O João Miranda, neste post, afirma que "é difícil encontrar uma boa explicação do mecanismo que faz com que descidas de impostos gerem crescimento". Penso que tem razão, apesar dos muitos e bons argumentos contrários. Ver este post do Rui Albuquerque e este do Carlos Guimarães Pinto.
O problema para mim, porém, não deve ser colocado numa esfera utilitarista, mas sim como uma questão de princípios. Os impostos, se me permitem parafrasear Ron Paul, são imorais e um roubo - em particular o IRS. Perguntarmos como é que uma descida de impostos gera crescimento é quase o mesmo que inquirir como é que acabar com os carteiristas gera crescimento.
Os carteiristas também consomem e contribuem para aumentar a procura interna, ou não?
5 comentários:
Joaquim,
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Use_of_Knowledge_in_Society
Esta gente descolou definitivamente da realidade.
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Como é que se atrai investimento estrangeiro (e nacional) com taxas de imposto (IRC) mais elevadas do que aquelas praticadas nos países concorrentes?
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Acaso os empresários investem em determinado país porque gostam muito do Joao Miranda, e isso bastará para rentabilizar investimentos, ou será porque tem maiores vantagens comparativas, nomeadamente nos custos de contexto?
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Se o investimento estrangeiro e nacional aumentar em vez de diminuir, é natural que o desemprego baixe. Se o desemprego baixa, o estado precisa de recolher menos impostos para financiar prestações sociais de desemprego e ganha mais massaroca na segurança social.
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Keynes no caso portugues, ao contrario do que afirma o RUI A., não recomendaria investimento publico para aumentar a procura interna, uma vez que o estado e as familias estão sobreendividados.
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Recomendaria, isso sim, abaixamento de impostos massivos. O mesmo é dizer que induziria investimento privado, induziria emprego... e defenderia algumas barreiras à entrada de produtos importados durante um determinado periodo.
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Rb
Os impostos são um roubo
E a polícia nas cidades é uma oferta.
Não, pois, quer dizer os argumentos do JM redundam numa conclusão incrível e inacreditável: que o crescimento económico é independente do nível de impostos.
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O mesmo é dizer que, poder-se-ia até, imagine-se, ter taxas de imposto ao nível dos 90% que daí não adviria menos crescimento.
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Quer dizer, a motivação dos investidores é indiferente do nivel das taxas de impostos.
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Ora, Impostos elevados só funcionam de forma +/- indiferente quando os agentes económicos (a procura) estão confiantes e têm poder de compra bastante. O mesmo é dizer que Impostos mais altos funcionam bem quando a economia está em fase de crescimento acentuado.
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Se o pessoal tem bons salários, produzem produtos com bom Valor acrescentado e tem boa produtividade (escandinavos), então Impostos mais elevados não têm o mesmo impacto que num país (como Portugal) que tem salarios baixos, fraca produtividade e produtos de baixo Valor acrescentado.
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Em suma:
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1) por que raios haveria um industrial, que quer exportar, em investir em Portugal se pode fazê-lo num país com impostos muitíssimo mais baixos e com custos de trabalho e grau de formação dos trabalhadores até menores?
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2) por que raios haveria um industrial, quer quer operar e satisfazer o mercado interno, em investir se a procura (o pessoal) não tem capacidade de compra e se pode os impostos para produzir o que quer que seja são mais elevados do que em qualquer outro país comparavel?
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3) por que raios haveriam TODAS as empresas do PSI 20 (bem, apenas 90% delas) de fazer regressar as sedes das suas empresas da Holanda para Portugal?
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4) por que raios é que existe gente que acha que um Imposto não é um factor de competitividade num mercado aberto?
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Rb
A lot of the research we see today is not actually reviewed by anybody, Altman says. "Not very many people check through it to see whether it's genuinely rigorous. This makes it easier, he says, "for people to continue pushing old ideas that really ought to have been put to bed by now."
http://bigthink.com/econ201/how-to-see-past-the-economic-smoke-and-mirrors
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