26 novembro 2013

é a termodinâmica...





Numa expedição filosófica, parti do berço da humanidade – a Garganta de Olduvai, em África – em direção a Berlim, no meu Jeep Wrangler 2,8 CRD.
Como podem ver, é uma viagem de cerca de 10.000 Km que demorei 20 dias a fazer. O consumo médio foi de 16 L/100 Km, mas variou bastante consoante a temperatura exterior.
Em África chegou aos 20 L, e isto para manter uma temperatura interior de 23º C. À medida que me aproximei do meu destino, o consumo foi diminuindo, até que atingiu uma média de 13L, em Berlim. Bom, a temperatura lá era de 23º C e portanto o ar condicionado não consumia nada.
Se tivesse prosseguido a minha viagem até Narvik, na Noruega, o consumo teria voltado a disparar, agora para aquecimento.
Manter a “homeostasia ambiental” é mais dispendioso em temperaturas extremas. O mesmo se passa, meus amigos, com o corpo humano; para manter a homeostasia, com um dispêndio mínimo de energia, o meio ambiente tem de oferecer certas condições.
No equador e nos pólos, é mais difícil sobreviver. Manter a entropia corporal requer mais energia e é por isso que a criação de riqueza é mais difícil. A “pulsão para a morte”, a tendência para a desordem, a tendência para um aumento da entropia, é máxima.
Na minha opinião, é por este factor, que a certas latitudes a desordem pessoal, social, política e económica, é maior.
É a termodinâmica, estúpidos!

10 comentários:

Cfe disse...

23º C !?!?!?!?

Que calorão!

Os meses mais quentes são Junho, Julho e Agosto, com temperaturas médias de 16,7 até 17,9 °C (62,1 até 64,2 °F). Enquanto os mais frios são Dezembro, Janeiro e Fevereiro, com temperaturas médias de −0,4 até 1,2 °C (31,3 até 34,2 °F)20

http://pt.wikipedia.org/wiki/Berlim

Cfe disse...



A maior parte dos carros são feitos e regulados para climas frios e boas estradas por isso uma parte significativa quando embarca para países quentes tem de ser tropicalizados.

A adaptação às condições é sempre feita, na fábrica da Ford da Bahia as paredes são descontinuadas para o ar refrescar o ambiente que não necessita ser hermeticamente fechado como os armazens na Europa

Cfe disse...

Porque é que os ingleses e outros do norte da Europa parecem camarão quando são postos em África? Porque o corpo não está acostumado.

Agora compare o à vontade dos Sul-Africanos e Australianos - descendentes de europeus - que já são aclimatizados.

Compare qualquer luso-descendente nos trópicos tambem

Há tempos atrás li aqui no blog um comentário do Riciardi acerca do frio que sentia ao levar seu filho a escola, depois de algum tempo a morar em Angola

Anónimo disse...

cfe, penso que demora um tempinho a climatizar.

O pessoal por aqui (Australia) trata de cancros da pele como quem come tremocos.

Quanto ao Jaquim aconselho este livrinho:

http://en.wikipedia.org/wiki/Fashionable_Nonsense

Elaites

Cfe disse...

Obviamente demora , elaites.

Mas o ponto em questão é a dificuldade de adaptação ao clima e suas consequências no desenvolvimento.

marina disse...

estou a ver. os africanos são uns tolos , deviam fazer iglos em vez de cubatas por causa da entropia social.. e os emigrantes que põem telhados para a neve no algarve estão muito à frente :)

marina disse...

porque é que não lê " o espirito das leis " do montesquieu para arrumar essa entrópica cabeça ? tudo o que havia a dizer sobre esse assunto já foi dito , e bem , por ele.

Anónimo disse...

Permita-me que continue o comentário nº2 ao seu post "aumenta a entropia" de ontem.

Assim, quando surge a figura do estado os do Norte sabem perfeitamente o que isso é, é uma entidade a quem pagam para que esta providencie a satisfação das suas necessidades colectivas, libertando os individos para outras tarefas. Por isso cada individuo tem em mente, em simultâneo, o que pensa o contribuinte e o que pensa o gestor da coisa pública, não há por lá uma grande diferença entre o cidadão e o político, sendo que o cidadão sabe que ao pedir ao estado está a exigir aos outros e se o político promete mais que o razoável vai exigir um esforço maior dos contribuintes (impostos ou dívida pública). Para o Sul como o sentido colectivo é fraco a figura do estado é uma coisa estranha, mas afinal o estado é o quê, que eu tivesse visto em nenhuma situação vi um político ou comentador explicar às pessoas que o estado em última instância, são todas as pessoas e o seu património mais as coisas do próprio estado, ou seja quando é gasto dinheiro acima das receitas ou os credores exigem pagamento da dívida para voltarem a emprestar, quem vai pagar são os cidadãos através dos impostos sobre o seu trabalho ou sobre o seu património.
Assim nos paises do Sul o estado surge como uma figura abstracta a quem tudo se pode pedir estando-se disposto a dar o minímo, os políticos quanto mais prometem ou fazem, melhor, sendo do estado é grátis.
Desta indefinição resulta as diferentes posturas sobre o estado, para uns só querem estar na administração, outros querem pertencer-lhe outros têm medo dele, às vezes é bom, quando dá, outra vezes é mau, quando tira depois há os que só dão, mesmo quando não há dinheiro dizem que se fossem eles davam outros são os maus, tiram. Julgo residir neste facto a origem das desordens de que fala nos paises do Sul. É a indefinição do papel do Estado e a não percepção do seu verdadeiro fim nestes paises, que impede o estabelecimento da ordem que vai provocar as outras ordens subsequentes, pessoal, social e económica.

A. Oliveira

Anónimo disse...

Caro A. Oliveira,

Obrigado.

Joker Alhinho disse...

Chiça, kisto é só Serpa Pintos, Capelos e Ivens!