02 dezembro 2013

um pacto suicida


Ao ler a entrevista do Mark Blyth, hoje no Público, compreendi que, de facto, “a política de austeridade na Europa é um pacto suicida” – título da entrevista. Demorou mas finalmente percebi.
Em teoria, cortar na despesa pública é a medida correta. O problema é que o Estado Social criou uma rede de dependências e interdependências tão complexa que a austeridade ameaça a coesão social.
Claro que os cortes têm de ser feitos, porque sem ovos não se fazem omeletas, mas a via tem de ser a do cinismo do chamado “Quantitave Easing” – QE – e da inflação. O mais injusto imposto de todos.
Os socialistas sabem perfeitamente que com a inflação, dão com uma mão e tiram com a outra, mas a populaça ignora-o e isso deixa-lhes margem para as suas moscambilhas.
Cortar na despesa, em Portugal, gera revolta em milhões de pessoas. Inflacionar é um canto de sereia embalador. É uma tristeza, mas é o que é. Os liberais devem perceber que o número de “estado-dependentes” é elevado e tem uma força superior. Sun Tzu aconselha a evitá-los.
É mau para os pobres? É!
Só que depois de ouvir o Papa Francisco criticar a propriedade privada e o capitalismo, em nome dos pobres. Quem sou eu para o contrariar?
Ao olhos da turba, seria um neoliberal imbecil, sem coração nem escrúpulos. Não estou, portanto, para me sacrificar. Obedeçamos à cúria do Templo – à opinião maioritária.
“E pur se muove”...

29 comentários:

Anónimo disse...

Bem, é como tudo na vida, todas as coisas sao boas se forem efectuadas nos tempos certos.
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A austeridade, em si mesma, nao é coisa má. Nada disso. O que eu acho é que ela é má quando é feita no momento errado.
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Cortar na despesa é boa medida para tomar em todas as alturas menos em plena crise. Muito menos cortar na despesa depois de aumentar substancialmente os impostos.
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Nao me parece de bom senso um gajo cortar na despesa quando está doente. Um gajo doente tem menos receitas e os Austerians advogam que é nessa altura que as pessoas devem cortar na despesa com alimentacao, medicamentos etc.
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Mas a lógica vai de patas para o ar. É ao contrario. Quando um gajo está doente nao deve cortar nas despesas sem que antes melhore.
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Com a crise de 2008 as receitas do estado baixaram abruptamente levando a um défice gigantesco na ordem dos 9%.
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O que devia ter sido feito era manter a despesa controlada e nao aumenta-la, se possivel baixar naquelas parcelas da despesa sem impacto no rendimento disponivel. A seu tempo as receitas voltam (as crises nao duram eternamente) e é nessa altura que deve ser cortada a despesa.
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Fizeram tudo ao contrario. Tentaram ajustar as contas publicas em recessao. E portanto desperdicou-se muito dinheiro. As medidas de austeridade, na ordem de 20 mil milhoes de euros desde 2010, serviram para ajustar apenas 10 mil milhoes. Para além disso aitirou o desemprego e as falencias para valores nunca vistos.
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A conversa do QE é deslocada. Nao temos esse instrumento. Mas que era imensamente melhor, lá isso era. A inflacao moderada é uma forma de resolver problemas sem grande sofrimento.
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Rb

zazie disse...

Seu tosco- copie lá e mostre onde é que o Papa criticou a propriedade privada e o capitalismo (em abstracto).

Anónimo disse...

Bem, eu penso que a Igreja com o discurso que tem vindo a fazer está consciente plenamente do grande problema da actualidade economica. É para isso q o Papa tem conselheiros...
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Ora bem, na semana passada o Papa falou de um assunto que eu tenho vindo tambem a referir. A "evasao fiscal egoista".
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Ele falou nisto porque é sabido de que cerca de um terço da riqueza gerada está parqueada em offshores. Essa riqueza nao está ao serviço da economia, está ao serviço dos interesses exclusivamente individuais de quem a acumula.
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É a acumulacao pela acumulacao.
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É mais do legitimo ganhar dinheiro. Muito se possivel. Mas nao é legitimo esconde-lo e com isso fazer com que as pessoas comuns tenham de pagar mais. Cada vez mais ou que tenham de ver cortes. Cada vez mais cortes.
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Portugal assinou hoje mesmo um acordo para que quem tem bens em offshores, para fugir à tributacao, seja comunicado ao fisco. A alemanha já fez isso ha 10 anos e com execelentes resultados.
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Nao adianta fazer como o Holand da franca. Taxar fortunas. Nao leva a lado algum. Apenas acelera a fuga de capitais. O exemplo da alemanha deve ser emulado.
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Rb

Anónimo disse...


