Há cerca de três ou quatro meses, à volta de uma mesa em que eu também estava presente, discutia-se um tema relacionado com a família, mas que não era certamente o divórcio (suponho que era o casamento entre duas pessoas com idades muito diferentes). Um homem novo, de trinta e dois anos, pai de um filho de quatro, afirmava convictamente uma tese sobre o tema.
Fiz-lhe saber, discreta e delicadamente, que discordava radicalmente da sua tese.
Ele insistiu, certamente que não para me irritar, mas porque estava convicto. A discussão iria terminar em confronto e provavelmente em zanga.
Foi, então, que eu lhe perguntei:
-Oh J., tu discutes certos assuntos sérios com o teu filho de quatro anos?
-Não, respondeu ele.
-A diferença de idades é muito grande, não é?
-Sim, vinte e oito anos.
-Então por que é que há-de um homem de 60 anos discutir contigo certos outros assuntos sérios, como este? É a mesma diferença de idades, vinte e oito anos, não é?
A discussão terminou ali.
3 comentários:
Caro Professor Arroja,
É um tema interessante que coloca aqui.
A minha questão é a seguinte: conheço pessoas com imensa experiência de vida mas sem nenhuma capacidade de julgamento. Capacidade de julgamento e experiência são conceitos totalmente independentes; confundi-los é um sério erro intelectual e uma base de argumentação bastante duvidosa.
É essa a minha questão e pequena forma de retribuir ao seu post.
D. Costa
Que arrogante PA. Isso é mesmo a lógica de que alguém por ser mais velho tem razão por natureza.
Que argumento ridículo: comparar uma discussão entre um adulto e uma criança a uma discussão entre dois adultos.
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