02 outubro 2013

não figura

No final dos anos 90, quando ainda havia divórcios litigiosos, retive uma notícia de jornal - e escrevi na altura sobre ela - que indicava que a maioria (75%) dos divórcios que passavam pelos tribunais eram da iniciativa da mulher.

A recente liberalização das leis do divórcio leva-me a pensar que esta percentagem aumentou. Mas mesmo aceitando os 75% como estimativa conservadora, a conclusão é que as mulheres são mais propensas (três vezes mais propensas, segundo esta estatística) a errar na escolha do cônjuge do que os homens.

Deus deu às mulheres competências muito variadas e extraordinárias, muito mais do que aos homens. Deus-lhes também competências vitais à sobrevivência da humanidade, que não deu aos homens. Mas dentre todas estas competências, a competência para escolher marido não figura entre as maiores.

Não surpreende, por isso, que em mais de dois terços da humanidade seja a família que escolhe o marido à mulher.

Eu não gostaria, porém, de deixar as minhas jovens leitoras - se é que tenho algumas - decepcionadas e muito menos desesperadas. Sem chegar ao extremo de certas culturas, em que o marido é escolhido pela família, uma certa intervenção da comunidade parece necessária para ajudar as mulheres a escolherem convenientemente os maridos.

A comunidade é feita de pessoas e a questão prática imediata é a de saber quem é, dentro de toda a comunidade, a pessoa mais competente de todas para ajudar uma jovem mulher a escolher marido, o psicólogo, o padre, a bruxa?

Não. O seu pai.

Antes de casar, apresente o seu namorado ao seu pai e deixe que ele o conheça. Ele não precisa de muito tempo. Depois, não tem necessidade de lhe fazer perguntas explícitas, do tipo aprovas ou não aprovas? Olhe para a expressão dele e leia-o nas entrelinhas. Vai ter a resposta.

19 comentários:

Anónimo disse...

Um post profundamente idiota.
E, se duvida, pergunte à sua senhora.leia-lho em voz alta e pausada, logo verá que ela se escangalha a rir.

Anónimo disse...

Li algures que na Inglaterra os homens estão agora a tomar mais a iniciativa de partir para o divórcio... então a % aumentou de 8-9% para uns 13-14% se me lembro...
Não tem nada a ver com a má escolha... a má escolha é dos dois. A questão é que as mulheres podem demorar mas quando decidem está decidido... e raramente olham para trás... nas coisas amorosas são muito mais cruéis que os homens. Já dizia o Bukowski que num dia são amantes e no outro deixam um tipo morrer na valeta... -- JRF

Anónimo disse...

Não deixa de me admirar que nos divórcios que conheço os pares pura e simplesmente não se suportam... um dia partilham a cama, noutro são ambos criminosos... pior que isso. -- JRF

zedeportugal disse...

Na opinião do autor do artigo quem deve escolher o marido de "uma jovem mulher" é o pai dela.
Perante tal enormidade, fico sem palavras. Resta-me, assim, fazer minha as do 1.º comentador.

Anónimo disse...

«E broches só nas putas, meu menino.»

Ricciardi disse...

Os dados estatistiscos estão aí, mas o Julgamento dos resultados, na minha opinião, não são bem interpretados pelo PA.
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A mulher toma a iniciativa de divorcio por um motivo simples:
- é imensamente mais independente do que o homem.
- a mulher vive e sobrevive bem sem marido, o homem vive mal sem a mulher. Torna-se um austrolopiteco.
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O homem só toma decisão de divórcio se pensar que pode voltar para a maezinha ou se tiver mulher alternativa. A mulher é autosuficiente.
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PS. Não me refiro a questões de dinheiro. Porque se metemos o dinheiro no meio entao a decisão de divorcio nao se toma nunca.
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O Pai em principio deve franzir o olho a todo e qualquer rapaz que apareça em casa como namorado da filha.
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Não é fácil, como diz o meu irmão, um gajo passar de CAçADOR a fornecedor de CaçA. É isso que significa para um Pai o namorado da filha. Um Caçador. E a Presa é a nossa propria filha quando as Presas sempre foram as filhas dos outros.
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Um problema dos diabos. Eu imagino mesmo que a primeira coisa q farei ao gajo que lá entre é mandar-lhe um bom cachaço. Se o gajo reagir é má pessoa e não serve para a minha filha. Se o gajo não reagir é um banana e tambem nao serve.
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Rb

Anónimo disse...

Sr. Professor,

Para quando um post sobre rendas?
Aguardamos ansiosamente.

PCCI *

* Portughese Cathlolic Club of Idiots

muja disse...

Eu não percebo a espantação da maioria dos comentadores...

Então que mal é que tem deixar o pai conhecer o namorado? Diminui a princesinha, querem lá ver?

Eu acho que o PA tem muita razão. Aliás, eu próprio dificilmente me casaria sem conhecer o pai da minha noiva.

Não quer dizer que o pai tenha a última palavra e acho que não é isso que o PA está a dizer.

Também não sei se aumenta ou diminui a probabilidade de divórcio, mas é pelo menos uma opinião que se pode ter em conta.

E é tema recorrente, desde Camilo, em que já as mulheres podiam casar com quem quisessem, que os casamentos por conveniência são os que geralmente correm melhor: primeiro porque, como o nome indica, são convenientes. Segundo, porque as pessoas aprendem a amar-se. Isto ao contrário dos casamentos por paixão, que colapsam quando esta se esgota.







