Hoje em dia é habitual os bancos, como nesta figura, terem na sua posse apenas 20 000 unidades monetárias ("Cash") para contas correntes (hoje em dia, reservas no banco central, antes, ouro/prata físico) de 1 020 000 unidades monetárias (depósitos à ordem ou "Warehouse receipts to Cash", antes, supostos registos de posse de ouro/prata físico). O que representa o máximo que serão capazes de transferir para outro banco se a isso forem solicitados sem entrarem em incumprimento ou terem de recorrer a mecanismos de liquidez de emergência.
Estamos a falar de contas corrente à ordem que financiam o activo do banco. O que tem isso de diferente da normal actividade de especulação de pedir crédito a curto prazo para investir a maior prazo? Que neste caso se utiliza a própria moeda para o fazer, e a moeda por definição não deve constituir-se ao mesmo tempo um meio de troca imediatamente disponível e crédito.
14 comentários:
Já ouviu falar do mercado interbancario de cedencia de liquidez?
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Pois é, olhe, durante a noite, quando um banco precisa de massa, os computadores falam entre si e desatam a emprestar massa uns aos outros, consoante as necessidades pontuais de cada um. Hot Money.
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Hot lines, cá para mim. Uma orgia pornografica cibernética nocturna longe dos olhares do bicho humano.
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A coisa é simples, vejamos, à meia-noite o computador do BES diz ao do Totta, olha lá tenho aqui uns marmelos que levantaram mais do que a conta, caraças, tens aí umas massas que me emprestes. Eu amanha devolvo-te. Tenho meu, mas tens de me pagar 10% por isso. Foda-se pá que exagero, pareces um agiota. Não pareço, sou mesmo um agiota. Está bem manda lá bits no valor de 10 milhoes. Ok, aqui vai, abre as pernas.
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No dia seguinte o computador Totta vê-se com o mesmo problema e à uma da manha contacta o Bes e pede-lhe massa e este diz ha ha, apanhei-te, agora és tu que me vais abrir as perninhas e inicia-se novamente a orgia.
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Às vezes, o preço pela queca é tão alto, que desmotiva os tipos e vai daí aparece o chulo do sistema que se chama BC (banco central) e que tem as chave de codigo de tudo e fabrico caseiro de notas, e empresta o que for necessário para manter os picos de insuficiente de liquidez do sistema.
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Quando o sistema está satisfeito, e até já tem mais gajas do que gajos na orgia, ou vice versa, os computadores dos bancos devolvem ao chulo mor, que é o BC, aquilo que tomou emprestado. E desatam a devolver a massa uns aos outros em cadeia.
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O cliente, esse, nem se apercebe da coisa, mas o dinheiro que ele vai lá levantar ao banco já passou pelas mãos de chulos, proxenetas, prostitutas e rabetas.
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Anyway, dinheiro é dinheiro, e como se vê não serve apenas para efectuar trocas, tam pouco serve apenas para acumulação de valor, serve tambem para podermos emprestar uns aos outros.
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Rb
E como diria o nosso prezado colega comentadeiro Pedro Sá:
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Bump.
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Rb
Mas que merda é essa do Bump?
Prezado, só se for por si.
ehehehehe que grande fornicanço que vai por aí
RB
Afinal de contas quando pretende ter uma certa quantia de moeda disponível segura acha por bem que só se consiga tal levantando em notas e guardando em casa quando era suposto poder depositar (à ordem) e ter essa segurança (mantendo a conveniência de conta -corrente)?
Pode responder com um sim ou não?
Nim.
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Oh Cn as coisas não são assim. Eu acho bem que o sistema seja seguro.
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Que o meu dinheiro nos bancos, seja ele em DO ou DP, esteja protegido por activos solventes da instituição aonde os tenho. E acho bem que esses activos sejam controlados pelo BC.
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Aceito que possam existir depositos em que os bancos não os possam utilizar nas suas actividade e aonde prestam apenas um serviço de guarda cobrando para o efeito pelo serviço de cofre e eventualmente pelo serviço de cartoes etc.
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Mas eu não quero pagar para ter o meu dinheiro no banco. Vc imagina quanto é que teria o pessoal de pagar para os bancos guardarem a massa sem a poder emprestar?
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Eu não sei, mas imagino. Se os bancos nao pudessem emprestar a massa à guarda, o negócio passava a ser o de Segurança e Serviço de cartões. Dos actuais 2% sobre cada transação passaria a pagar 10%. Pagaria ainda uma mensalidade para o guardarem. Nos depositos pequeninos, que são a maioria dos depositos, os bancos sacavam as comissões de guarda e serviços de cartões e a prazo o pessoal tiraria o dinheiro de lá.
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Isso só funciona para um tipo de pessoas especificas: os mais ricos e aqueles que não têm emprestimos. Todos os outros, 95% dos depositantes, não se aguentavam num banco desses. Porque precisam de créditos vários, por um lado, e porque não tem massa para pagar os serviços.
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Portanto, a minha resposta é Nim.
