Numa situação termodinâmica adversa,
dificuldade em extrair negentropia do meio ambiente, os seres humanos
concentram-se na sobrevivência e não investem, por assim dizer, na
superestrutura social.
A distância ao poder é grande, porque não há
energia disponível para a participação política democrática e o colectivismo
predomina sobre o individualismo, porque a lealdade à família e à tribo são
essenciais para a sobrevivência.
Numa situação termodinâmica favorável ocorre o
contrário. Os países mediterrânicos parece-me representarem um meio termo entre
estes opostos.
Portugal, por exemplo, convive com níveis de entropia
elevados. A democracia, em vez de contribuir para diminuir a entropia,
aumenta-a. Daí a nossa propensão para o Sebastianismo. Queremos que alguém nos
ajude a resolver os nossos problemas (à maneira do Sul) porque nós não temos
energia para os resolver (à maneira do Norte).
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