22 dezembro 2013

origens da entropia social


Os seres vivos, em particular o Homo Sapiens, estabelecem uma ponte entre a matéria e a informação.
Percepcionamos dados da realidade material e trabalhamo-los através da razão, arquivando-os como informação.
Tanto para a nossa subsistência material quanto para a gestão da informação de que dependemos, utilizamos energia que extraímos do meio ambiente.
Qualquer barreira à obtenção dessa energia ameaça a nossa existência física e todo o processo mental de arquivo e recuperação de informação.
Se atentarmos na famosa pirâmide de Maslow, percebemos de imediato que as populações têm de utilizar a energia que conseguem obter, em primeiro lugar, na satisfação de necessidades fisiológicas e de segurança e que, só depois é que podem começar a “cultivar os afectos” e a contribuir para a superestrutura social (a noosfera do Teilhard de Chardin ou a minha “matriz cultural”).
Nas zonas do globo em que a sobrevivência é mais difícil, em termos energéticos, há mais entropia. Caos envolvente (urbano, poluição, etc.) na vertente material e desordem (ausência de conhecimento e de instituições funcionais e políticas) na vertente “informacional”, mental ou cultural.
Nesse contexto, a sociedade que emerge é necessariamente distinta das mais afluentes.
O governo costuma ser de monarquias hereditárias absolutistas, ou até teocráticas, que concentram o poder legislativo, executivo e judicial. Os direitos cívicos são “termodinamicamente” ignorados e, em última análise, é o cada um por si.
Um sistema democrático, à inglesa ou à norte-americana, consome muita energia e não faz qualquer sentido quando os recursos são escassos.

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