26 novembro 2013

atraídas para a desgraça

In general the discomfort of heat exceeds that of cold. We all know the fable of the sun and wind. One deals with cold by putting on clothing, by building or finding shelter, by making fire. These techniques go back tens of thousands of years and account for the early dispersion of humanity from an African origin to colder climes. Heat is another story. Three quarters of the energy released by working muscle takes the form of heat, which the body, like any machine or engine, must release or eliminate to maintain a proper temperature. Unfortunately, the human animal has few biological devices to this purpose. The most important is perspiration, especially when reinforced by rapid evaporation. Damp, "sweaty" climes reduce the cooling effect of perspiration--unless, that is, one has a servant or slave to work a fan and speed up evaporation. Fanning oneself may help psychologically, but the real cooling effect will be canceled by the heat produced by the motor activity. That is a law of nature: nothing for nothing; or in technical terminology, the law of conservation of energy and mass.
The easiest way to reduce this waste problem is not to generate heat; in other words, keep still and don't work. Hence such social adaptations as the siesta, which is designed to keep people inactive in the heat of midday. In British India, the saying had it, only mad dogs and Englishmen went out in the noonday sun. The natives knew better. 

David S. Landes

Comentário: Não gostaria de discutir a influência do clima na economia, por ser uma evidência que estou disposto a aceitar como verdade. Nos últimos posts, eu comecei a esboçar um modelo que ultrapassa esta relação e que entra no domínio da sociologia e da política.

Nos extremos de temperatura, em particular no calor, as pessoas são mais atraídas para a desgraça, para a desordem económica, social e política - para um aumento da entropia - porque a energia necessária para garantir a ordem excede as suas capacidades físicas. Eis o cerne do meu argumento.

Freud chamou a esta atracção pela desgraça "pulsão da morte", ou Thanatos. Pulsão que me parece muito mais presente nos países do Sul do que nos países do Norte da Europa.

10 comentários:

marina disse...

mas qual pulsão da morte ? essa tendencia há-de ser medida pelo nímero de mortos sem ser de causas naturais . suponho. ora genocidios assassinos em massa suicidios é coisa em que os paises do sul tb ocupam os lugares de baixo. os nórdicos é que são uns tristes solitários com tendencias suicidas e alcoolicas . os russos são lá bem para norte e matam-se por dá cá aquele vodca , por exemplo.

mania de dizer mal do sul , gaita. não trocava isto por nenhum país "moderno e civilizado " do norte . podem ir morrer longe
que falta de orgulho , de dignidade , que parolada , andar a tentar imitar outros.

marina disse...

vá a uma cinemateca e veja filmes do sul e do norte e depois diga quem são os aborrecidos mal amados.

Anónimo disse...

Marina,

Afirmar que temos um clima mediterrânico, não é dizer mal.

Afirmar que esse clima influncia a nossa cultura, não é dizer mal.

Afirmar que num clima mais quente é necessário um esforço maior para nos mantermos organizados, não é dizer mal.

Digo eu...

Joaquim

marina disse...


a desordem economica e social resulta da desordem politica ( como dizia Oliveira abaixo , da indefinição do papel do estado entre outras coisas ) , da má governação , não do clima. já dizia maquiavel...
do clima resulta a cultura , onde as actividades economicas tradicionais se incluem , que não pode ser catalogada de ordenada ou desordenada a não ser que escolha uma como modelo de ordem a seguir :) e é isso não é ? põe como modelo os "organizadinhos" brutamontes do norte .

Mas o mundo foi feito diverso e essa diversidade deve ser preservada . a ideia de mundo unicultural , cocacola no deserto em vez de chá é pavorosa

Anónimo disse...

Marina,

Pense:

Do clima resulta a cultura, concordo. E a política não resulta da cultura? Então resulta de k?
Caiu do céu?

Eu aprecio os seus comentários, mas não deixo de me espantar com este tipo de interpretações.

:-)

Joaquim

marina disse...

não. a nossa governação de hoje não resulta da nossa cultura. resulta da cultura de outros. e tem aqui o PA que preservando a nossa cultura está tentando arranjar um sistema adequado ao nosso temperamento e cultura . e é exactamente isso que se pede a um verdadeiro líder , não que imite a ordem de outros temperamentos e culturas.

Anónimo disse...

Dr. Joaquim, permita-me que me emiscue neste diálogo.
1 - Num país nórdico, a sua sociedade não sobrevivia com esta desordem do sul. para aqueles ambientes apenas a ordem, o pragmatismo e o rigor permite a sobrevivência, recorda-se de um apagão generalizado em Portugal, Há uns anos, que disseram ser causado por umas aves, imaginemos isso num pais do norte, fora do verão, a quantidade de gente que perecia.
2- Penso que a cultura é um processo cognitivo enquanto a política é uma espécie de arte de tornar aliciante o impossível e de negar o obvio para uns e para outros fazer opções pragmáticas, gerir tendo por base a realidade, optar pelo bem do próprio ou da comunidade. Uma criança logo desde pequena sabe como abordar os pais para fazer um pedido, de modo diferente procede para dar uma informação de rotina, penso ser a génese da política.

A. Oliveira

Anónimo disse...

Caro A. Oliveira,

Obrigado. Uma espécie de arte não pode deixar de ser um element cultural.

Pode existir culture seem politics, teoricamente. MAs não pods existir politics seem culture.

Joaquim

marina disse...

e Joaquim , parece que a politica em grande parte do mundo hoje em dia deriva da cultura dos USA , ou não anda a impor à força da bala a "democracia" pelo mundo fora ?
portanto pode existir politica sem estar alicerçada na cultura do país, aculturação política chamar-se-á ..

muja disse...

Sim, porque toda a gente sabe quão mais extremo é o clima do Sul da Europa em relação ao do Norte. Ou o clima oceânico em relação ao continental...
Nesse grupo de pessoas não se incluem, obviamente, as que não estavam a dormir na forma nas aulas de geografia elementar.

E é isto o escol, a elite do pensamento português: alguém que acredita, cientificamente claro, que o seu povo tem propensão para a desgraça... Uma pulsão para a morte... Isto apesar de viver há mais de oito séculos...