Aqui:
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http://www.jornaldenegocios.pt/economia/funcao_publica/detalhe/fisco_vai_ter_acesso_imediato_a_rendimentos_e_imoveis_em_offshores.html
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Rb

zazie disse...

Ele não disse rigorosamente nada de novo.

O Bento XVI já tinha escrito o mesmo.

Os retardados mentais dos jornaleiros é que publicitam agora este como se fosse um comuna, quando ainda há pouco tempo era um facista colaboracionista da ditadura.

zazie disse...

Aqui, de novo, porque o retardado mental do Birgolino ainda me chamou estúpida, por julgar que isto eram palavras minhas e não do Bento XVI.

«O tempo moderno, sobretudo a partir do Oitocentos, aparece dominado por diversas variantes duma filosofia do progresso, cuja forma mais radical é o marxismo. Uma parte da estratégia marxista é a teoria do empobrecimento: esta defende que, numa situação de poder injusto, quem ajuda o homem com iniciativas de caridade, coloca-se de
facto ao serviço daquele sistema de injustiça, fazendo-o resultar, pelo menos até certo ponto, suportável.
Deste modo fica refreado o potencial revolucionário e, consequentemente, bloqueada a reviravolta para um mundo melhor. Por isso, se contesta e ataca a caridade como sistema de conservação do status quo.

Na realidade, esta é uma filosofia desumana. O homem que vive no presente é sacrificado ao moloch do futuro — um futuro cuja efectiva realização permanece pelo menos duvidosa. Na verdade, a humanização do mundo não pode ser promovida renunciando, de momento, a comportar-se de modo humano. Só se contribui para um mundo melhor, fazendo o bem agora e pessoalmente, com paixão e em todo o lado onde for possível, independentemente de estratégias e programas de partido. O programa do cristão — o programa do bom Samaritano, o programa de Jesus — é « um coração que vê ». Este coração vê onde há necessidade de amor, e actua em consequência. Obviamente, quando a actividade caritativa è assumida pela Igreja como iniciativa comunitária, à espontaneidade do indivíduo há que acrescentar também a programação, a previdência, a colaboração com outras instituições idênticas.

c) Além disso, a caridade não deve ser um meio em função daquilo que hoje é indicado como proselitismo»

zazie disse...

Mais aqui:

http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20111024_nota_po.html

zazie disse...

«A crise económica e financeira que o mundo está a atravessar interpela todos, pessoas e povos, a um profundo discernimento dos princípios e dos valores culturais e morais que estão na base da convivência social. Mas não só. A crise empenha os agentes privados e as autoridades públicas competentes nos planos nacional, regional e internacional, numa séria reflexão sobre as causas e soluções de natureza política, económica e técnica.

Nesta perspectiva a crise, como ensina Bento XVI, «obriga-nos a projectar de novo o nosso caminho, a impor-nos regras novas e a encontrar novas formas de empenhamento, a apostar em experiências positivas e rejeitar as negativas. Assim, a crise torna-se ocasião de discernimento e de nova projectação. Com esta chave, mais confiante do que resignada, convém enfrentar as dificuldades da hora actual»

zazie disse...

A grave crise económica e financeira, que hoje o mundo está a atravessar, encontra a sua origem em múltiplas causas. Sobre a pluralidade e sobre a importância destas causas persistem diversas opiniões: alguns sublinham, antes de tudo, os erros ínsitos nas políticas económicas e financeiras; outros insistem sobre as debilidades estruturais das instituições políticas, económicas e financeiras; outros ainda, atribuem-nas a cedências de natureza ética, ocorridas a todos os níveis, no contexto de uma economia mundial cada vez mais dominada pelo utilitarismo e pelo materialismo. Nos diversos estádios de desenvolvimento da crise releva-se sempre uma combinação de erros técnicos e de responsabilidades morais.

No caso de intercâmbio de bens materiais e de serviços, são a natureza e a capacidade produtiva, o trabalho em todas as suas múltiplas formas, que põem um limite às quantidades, determinando um conjunto de custos e de preços que permite, sob determinadas condições, uma distribuição eficiente dos recursos disponíveis.