Luís Lavoura disse...

as mulheres são mais propensas a errar na escolha do cônjuge

Não, porque o divórcio não se deve necessariamente a um erro na escolha do cônjuge.

Pode dever-se a que as pessoas evoluíram,s e modificaram, e o cônjuge atual já não é como o namorado de outrora.

Pode dever-se a que a mulher já não tem necessidade do cônjuge, como outrora tinha. A mulher que se casa quer um homem para procriar; cumprida essa função básica, o homem pode já não lhe servir para nada.

zazie disse...

Acho que elas se divorciam porque eles enganam mais.

muja disse...

Pois evoluem. A alguns até lhes crescem barbatanas.

Ricciardi disse...

O 'correm melhor' quer dizer o quê, muja?
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Que aguentam infelizes mais tempo?
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Eu não gosto lá mto de situações de dependência que 'obrigam' o parceiro a fazer o frete de estar connosco por causa da massa. É uma espécie de prostituição.
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Antigamente isso acontecia amiúde. As mulheres eram dependentes financeiramente dos maridos. E isso não é bom. Não é bom desde logo porque a morte do conjuge que gera rendimentos coloca o parceiro na miséria. As viúvas de antigamente (refiro-me ao vulgo das pessoas) passavam as passas do algarve para sobreviver.
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Às quartas feiras reuniam-se em frente a minha casa uma chusma de pessoas da aldeia assim. Nunca me esquecerei disso. E não me esqueço porque aquilo afligia-me mesmo sendo um miúdo.
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Rezavam em coro e eu ouvia-as e observava o meu pai a distribuir cabazes por essas pessoas. Tratavam-no por menino quando ele era um homem adulto. As viúvas apareciam com as suas filhas à minha mãe para ver se as podiamos acolher como empregadas domesticas.
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A maior parte delas tinham pouco mais de 10 anos de idade. Não pediam salário, mas tão somente o tecto e a comida. Tambem traziam os filhos rapazes mas esses era para outros trabalhos no campo e com o gado e nas vindimas etc. Os irmãos maiores emigravam e depois enviavam a massa para a mãe.
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A verdade é esta. Não estou a inventar nada. Foi o que teve de ser. Um gajo quando pensa nisso, e não vai há mto tempo, pensa no quanto evoluiu a sociedade, embora de forma insustentavel economicamente.
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Nos dias de hoje, para a mulher trabalhar menos ou não trabalhar para se dedicar à familia o sistema tem de mudar. Não podemos regressar ao passado miserável, mas podemos evoluir.
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Então, a partir do momento que as pessoas casam a Receita devia ser considerada do casal e não apenas daquele que aufere o salário. Isto para efeitos de protecção social na velhice. Há formas de fazer isto.
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Se as leis mudassem neste sentido, o papel da mulher podia (se for opção livre) voltar a ser o que sempre foi, mas com garantias.
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Rb

zazie disse...

Mujah;

Para noiva pergunta à mãe; não perguntes ao pai que ele também se engana.

";O)

zazie disse...

Não é isso. O bom senso tende a escolher o que é mais semelhante e o amor é cego.

Claro que relações com grandes diferenças (de idade, de estudos; de nível social, tendem a ser mais complicadas que aquelas em que até as famílias se dão ou se conhecem e são pares.

Do mesmo modo acredito que deve haver uma espécie de aprendizagem que se transmite- pais com relações estáveis tendem a ter filhos que também as vão ter.

E o inverso é muito comum. Há mais dificuldades em manter relações quem teve exemplo de divórcio em casa.

zazie disse...

Mas essa de pedir conselho ao pai acerca da noiva, deu-me vontade de rir.

A probabilidade de fazer asneira havia de aumentar na proporção directa da diferença de idades

";O)))

muja disse...

Rb,

V. leia homem:

primeiro porque, como o nome indica, são convenientes. Segundo, porque as pessoas aprendem a amar-se. Isto ao contrário dos casamentos por paixão, que colapsam quando esta se esgota.

O correr melhor é isso mesmo: corre melhor. As pessoas aprendem a lidar uma com a outra.
De qualquer maneira, não sou eu que digo. Não sou, nem de longe nem de perto, especialista. O que digo é que esse tema já é recorrente há muito tempo, e esta opinião em particular tida como sábia.

E o que diz das viúvas, aplica-se aos viúvos também.
Muito pior do que isso, e era algo que condicionava muito os casamentos, era o sistema de morgadio. Podia-se ser de família muito rica, mas estar-se sempre dependente do irmão mais velho.

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Zazie, acho que percebeu mal! O que eu queria dizer é que faria questão de conhecer o pai da noiva, não para lhe pedir conselho mas para que me conhecesse! No fundo, era pedir-lhe a mão da filha. Embora isso já não sirva para nada, é pelo menos uma questão de gentileza. É assim tão disparatado?
Para pedir conselhos tenho eu os meus pais! :)

zazie disse...

O que eu disse é que para pedir conselhos acerca da sua noiva, era melhor lembrar-se da mamã que do papá.

";O)

muja disse...

Faz sentido! :)

Anónimo disse...

"Eu imagino mesmo que a primeira coisa q farei ao gajo que lá entre é mandar-lhe um bom cachaço. Se o gajo reagir é má pessoa e não serve para a minha filha. Se o gajo não reagir é um banana e tambem nao serve"

Muito bom! Daqui a 15 anos, quando me deparar com essa situação, também vou adoptar essa táctica. Win-win!

ra