06 novembro 2013

a maior ironia

There could be no greater irony: For all the sublimity of art, physics, music, mathematics, and other manifestations of human genius, everything depends on the mundane, frustrating, often debased vocation known as politics (and its most exacting subspecialty — statecraft). Because if we don’t get politics right, everything else risks extinction.

Não poderia haver maior ironia. Apesar da excelência da arte, da física, da música, da matemática, e de tantas outras manifestações do génio humano, tudo depende de uma vocação mundana, frustrante, tantas vezes aviltada, chamada política (e da sua subespecialidade mais exigente - o estadismo). Porque se não acertarmos na política, tudo o resto corre o perigo de extinção.

Comentário: Tentarei desenvolver este tema nos próximos posts.

5 comentários:

Anónimo disse...

Acho bem que desenvolva o tema. Abrir o nosso eu, o nosso sentir, aos outros será sempre obra de coragem e de vitória.
eao

Anónimo disse...

Caro Joaquim,

Rapidamente.
Encontra esse tema bastante bem desenvolvido nos pensadores clássicos do iluminismo.

Segundo esses autores (e.g. Hobbes, Locke) há duas realidades humanas irredutíveis à cultura: Religião e Política.
Assim tanto a Religião como a Política não são "factos culturais", são realidades imanentes e inatas ao homem.

De um lado podemos considerar o ideal religioso do "summum bonum" que nos leva a um ideal de paz e beatitude (e.g. Professor Arroja), do outro lado um o realismo sistémico e radical de um "summum malum" hobbesiano.
Hobbes é o primeiro pensador na filosofia ocidental a desenhar um dualismo ontológico entre "ser natural" e "ser artificial" (=homem). Ele concebe o homem não pela sua finalidade (o seu fim teológico) mas pelas suas necessidades (primum naturae).
Apetite, desejo, medo são, entre outros, os impulsos naturais e pré-racionais.
"Striving for power" (política) em contraponto ao desígnio da beatitude (religião).

D. Costa

Anónimo disse...

Nas palavras de Hobbes:

"I put for a generall inclination of all mankind, a perpetual and restlesse desire for Power after power, that ceaseth onely in Death."

D. Costa

Anónimo disse...


Leia-se, em contraposição a Hobbes, o que diz o CATECHISM OF THE CATHOLIC CHURCH:

"The Beatitudes reveal the GOAL of human existence, the ULTIMATE END of human acts: God calls us to his own beatitude."
(...)
"The beatitude we are promised confronts us with decisive moral choices (...) It teaches us that true happiness is not found in riches or well-being, IN HUMAN FAME OR POWER, or in any human achievement "

D. Costa


Anónimo disse...

Caro D. Costa, super-interessante!... Infelizmente nunca li Hobbes desacompanhado do Calvin... -- JRF