O teólogo jesuíta Karl Rahner defendeu que é a consciência de Deus, a aceitação de um poder superior, a quem devemos fidelidade e a quem devemos seguir, que distingue os seres humanos das outras criaturas. Se a fé em Deus desaparecesse completamente da mente humana, nós não ... nos tornaríamos donos do nosso próprio destino; pelo contrário, desceríamos ao estado de animais muito espertos, e o nosso fim seria demasiado horrível de contemplar.
Paul Johnson
4 comentários:
E é por estas e por outras que os jesuítas são uma tropa de elite. Pena que às vezes se distraiam um bocado com manobras de diversão.
Mas "animais muito espertos" descreve tão perfeitamente a intelectualidade jacobina ...
O que nos destingue dos outros animais é o facto de sermos animais muito espertos e acharmos que tem de haver um propósito para a nossa existência.
E a consciência de que todos vamos morrer torna "o nosso fim demasiado terrível de contemplar". Muito mais confortável assumir que somos suficientemente importantes para merecer a vida eterna.
É assim natural que alguns postulem a existência de um ser infinitamente complexo que nos tenha criado á sua imagem. Mais importante que isto não dá para ser.
Uma pena que Darwin tenha mostrado que somos apenas o resultado de um processo aleatório.
Tal como toda a gente, os teólogos podem dizer o que quiserem.
"Se a fé em Deus desaparecesse completamente da mente humana, nós não nos tornaríamos donos do nosso próprio destino"
Para mim esta afirmação é realmente admirável. Como é que a fé em Deus está relacionada com o ser ou não ser dono do nosso destino? Sinceramente não vejo a conexão. Aliás, logicamente até me parece exactamente o contrário. Ao nos libertarmos do dogma de Deus, mais depressa seremos donos do nosso próprio destino, para o bem ou para o mal...
Mas como é que o Karl Rahner conclui o que conclui? Certamente não pelo método científico. Ele crê que a crença em Deus nos distingue dos animais. Que essa é a verdadeira separação entre seres humanos e animais. Portanto, quem não crê em Deus não é muito diferente dos animais, simplesmente é mais "esperto". Basta dizê-lo para que se torne verdade?
Estou com o PedroF que diz que o que nos distingue dos animais é sermos realmente animais muito espertos.
Mas não me confundam. Não sou ateu. E não sou crente. Quem sou eu para afirmar que existe ou não existe Deus? Sou pequeno demais para achar que conheço a Verdade. Confesso, a minha posição é talvez a mais confortável de todas. Mas talvez a menos desonesta. A única coisa que sei é que nunca saberei.
Enviar um comentário