Pode parecer extravagante que se afirme a possibilidade de uma ética matemática, mas se ‹‹a matemática foi a linguagem que Deus utilizou na criação do Universo›› e o Bem corresponde à realização da Sua vontade, é evidente que a possibilidade de equacionar a ética em termos matemáticos é uma possibilidade real.
Negá-lo seria negar a existência de Ordem e de Leis universais. Seria Negá-Lo.
4 comentários:
Descartes, Leibniz, Espinoza, Marx, Wittgenstein, Godel. Não funciona.
A Zazie depois explica-lhe ;-).
A matemática, ou na sua versão mais generalizada, a lógica, não é mais do que um conjunto de linguagens com características específicas: cada símbolo tem um único significado pre-definido axiomaticamente. Digo linguagens no plural porque a matemática (e a lógica por arrasto) não tem uma matriz comum que unifica todos os seus ramos num único conjunto de axiomas. Esta unificação era o projecto de Bertrand Russel (Principia Mathematica), que não só falhou como foi demonstrado por Godel que tem problemas irreconciliáveis.
Sendo assim existem problemas extremamente complicados para quem quiser fundar a ética na matemática.
Em 1º lugar é diferente (1) tentar usar a matemática para fundar princípios éticos, ou (2) usar a matemática para extrair conclusões sobre princíos éticos previamente establecidos de outra forma (e. g. utilitarismo).
Na 2ª hipótese a matemática é só usada como ferramenta. Não é a matemática que define os princípios, e portanto não resolve absolutamente nada. Princípios idiotas levam a matemática a produzir conclusões idiotas (e. g. utilitarismo). A parte relevante da ética continua a ser a boa velha da filosofia.
Se for a 1º hipótese que o Joaquim se está a referir neste post, então sim a matemática é parte constituinte da ética, mas os problemas são tão grandes que é difícil antever alguma teoria que não seja idiota (pelo menos eu). Para já "bem/mal" não são coisas que alguma vez se definiram no sentido matemático e portanto incluí-los numa linguagem matemática parece uma tarefa absurda (a linguagem corrente não é formalmente matemática ou lógica, longe disso). E depois o Joaquim teria que escolher qual sistema matemático que pretende utilizar, porque vários têm axiomas irreconciliáveis e não há nenhuma maneira conhecida de saber quais são os "melhores".
Espero que esta longa deambulação tenha feito um mínimo de sentido.
Não explico. Gosto de ver os maluquinhos entretidos.
":OP
Está bem, pronto, uma ponta de crueldade é, sempre foi, pregorrativa feminina.
;-)
(Camaradas, metam aqueles nomes nos googles e leiam uns resumos. Esta treta não foi só Aristóteles, Kant e Ayn Rand.)
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