24 novembro 2013

abaixo a irracionalidade


A razão é o que nos une a Deus, o elo que nos permite ter a certeza absoluta de que fomos criados à Sua imagem:
O Princípio divino que originou o universo, dotou-o de ordem, dotou-o de leis. Leis que são imutáveis porque refletem a Sua eternidade. Sermos capazes de perscrutar e entender essas leis é comungar a nossa existência com a do Criador  e partilhar, mesmo que numa ínfima parte, da sua omnisciência.
Essa possibilidade garante-nos que refletimos a sua imagem. Tudo o que é racional venera, portanto, a Deus. E, pelo contrário, tudo o que é irracional afasta-nos Dele.
Crer num Princípio, crer em Deus, é uma necessidade racional porque tudo o que existe necessita de uma origem que “não tem origem”, que simplesmente É. Por isto, rejeito a necessidade da Fé para chegar a Deus. Embora aceite que seja necessária fé para chegarmos aos “Deuses” das diferentes seitas religiosas.
Esta fé, contudo, encerra uma “irracionalidade”. Uma irracionalidade que consiste na negação da natureza profundamente racional do Universo e do seu Criador.
Este post vem na sequência deste outro e do artigo que lá citei, mas reflete o meu interesse constante na origem da razão e na sua importância, interesse que devo à Ayn Rand.
Damásio alertou-nos para que a razão dissociada da emoção pode ser uma ferramenta inútil. E assim é, em muitas tarefas humanas. Atenção, porém: na filosofia, como na matemática ou na física, não há espaço para as emoções.
2 e 2 são 4. Para um homem, para uma mulher, para um génio ou para um atrasado mental. A verdade existe independentemente de cada um de nós. Procurá-la é o mesmo que procurar Deus, mas só lá podemos chegar com o instrumento essencialmente divino que Dele recebemos. Outros caminhos não vão Lá.

9 comentários:

FMS disse...

Professor, a Razão não basta, mesmo para alcançar a Verdade imanente.

Jung escreve: "We are living in what the Greeks called the right time for a "metamorphosis of the gods," i.e. of the fundamental principles and symbols. This peculiarity of our time, which is certainly not of our conscious choosing, is the expression of the unconscious man within us who is changing. Coming generations will have to take account of this momentous transformation if humanity is not to destroy itself through the might of its own technology and science."

É o que me parece.

FMS disse...

Joaquim, desculpe lá. Pensei que tivesse sido o prof. PA a postar. Troque professor por sr. doutor :)

Anónimo disse...

FMS

Não é preciso trocar nada. O srº drº, também é srº prof.

CCz disse...

Caro Joaquim,

Esse primeiro parágrafo tem algo que me emperra a progressão.

Juntar na mesma frase "razão" e "certeza absoluta"...
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Acredito que o uso da razão não permite certezas absolutas e dá lugar à fé. Certezas absolutas são perigosas e entram no domínio da irracionalidade.

CCz disse...

Pergunta que faço aos exegetas "O que quer dizer "à Sua imagem"?
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Julgo que não tem nada a ver com o aspecto externo, com a forma humana.
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Será o quê?

Anónimo disse...

Caro CCz,

Tem a certeza de que existe? Eis uma certeza absoluta, perfeitamente racional.

"À sua imagem" - Somos seres volitivos, dotados de livre-arbítrio. Isso confere-nos qualidades, por assim dizer, divinas.

Julgo que não terá dúvidas sobre essas qualidades humanas. Dizer que correspondem à imagem de Deus é uma metáfora para expressar que estamos acima da matéria bruta.

Joaquim

Ricciardi disse...

Os homens de pouca fé precisam de ver.
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Por isso, Joachim, veja:
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http://www.tvi24.iol.pt/videos/video/14017460/1
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Rb

Ricciardi disse...

«Crer num Princípio...»
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Não é bem crer num principio. É antes crer que não existe um principio, já que esse Deus vive na eternidade.
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Para crer que esse Deus esteja no nosso principio, tem de crer que não existe um principio para Ele.
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Eu não creio nem deixo de crer em Deus. Eu intuo apenas que Ele existe por causa de uma certa ordem que vejo na natureza das coisas (mesmo naquilo que nos parece desordem), nomeadamente nas leis da fisica. Ordem essa que é, cada vez mais, quantificavel e determinável.
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Se se conseguir chegar à «teoria de tudo», que einstein tanto perseguiu, fica provada a existencia de um Ordenador.
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Rb

marina disse...

só quando deixarmos o estado larvar e passarmos a borboletas é que iremos talvez ter respostas. não vale a pena cansarem-se. disfrutemos do casulo o melhor que pudermos e mainada :)