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Rb
RB
Pelo que percebo, a sua resposta é baesada na ideia que:
- não haveria crédito
e que por isso:
- as pessoas devem ser forçadas a conceder crédito aos bancos com os seus depósitos à ordem.
É isto?
Uma parte, sim.
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Mas a palavra 'forçadas' que usou tem duas interpretações. Porque que é que considera 'forçadas' os depositantes actuais e não considera 'forçados' os depositantes do sistema que propõe. É que vc, pelo que intuo, não propõe que o sistema coabite com os dois sistemas de deposito - com risco e sem risco. Não, vc propõe que os meus depósitos não sirvam para financiar a economia. Ora, sendo assim, eu sou forçado a não pedir dinheiro emprestado porque vc não acha bem.
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O que eu proponho é que se possa ter um tipo de depósitos sem risco em coabitação com depósitos normais. As pessoas escolherão o depósito que mais lhes convier. Estou a correr o sério risco de parecer mais liberal do que o que sou, mas pronto.
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Mas o meu ponto é que 95% das pessoas escolheriam os depósitos normais (com risco) porque precisam de crédito.
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Por mais voltas que dê, as pessoas precisam de crédito. As pessoas e as empresas. Para a casa, para a tesouraria, para investimento, para o que quer que seja. O capitalismo assenta nisto.
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E para ter crédito, precisam de ter dar contrapartidas a quem o concede. A principal, desde logo, para além das garantias normais, seria ter uma conta DO normal. Acredite.
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O outro problema que antevejo na sua proposta é os custos pela guarda dos depósitos, claramente incomptaveis com o saldo médio reinante do pessoal.
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Rb
Claro que pretendo as duas possibilidades, desde que os termos contratutais sejam claros enão se troquem os nomes às coisas:
"Exigimos que os "Depósitos à Ordem" deixem de ser financiamento em risco aos Bancos e passem a constituir-se como verdadeiros "depósitos": uma conta corrente de moeda (com todas as funcionalidades correntes de movimentos a débito e crédito) depositada à guarda de valores, sem risco de crédito.
No actual sistema monetário tal significa que os Bancos terão de manter esses valores em reservas monetárias junto do Banco Central e ainda que de forma agregada, protegidos quer de eventuais necessidades de liquidez dos Bancos para outros efeitos, quer de potenciais falências bancárias e/ou acções de reestruturação exigidas por entidades públicas.
Os Bancos que pretendam oferecer contas correntes que constituam seu financiamento deverão oferecer um produto com uma designação clara e compatível com tal contrato de crédito e risco inerente.
Os signatários "
Ok, esclarecido.
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Mas podia propôr apenas que se crie um novo deposito que se chamaria 'Depósito COM Custos Mas SEM Risco' - DCSR - eheheh - e os actuais DO's podiam chamar-se Depositos SEM Custos mas COM Risco - DSCR.
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Bump :)
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Rb
Oh Pedro Sá, expliquelá ao pessoal o que é esta cena do Bump. A mim parece-me bem. É coisa suficientemente sonora para o meu gosto.
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Oh filha gostaste?
- Bump.
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Rb
RB
O custo de custódia já e hoje modesto até para contas de ouro físico.
Não assustaria ninguém, de resto, os bancos já têm custos de manutenção associados.
Assim sendo, a forma como está redigida a petição ainda não convence?
Eu respeito a sua opinião, mas não me parece boa ideia. Não a ideia em si, mas a confusão que ela poderia causar nas mentes mais susceptíveis.
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Do tipo ai jasus que afinal os nossos depositos estao em risco e parece que podemos perde-los, bute levantar tudo de supeton e metê-los nos Depositos do CN sem risco. Pronto, era o caos.
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No fim do mês, o gajo que guarda os depositos entusiasma-se com aquela massa toda parada, mesmo parada, e toca a emprestar aquela massa sem controlo de um BC. Sabe que era isso que acontecia dantes, não sabe CN?
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Alguns até tiveram que fugir quando a coisa deu para o torto (porque aí, sim, era fraude, o pessoal tinha certificados de guarda e, afinal, não tinha lá o dinheiro) e então os donos antes de se pisgarem viram os cofres tão cheios, tão bonitos que pensaram, raios, já que tenho de me pisgar vou levar esta fortuna comigo. E pimbas, faziam-no. No Far West aconteceu isso por diversas vezes.
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Em suma, não me leve a mal caro CN, mas podia tentar fazer com que se criasse uma nova figura de depositos sem pretender colocar em causa o sistema actual chamado-o de fraude e risco.
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Podia fazer a petição pela possibilidade de se criar um novo Deposito à Guarda, sem chamar à colação o sistema vigente que, queira-se ou não, é essencial manter-se com confiança.
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Rb
Criar um "Novo" vai dar ao mesmo.
A transformação dos actuais DO´s para "à guarda" obriga a que o BCE emita as reservas necessárias. E isso pode ser feito sem esforço ou inflação. Ou seja, emite as reservas necessárias e passa a 100% de reservas (não é inflacionista)
Confiança total mantém-se, ou antes, melhora.
De notar que este processo destina-se a repor o contrato originário de depósito. Não a intervir para obrigar a uma dada solução.
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