Mas em matéria monetária e financeira, as dinâmicas são diferentes. Nas últimas décadas foram os bancos que ampliaram o crédito, o qual gerou moeda, que por sua vez solicitou uma ulterior expansão do crédito. Desta maneira, o sistema económico foi impelido rumo a uma espiral de inflação que, inevitavelmente, encontrou um limite no risco sustentável para os institutos de crédito, submetidos a um ulterior perigo de falência, com consequências negativas para todo o sistema económico e financeiro.

Depois da segunda guerra mundial, as economias nacionais progrediram, apesar de sacrifícios enormes para milhões, aliás para biliões de pessoas que tinham despositado a própria confiança, com o seu comportamento de produtores e empresários por um lado e, por outro, de poupadores e consumidores, num progressivo e regular desenvolvimento da moeda e das finanças, em sintonia com as potencialidades de crescimento real da economia.

A partir dos anos 90 do século passado releva-se, ao contrário, como a moeda e os títulos de crédito a nível global aumentaram em medida muito mais rápida do que a produção da renda, também com os preços aplicados. Daqui derivou a formação de bolsas excessivas de liquidez e de bolhas especulativas que depois se transformaram numa série de crises de solvibilidade e de confiança que se propagaram e se sucederam ao longo dos anos.

zazie disse...

A bolha especulativa sobre os imóveis e a recente crise financeira têm a mesma origem no excessivo acúmulo de moeda e de instrumentos financeiros a nível global.

Enquanto as crises nos países em vias de desenvolvimento, que correram o risco de envolver o sistema monetário e financeiro global, foram contidas com formas de intervenção da parte dos países mais desenvolvidos, a crise que estourou em 2008 foi caracterizada por um factor decisivo e explosivo em relação às precedentes. Ela foi gerada no contexto dos Estados Unidos, uma das áreas mais relevantes para a economia e as finanças mundiais, envolvendo a moeda da qual depende ainda hoje a esmagadora maioria dos câmbios internacionais.

Uma orientação de cunho liberalista — hesitante em relação a intervenções públicas nos mercados — fez propender para a falência de um importante instituto financeiro internacional, imaginando deste modo limitar a crise e os seus efeitos. Infelizmente, daqui derivou uma propagação de desconfiança que impeliu a mudar repentinamente atitude, solicitando intervenções públicas sob várias formas, de alcance enorme (mais de 20% do produto nacional), com a finalidade de deter os efeitos negativos que teriam arrasado todo o sistema financeiro internacional.

As consequências sobre a chamada «economia real», passando através das graves dificuldades de alguns sectores – em primeiro lugar, da construção civil – e através do difundir-se de expectativas desfavoráveis, geraram uma tendência negativa da produção e do comércio internacional, com graves reflexos sobre o emprego, e com efeitos que, provavelmente, ainda terá novas repercussões. Os custos para milhões, aliás biliões de pessoas, nos países desenvolvidos mas principalmente naqueles em vias de desenvolvimento, são relevantes.

Em países e áreas onde ainda faltam os bens mais elementares da saúde, da alimentação e do abrigo contra as intempéries, mais de um bilião de pessoas são obrigadas a sobreviver com uma renda média de pouco mais de um dólar por dia.

zazie disse...

Na sua encíclica social, Bento XVI identificou de maneira específica a raiz de uma crise, que não é unicamente de natureza económica e financeira, mas antes de tudo de natureza moral e ideológica. Com efeito, a economia — observa o Pontífice — tem necessidade da ética para o seu funcionamento correcto, e não de uma ética qualquer, mas de uma ética amiga da pessoa.(7) Além disso, ele denunciou o papel desempenhado pelo utilitarismo e pelo individualismo, assim como as responsabilidades de quantos os assumiram e difundiram como parâmetro para o comportamento exemplar daqueles — agentes económicos e políticos — que agem e interagem no contexto social. Mas Bento XVI identificou e denunciou também uma nova ideologia, a ideologia da tecnocracia.
2. O papel da técnica e o desafio ético

O grande desenvolvimento económico e social do século passado, certamente com as suas luzes mas também com os seus graves cones de sombra, é devido também ao desenvolvimento constante da técnica e, ao longo das décadas mais recentes, aos progressos da informática e às suas aplicações, à economia e em primeiro lugar às finanças.

