Foi a quebra de procura que afectou o negócio da restauração, e não o aumento do IVA de 13% para 23%. Passos Coelho não excluiu que o imposto possa ser reduzido mas também não quis alimentar expectativas de que isso venha a acontecer.
Passos Coelho foi questionado por uma comerciante, na entrevista à RTP, sobre uma eventual redução do IVA da restauração. O primeiro-ministro sublinhou que muitos comerciantes não repercutiram a subida do imposto nos seus produtos. Por isso, “o maior problema, dado que não houve repercussão, não está no imposto, está no facto de as pessoas estarem forçadas a fazer escolhas diferentes das que faziam”.
Comentário: Claro que o aumento do IVA não permitiu aos comerciantes baixar os preços para adaptar a oferta à diminuição da procura. PC prefere a fantasia à realidade, será que consegue distinguir as duas?
14 comentários:
O Joaquim sabe que ele não consegue sair fora dos esquemas mentais rígidos do mundo de fantasia. Tal e qual como os marxistas - aliás eu conheço quem inclusivamente tenha criticado uma qualquer obra já nem sei bem qual porque "não faz uma análise materialista histórica do problema" LOL!
O Joaquim ainda acredita na bondade humana. O negócio da restauração só começou a funcionar pelas regras de mercado há bem pouco tempo atrás, quando os empresários do ramo foram obrigados a instalar registadoras ligadas à AT. Até aí, a restauração em Portugal era basicamente economia paralela. Até aí, o ramo nem sequer sabia nem queria saber o que era o IVA. Acha mesmo que o IVA tinha alguma influência no negócio do ramo até à obrigatoriedade de instalação das registadoras?
Há bem pouco tempo, numa dita "reportagem" (decerto encomendada pelos responsáveis do sector), emanada pela nossa imprensa televisiva, muito isenta, de resto, um suposto empresário da restauração "ameaçava" encerrar o negócio porque não tinha pouco mais de uma centena de euros para pagar de IVA à AT. O lóbi da restauração é sim um dos mais influentes, e vá-se lá saber porquê, na nossa comunicação social e junto dos corredores do poder político. Caro Joaquim, tanta empresa neste país a lutar diariamente pela sobrevivência, a labutar como a formiga e a cumprir com os seus deveres sociais, e no entanto, sem qualquer visibilidade noticiosa. Mas por cá é assim, uns lutam todos os dias para que o estado não os estorve, outros gritam muito e bem alto para que o mesmo estado lhes lance o manã.
Pronto, se os restaurantes não exportam refeições não servem os objectivos do regime. Se não servem reduz-se-lhes as margens aumentando o IVA a ver se fecham.
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PPC é sabe o que é melhor para os tascos, bares e restaurantes e empresários em geral.
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Transformar comerciantes de bifes grelhados em desempregados parece-me bem. Principalmente se lhes pagamos subs. de desemprego. Mais a mais eles exportam-se a si próprios porque emigram aos magotes, às paletes, aos contentores... e vão comer bifes grelhados para outras paragens.
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E depois assume-se que o desemprego é estrutural que é como quem diz há uma chusma de gente que não sabe fazer outra coisa que seja grelhar bifes.
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Por falar em bifes, se notar que passeando pelo Modelo/Continente queria comprar um bife portugues e só estavam à venda bifes da Polónia.
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Deve ser por isso que um gajo importa 2 mil milhoes em alimentacao e exporta 1 mil milhões.
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Um gajo manda UM bife lá para fora ao preço da uva mijona e depois importa DOIS bifes da Polonia.
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A minha mulher, nao sei exactamente porquê, não quer carne de vaca da Polonia. Acha que não é de confiança que deve ter coisinhas más lá no meio, além de cavalo. Eu tambem não gosto muito de polacas. Prefiro carnes mais morenas.
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Rb
Em todos os países da Europa o iva da restauração é sempre o mais baixo, porque será? Se queremos um pais em que o turismo é uma das nossas forças não o podemos destruir.
Não tenho nenhum negócio na restauração.
Caro Ljubljana,
A economia paralela também se rege pelas regras de mercado :-)
Joaquim
Caro Joaquim,
Em Portugal, criamos a ideia de que qualquer palerma que ponha um avental e mexa nuns tachos se transforma por magia em empresário da restauração. Se por uma qualquer razão estranha ao mercado (no ponto de vista dele) não tem fregueses, há que manifestar-se frente ao portão do 1º ministro por um decreto que lhe garanta o lucro do negócio, mesmo que os fregueses continuem teimosamente a não estar dispostos a deslocarem-se ao seu tasco para comer a sua preciosa lavadura gourmet. E se a manif junto à casa do 1º não funcionar, chamam as TV's para acusarem o monstro do IVA, esse papão que lhes arruína o negócio.
Mas respondendo ao seu repto, mesmo a economia paralela pode a certa altura, por redução da procura (e não se esqueça que na economia paralela o IVA nada justifica porque pura e simplesmente não existe), ficar sobredimensionada, logo, qual é a receita do lado da oferta? Ora consultemos o gráfico...
É perfeitamente natural que a redução do rendimento da generalidade dos cidadãos se reflicta na decisão, relativamente fácil, de cortar nas refeições fora. Essa redução foi bastante expressiva, pelo que sempre teria efeito na redução de oferta.
Houve de facto restaurantes que mantiveram preços e absorveram o aumento do imposto, e outros que o reflectiram.
Em todo o caso, e pela amostra que conheço, tendo a concordar que mais que o aumento da taxa, foi o apertar do cerco do fisco que mandou muita gente ao charco.
O fato das finanças aumentar a fiscalização - tendo como resultado imediato o aumento da arrecadação - e logo de seguida aumentar a taxa é sintomático de como as autoridades e um parte da sociedade acha que se deve ir buscar dinheiro continuadamente onde existe algum cheirinho do mesmo.
Essa de ligarem as regras de mercado ao pagamento de impostos não lembra...
Pelas regras de mercado atuais que simplesmente não fugir aos impostos fecha. Quem pode coloca a sede na Holanda, quem não tem dimensão foge pura e simplesmente. O impacto do imposto reflete na rentabilização deste como doutros setores.
Agora que ninguem venha com cantiga de que setor x, y ou z paga o IVA di-rei-ti-nho. Se paga é porque atua em setor regulado pelo estado ou então é monopólio.
Claro, claro. Vista lá o avental, aplique suas economias da família, ature clientes e depois vá pagar impostos que não cabem na margem comercial praticada no país a ver o que é bom.
PS: não sou do ramo de restauração.
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