Surgiu nosso tempo uma moda muito peculiar: a ideia de que, quando as coisas estão a correr mal, do que nós precisamos é de um homem pragmático. Ora, é bastante mais correcto afirmar que, quando as coisas estão a correr mal, do que nós precisamos é de um homem que não seja pragmático; precisamos, pelo menos, de um teórico. Um homem pragmático é um homem que só conhece a prática do dia-a-dia, o modo como as coisas habitualmente funcionam. Quando as coisas não funcionam, temos de recorrer ao pensador, ao homem que tem algum conhecimento da razão pela qual elas funcionam.
Chesterton
1 comentário:
Penso que isso depende muito da natureza da crise. Se é uma crise que pode ser vencida mantendo o modo vigente de encarar o mundo e as coisas, o que precisamos é de um pragmático, que faça "mais do mesmo". Já nos momentos em que se exige uma "ruptura do mundo", digamos assim, é preciso poder pensar outra realidade, não meramente agir. Contudo isso é uma simplificação, pois mesmo quando se exige ação é necessário pensar isso (cito Keynes como exemplo) e mesmo as ações de "ruptura do mundo (como as conquistas do "Novo Mundo" lideradas por Portugal) possuem uma boa dose de ação anterior à própria especulação. A rigor as duas coisas são sempre necessárias e a ação "nova" costuma anteceder a prória especulação, que surge depois para justificar a ação. Como disse Hegel referindo-se também a isso, "A coruja de Minerva alça voo com o início do crepúsculo".
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