Mas, para interpretar com lucidez a actual nova questão social, é sem dúvida necessário evitar o erro, também ele filho da ideologia neoliberalista, de considerar que os problemas a serem enfrentados são de tipo exclusivamente técnico. Como tais, eles evitariam a necessidade de um discernimento e de uma avaliação de tipo ético. Pois bem, a encíclica de Bento XVI adverte contra os perigos da ideologia da tecnocracia, isto é, daquela absolutização da técnica, que «tende a produzir uma incapacidade de perceber aquilo que não se explica meramente pela matéria»,(8) e a minimizar o valor das escolhas do indivíduo humano concreto que age no sistema económico-financeiro, reduzindo-as a meras variantes técnicas. O fechamento a um «suplemento», entendido como um acréscimo em relação à técnica, não só torna impossível encontrar soluções adequadas para os problemas, mas empobreceria cada vez mais, nos planos material e moral, as principais vítimas da crise.

zazie disse...

A Encíclica do Bento XVI, aqui:

http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/encyclicals/documents/hf_ben-xvi_enc_20090629_caritas-in-veritate_po.html

E parem de escrever imbecilidades como se este Papa estivesse a dizer alguma novidade ou a Igreja fosse comunista.

Anónimo disse...

Se és um liberal és um grande pecador. O capitalismo é tão condenado quanto o comunismo.

Sabias? Toma lá que é democrático.

zazie disse...

Não, grande estúpida. O capitalismo selvagem, sim, é condenado.

Nunca, em parte alguma, a Igreja ou os seus teóricos criticaram o capitalismo.

O S. Tomás de Aquino explicou mesmo que era uma forma de liberdade, dando acesso à riqueza.

zazie disse...

O que a Igreja sempre condenou foi a ganância.

O Bento XVI era mais inteligente e sabia explicar melhor a diferença, nunca se esquecendo de criticar as utopias socialistas e comunistas.

Este é mais tosquito e popularucho e depois a mongalhada repete porque é mais fácil de papaguear.

zazie disse...

«22. Actualmente o quadro do desenvolvimento é policêntrico. Os actores e as causas tanto do subdesenvolvimento como do desenvolvimento são múltiplas, as culpas e os méritos são diferenciados. Este dado deveria induzir a libertar-se das ideologias que simplificam, de forma frequentemente artificiosa, a realidade, e levar a examinar com objectividade a consistência humana dos problemas. Hoje a linha de demarcação entre países ricos e pobres já não é tão nítida como nos tempos da Populorum progressio, como aliás foi assinalado por João Paulo II[55].

Cresce a riqueza mundial em termos absolutos, mas aumentam as desigualdades. Nos países ricos, novas categorias sociais empobrecem e nascem novas pobrezas. Em áreas mais pobres, alguns grupos gozam duma espécie de superdesenvolvimento dissipador e consumista que contrasta, de modo inadmissível, com perduráveis situações de miséria desumanizadora. Continua « o escândalo de desproporções revoltantes »[56]. Infelizmente a corrupção e a ilegalidade estão presentes tanto no comportamento de sujeitos económicos e políticos dos países ricos, antigos e novos, como nos próprios países pobres. No número de quantos não respeitam os direitos humanos dos trabalhadores, contam-se às vezes grandes empresas transnacionais e também grupos de produção local. As ajudas internacionais foram muitas vezes desviadas das suas finalidades, por irresponsabilidades que se escondem tanto na cadeia dos sujeitos doadores como na dos beneficiários. Também no âmbito das causas imateriais ou culturais do desenvolvimento e do subdesenvolvimento podemos encontrar a mesma articulação de responsabilidades: existem formas excessivas de protecção do conhecimento por parte dos países ricos, através duma utilização demasiado rígida do direito de propriedade intelectual, especialmente no campo da saúde; ao mesmo tempo, em alguns países pobres, persistem modelos culturais e normas sociais de comportamento que retardam o processo de desenvolvimento.

23. Temos hoje muitas áreas do globo que — de forma por vezes problemática e não homogénea — evoluíram, entrando na categoria das grandes potências destinadas a desempenhar um papel importante no futuro. Contudo há que sublinhar que não é suficiente progredir do ponto de vista económico e tecnológico; é preciso que o desenvolvimento seja, antes de mais nada, verdadeiro e integral. A saída do atraso económico — um dado em si mesmo positivo — não resolve a complexa problemática da promoção do homem nem nos países protagonistas de tais avanços, nem nos países economicamente já desenvolvidos, nem nos países ainda pobres que, além das antigas formas de exploração, podem vir a sofrer também as consequências negativas derivadas de um crescimento marcado por desvios e desequilíbrios.

