11 junho 2013

Sair do €? a via Panamá plus

Panamá, o país sem moeda própria e assim, sem o tradicional Banco Central: "Panamá, país que crece a un ritmo anual del 8%, se postula como centro financiero de América Latina."

PS: Pode-se ("a modos que") sair do € sem obrigar as pessoas e empresas a converter os seus depósitos. Basta declarar que podem circular outras moedas, incluindo e em especial em ouro e prata (e já muito se ganharia se apenas fosse introduzido "apenas" um escudo em ouro amoedado, se os bancos centrais, incluindo o Banco de Portugal, já o utilizam como reserva monetária*). Eu vejo algum potencial numa posição similar ao Panamá adicionando o ouro/prata com a formação de um "cluster" financeiro/industrial na emissão de ouro/prata amoedado e em serviços de depósito em contas correntes.

Falta saber, claro, se isso é compatível com estar na UE e/ou os actuais bancos poderem continuar a relacionar-se directamente com o BCE, embora nada (economicamente, menos certo  politicamente) impedisse que isso acontecesse ou pelo menos que seja possível negociar um dado estatuto de associado que conservasse as vantagens da livre circulação convivendo com o € por opção de quem o queira utilizar. Existe, creio, pelo menos um caso de circulação do € sem fazer parte (ainda) da UE nem do BCE, no Montenegro, depois de ter adoptado unilateralmente o marco alemão em 1999.

PS2: Claro que não é bem isto que muitos pretendem com a saída do €, que é poder gerir activamente a quantidade de uma nova moeda para acomodar défices e dívida nominal denominada nessa nova moeda nacional, e ainda a desvalorização real de salários e preços das exportações. Existem argumentos que podem ser apresentados para tal, em especial vindos da área mais liberal, mas eu sou muito céptico.

*A sua introdução poderia passar por parte da despesa pública (salários e pensões por exemplo) poder ser paga faseadamente utilizando reservas de ouro detidas pelo BdP, o que inserido num plano transitório para o equilíbrio orçamental seria "ouro" sobre azul. A questão fiscal teria de ser abordada (impostos directos e indirectos aplicáveis a mais que uma moeda) mas como tudo com carácter técnico, tem solução.

PS3: Mais info que encontrei Panama’s golden touch:
"With no central bank and the dollar as one of two national currencies, the Panamanian economy is certainly unique, and it has allowed local financial institutions like Credicorp Bank to thrive when the rest of the world is sinking.(...) The SBP requires local banks to maintain a minimum liquidity ratio of over 30 percent, which has ultimately protected the local economy from the worst of the global downturn.(...) When the financial markets hit troubled waters, Credicorp saw an opportunity to expand into a new region while protecting its customers’ assets by investing in precious metals.(...) Credicorp deals with gold and silver commodities for investment but it is the only bank in Panama to also sell the metals directly to their clients as an alternative asset. “Gold is seen as a safe-haven and our customers wanted to diversify their portfolios,” explains Chong. “It has been extremely popular. Customers feel safer and comfortable dealing with a reputable financial institution.”

3 comentários:

Vivendi disse...

Sair do do € era termos um novo prec em Portugal.

Mas entendo perfeitamente a idia do CN.

Vivendi disse...

ideia

Anónimo disse...

«Claro que não é bem isto que muitos pretendem com a saída do €, que é poder gerir activamente a quantidade de uma nova moeda para acomodar défices e dívida nominal denominada nessa nova moeda nacional, e ainda a desvalorização real de salários e preços das exportações.» CN
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Grande CN, de facto a imaginação é, digamos, profícua no que estes temas diz respeito. Não sabia que o Panama não tinha moeda própria. Estou sempre a aprender.
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Anyway, porque é que quando se fala em moeda própria, o caro CN insiste (não é 'defeito' exclusivo seu) em deduzir que, sendo própria, se pode desvalorizar à vontade. Vejamos, o CN tem algum argumento contra uma moeda cuja cotação possa fluir naturalmente de acordo a estrita flutuação que advém simplesmente das trocas com o exterior? Quer dizer, de acordo com as leis de mercado, da oferta e da procura pela mesma, sem que para isso tenha que imprimir mais moeda?
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Rb