem é mau, torna-se melhor e mais barato; se equipamentos muito caros trabalharem 24h por dia (três turnos, porque não exactamente?), há racionalidade no seu investimento; etc.
Uma questão dos seguros de saúde que acabou por ser levantada por uma familiar inadvertidamente é que quando o doente tem seguro, leva pela medida grande.
Ela tinha o preço médio da cirurgia, o preço para o coitadinho e o preço para as seguradoras (o máximo que podia). Isto é uma espécie de tragédia dos comuns... a saúde mesmo privada tem de ser altamente regulada, estar sujeita às leis do mercado dá nisto e muito pior... -- JRF

Ricciardi disse...

Não CN, deve ser público porque existe uma chusma de gente que, por qualquer motivo, não pode ter seguro. Ou porque estão desempregados, ou porque atingiram uma idade tal que as seguradoras não emitem apólices ou simplesmente porque se trata de pessoas com doenças cronicas (as seguradoras poe-se logo ao fresco).
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Existe um boa percentagem de pessoas na população, como está bem demonstrado nos EUA, que não tem acesso a cuidados de saúde porque não tem massa para comprar seguros.
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Lembro que um seguro nos eua anda na casa dos 800 usd por mês. Uma barbaridade, Por isso é que existe tanto gringo sem possibilidade de o ter. Obama está atentar moralizar a coisa e conseguiu que se pudessem fazer seguros por 100 usd por mês dirigido precisamente a pessoas que, de outro modo, morriam como tordos às portinhas das clinicas que sem segurinho os não atendiam.
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Rb

Ricciardi disse...

Isto nada tem a ver com ideologias, muito menos com teorias economicas puristas (pese embora pouco puritanas). Estou-me nas tintas para isso.
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Rb

joserui disse...

$800 por pessoa! Veja isto caro RB:
"(...)Our rates have steadily increased every year, to the point where as of today, we’ve been paying $1500 a month to cover the three of us, for a plan with good coverage (by U.S. standards) and a $500 deductible."
-- JRF

joserui disse...

E já agora, depois do Obamacare:
"A few months ago, we got one of those controversial notices that our current plan was being cancelled because it wasn’t compliant with the Affordable Care Act, so we’d have to find a new plan before January. My wife went online, to Healthcare.gov, found a new plan from our same insurer with as good or better coverage — equivalent prescription coverage, same network of doctors and hospitals, same $500 deductible — and our new bill, starting next month, will be $1050 per month. No subsidies or anything like that. We’re just saving over $5000 per year, thanks to Obamacare."
-- JRF

Anónimo disse...

Em primeiro lugar um sistema de saúde deve ser universal.
Se um individuo não trata uma tuberculose por falta de recursos económicos é uma ameaça para a restante população.
Em segundo lugar a pessoa deve ser tratada como doente e se possível dar lucro, e não o contrário.
Em terceiro lugar todos os países que optaram por privatizar a saúde tiveram aumento dos custos per capita,não vejo motivo para em Portugal ser diferente.
Pessoalmente prefiro um hospital público que funcione bem.