Depois da queda dos sistemas económicos e políticos dos países comunistas da Europa Oriental e do fim dos chamados « blocos contrapostos », havia necessidade duma revisão global do desenvolvimento. Pedira-o João Paulo II, que em 1987 tinha indicado a existência destes « blocos » como uma das principais causas do subdesenvolvimento[57], enquanto a política subtraía recursos à economia e à cultura e a ideologia inibia a liberdade. Em 1991, na sequência dos acontecimentos do ano de 1989, o Pontífice pediu que o fim dos « blocos » fosse seguido por uma nova planificação global do desenvolvimento, não só em tais países, mas também no Ocidente e nas regiões do mundo que estavam a evoluir[58]. Isto, porém, realizou-se apenas parcialmente, continuando a ser uma obrigação real que precisa de ser satisfeita, talvez aproveitando-se precisamente das opções necessárias para superar os problemas económicos actuais.
»

Isto era o Bento XVI.

marina disse...

o Joaquim tinha um imp. serviço a prestar que era ensinar o people a defender-se das manipulações de cabeças na saúde.
há dias lá vinha no Público o estudozinho que exames a mais fazem mal. isto depois de anos a dizer que deviamaos fazer exames periódicos a toda a hora ... ora , quem não consegue "ouvir" o seu corpo ou não tem conhecimentos suficientes sobre o seu funcionamento para perceber que interesses económicos o estão a manipular , faz o quê ? é que andar assim ao sabor das noticias dadas pelos burros da comunicação social é muito mau , precisamos claramente de ajuda :)

zazie disse...

Aqui: http://www.triplov.com/ista/aquino/aquino_politica_2.htm

Do Mourão que já morreu mas que sabia.

pleonexia-

o vício, como indica a etimologia, que leva a querer "ter sempre mais", e que o Novo Testamento traduz por "avareza" ou "ambição" (23). É uma espécie de libido social, nota, Carlos Josaphat, "que degenera em princípio de corrupção, tendendo a concentrar riquezas e poder em detrimento da virtude pessoal e do valor social da igualdade"


zazie disse...

«Como Agostinho e vários outros Padres da Igreja, Mestre Tomás recusa o comunismo utópico de Platão. Posto em prática, esse sistema levaria à imposição obrigatória e universal da colectivização dos bens. Tomás segue o realismo da ética económica de Aristóteles, ao mesmo tempo que guarda uma certa ligação com o ideal platónico e sobretudo com o sentido de justiça que herdou dos profetas e do Evangelho. Vejamos o espinhoso problema da propriedade. O essencial da doutrina remonta a Agostinho, nos seus escritos antidonatistas, doutrina que vem já codificada no Decreto de Graciano. A propriedade é estudada quando Tomás comenta a Política de Aristóteles. A doutrina será sintetizada nos dois primeiros artigos da questão 66 da II-II da Suma Teológica . É preciso justificar o decálogo: "Não furtarás". Tomás aborda o direito de propriedade sob o aspecto propriamente ético, inscrevendo-o neste triângulo: as coisas, especialmente a terra, a pessoa e a sociedade. A propriedade tem sempre uma dimensão pessoal e social: "Non est autem recta voluntas alicuius hominis volentis aliquod bonum particulare, nisi referat illud in bonum commune sicut in finem: quod etiam naturalis appetitus cuiuslibet partis ordinetur in bonum commune totius" (30). No topo, o argumento: tudo é de todos: as coisas são para as pessoas. A todos a e a cada ser humano a utilização racional das coisas para o proveito de todos. Dois princípios normativos de base presidem a esta posição: a) princípio de universalidade; b) princípio segundo o qual todo o necessário deve ser assegurado a todos. Nenhuma prática ou lei e nenhum sistema podem legitimar a exclusão de quem quer que seja do que é necessário à plena realização da sua vida humana. Podíamos falar mesmo de um princípio de reserva (ecológica). O ser humano não é senhor absoluto da "natureza das coisas", não as pode destruir e modificar, como se fosse o "autor delas", mas utilizá-las para a sua utilidade, respeitando a "natureza das coisas", sobretudo dos seres vivos e a sua sobrevivência. Exclui-se liminarmente o direito de usar e abusar, a seu talante, da criação, arruinando-a e rompendo-lhe o equilíbrio.

Herdeiro das tradições judeo-cristãs e estóicas, Agostinho dá uma justificação moral e religiosa para o direito de propriedade. O direito de propriedade decorre da lei natural: não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a ti. Séneca e Cícero ensinam ambos que a propriedade privada releva do direito da sociedade humana, jus societatis humanae ( jus gentium ) e que se regula em cada Estado pelo direito positivo. Esse é exactamente o ensino de Agostinho e de Tomás, que não é nem comunista nem individualista. S. Tomás declara com S. Agostinho que Deus tem sobre o universo domínio principal e absoluto. Ele é o único proprietário das coisas. As criaturas participam do seu poder na medida em que participam da sua inteligência. Os mais inteligentes dominam os menos inteligentes, a matéria ordena-se ao espírito, o menos ao mais. É assim que os animais comem as plantas e os grandes os pequenos. Numa sociedade em que reinasse a justiça, em que se desconhecesse o mal e a cobiça, a questão da propriedade não se colocaria. Tudo seria de todos. Lê-se em Graciano que a propriedade privada não é primitiva (31). A sua instituição é sancionada pela força do costume e da lei
»

zazie disse...

Só por causa de coisas.

Estive ontem a ler a exortação do Papa Francisco e não gostei.

Pronto. Está dito.

É um chorrilho de banalidadades politicamente correctas.

Meteu todos os complexos com os coitadinhos lá dentro.

Até com os judeuzinhos, tadinhos, que continuam a ser perseguidos no mundo, incluindo por católicos.

Com essa arrumou-se definitivamente.

Este Papinha é um palerma.

zazie disse...

Os judeus a serem actualmente perseguidos por católicos é um insulto à inteligência de qualquer pessoa.

Uma cretinice de tal ordem que nem sei se é apenas estupidez ou mais que isso.

Anónimo disse...

O ódio cega.
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Rb

zazie disse...

Qual ódio, plarminha.

Conta lá em que parte do mundo os judeus andam a ser perseguidos e martirizados por católicos.
Força!

O Papa teve o de3splante de fechar os olhos e nem uma palavra disse acerca dos católicos chacinados na Síria.

Isso sim, é um facto, uma realidade e a Igreja tinha obrigação de se pronunciar.

Agora judeus perseguidos por católicos?

Na volta foi o Maidoff e mailo Greenspan

zazie disse...

Aliás, aquele texto tem por lá passagens muito estranhas.

A dada altura ele diz que por este caminha não se chega ao "fim da História".

Que fim da História?

O proposto pelo Marx ou pelo Fukuyama?

zazie disse...

Essa pasagem do "fim Da História, enquadrada numa crítica à economia global e mailos judeus vítimas de católicos são mesmo demasiado estranhas.

É por estas e por outras que eu continua com pé e meio de fora da Igreja.

Gosto muito do catolicismo, sim, mas não me fio nas escolhas de líderes porque são lugares demasiado importantes para não existirem lobbies políticos.

Defendo a Igreja em termos sociais, culturais, civilizacionais. Mas daí a ter de tratar tudo por "santidade" vaio um passo demasiado grande para a minha racionalidade.

zazie disse...

continuo.

Com o Bento XVI só me lembro de não ter gostado muito da ideia dele a cavalgar a globalização.

Mas esse era teórico e podia-se entender onde ia buscar as questões que eram sempre elevadas.

Este não se entende. Cita o S. Tomás de Aquino e nem o refere. E depois mete por lá palhaçada da moda até dizer chega.

Anónimo disse...

zazie, estás a ser injusta. Na semana passada o Papa reuniu com o putin precisamente por causa da Siria.
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O que te digo é simples. Eu tambem li a exortacao. Em duzentas e tal paginas, meia duzia de linhas sao dedicadas aos judeus e ao facto de eles terem sido perseguidos. Isto a prosposito dum tema de liberdade religiosa e tolerancia. E tu, no meio de tanta palavra, insureges-te por causa de duas frases em que ele diz o obvio acerca do assunto. Que os judeus foram violentamente atacados e que ainda sao, nomeadamente entre cristaos, como é o teu caso.
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E isto nao tem nada a ver com judaismo, mas sim com intolerencia.
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Todo o texto é muito muito bom. Nao é filosofico. É pratico.
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Na realidade este papa está para o anti neo-liberalismo como o papa joao paulo segundo esteve para o comunismo. A mesmo força e determinacao para com ideologias perniciosas ara o ser humano.
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Um bem haja para ele e para sua coragem.
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Ha uma parte no seu discurso que ele refere uma coisa interessante. Que tentam ridicularizar as palavras de bom senso católicas colando-as a ideologias. Eu sei bem o que é isso. Nao ha libertario que nao veja na opiniao contraria um socialista.
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Rb

zazie disse...

Nã ovejo tv. Não sabia.

A exortação é caca e não há judeus a serem perseguidos por católicos, em parte alguma, excepto na cabeça da maluquinhos como o Papa.

Anónimo disse...

ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZz