01 março 2013

E então e Kant? E Popper?

1. "Although Mises does indeed resort to Kantian language, nothing in his argument depends on Kant's system. As Mises employs the phrase "synthetic a priori proposition," for example, it simply designates a proposition that is necessarily true and not a tautology. Those who prefer an Aristotelian approach can easily translate Mises's terms into their own preferred usage.

Mises's chief importance for our purposes does not lie in his Kantian veneer. Rather, a group of philosophers, the logical positivists, who arose in the 1920s developed doctrines that threatened to undermine the Austrian system. " The Philosophical Origins of Austrian EconomicsDavid Gordon 

2. "Mas diferentemente de Kant, Mises não tem um interesse específico na epistemologia. Com seu reconhecimento de que a ação é o elo de ligação entre a mente e a realidade exterior, ele encontrou a solução do problema Kantiano de como é possível a existência de proposições sintéticas a priori verdadeiras. 
...
...a condição destas proposições de declarações verdadeiras a priori relativas a alguma coisa real deriva-se de nosso entendimento daquilo que Mises chamou de "o axioma da ação".

Este axioma, a proposição de que os humanos agem, cumpre precisamente as exigências para ser considerada uma proposição sintética a priori. Não é possível negar que esta proposição seja verdadeira, uma vez que a negação teria que ser categorizada como uma ação—e, portanto é literalmente impossível revogar a validade da declaração. E o axioma também não é derivado da observação—existem apenas movimentos corpóreos a serem observados, e nenhuma "ação"—mas origina-se de nosso entendimento refletivo.

Além disso, mesmo sendo algo que tem que ser entendido ao invés de observado, ainda se trata de um conhecimento sobre a realidade." Hoppe

E Popper?

"What then is all the fuss about? Popper's falsification criterion is in fact much more than a triviality. He maintains that confirming a proposition does not add to the probability that it is true, since he rejects induction. No matter how many times a demand curve has been found to slope downwards and to the right, the chances that this statement is true have not gone up. Mises displayed characteristic good sense in having nothing to do with Popper's skepticism.

At every stage in the development of Austrian economics, philosophy has been an accompanying though not dominating presence. Action, that leitmotif of praxeology, has in the Austrian tradition received a distinctly Aristotelian analysis. Austrian economics and a realistic philosophy seem made for each other.The Philosophical Origins of Austrian EconomicsDavid Gordon

32 comentários:

zazie disse...

É. Esse axioma é altamente.

Os humanos agem- é sintético, pois. E a priori, também.

Nem sei por que é que ele não se lembrou de outro axioma do género:

Os humanos cagam- também é sintético, e apriori.

E os humanos pensam, já dizia o outro, só que alguns são mais substância de nhanha que pensante.

CN disse...

Zazie

A Zazie não lê, matraqueia...

Eu demorei uns tempos a perceber o conceito, mas como tempo vejo bem a sua importância

a acção e as suas propriedades são factos da realidade, e na acção humana não existe possibilidade de mensuração e muito menos de modelização - como disse, se assim fosse, o socialismo era possível perante entes deterministas.

Agora, a reflexão sobre a acção torna-se uma reflexão sobre a realidade concretizada, o homem na sua natureza manifesta-se nas escolhas que faz.

Por exemplo: "preferir antes do que depois" é uma propriedade da acção com o tempo escasso, se assim não fosse era completmante indiferente na nossa natureza atingir um fim hoje como daqui a 30 anos.

Agora: estas reflexões são metafísicas ou são sobre a realidade.

É mais ou menos isto. Faça um esforçozinho...

CN disse...

Queria dizer:

"Agora: estas reflexões são metafísicas ou são sobre a realidade?"

Sobre a realidade.

E a sua veracidade nascem onde? na realidade da acção que pressupõe, fins e meios escolhidos com um proposito, uma intenção. É a natureza da realidade humana.


O ponto de partida "o homem age", parece inconsequente, mas torna-se primordial para justificar as restantes proposições. Se "age"... tem fins e meios e tempo... etc...

O que a praxeologia determina é que não existem preposições universais que saiam do método empírico das ciências naturais.

zazie disse...

Explique-me uma coisa- com isso, v. faz o quê?

Se não faz filosofia e por isso lhe chama metafísica (imagino que nem saiba o que significa metafísica)

faz o quê?

Faz prática económica, faz prática política?

Explique lá o que faz com esta lógica da batata.

zazie disse...

Repare no que escreveu:

«na acção humana não existe possibilidade de mensuração e muito menos de modelização - como disse, se assim fosse, o socialismo era possível perante entes deterministas.»

Pois não. Não existe. Mas pode existir um pressuposto determinístico que não tem de ser socialista.

Agora veja a sua lógica.

1- Nega esse pressuposto determinístico porque o cola ao socialismo (sem ninguém saber como, pois determinista também era Aristóteles e Platão e nunca foram socialistas)

2- Se o nega, fica com tautologias, a que chamam axiomas e que são meras tretas lógicas.

Ora é com essa lógica que v. afirma que descobrem Leis Universais da Acção Humana?

Então temos leis Universais de uma coisa que v. mesmo diz que nunca poderá ser modelada.?

Temos uma Ciência Política e uma Economia Política e uma Ética político-económica que são passíveis de serem leis, sem nunca poderem ser modeladas nem experimentadas?

São segredos dos deuses?

É isso, servem para masturbação mental entre iniciados?

CN disse...

"Então temos leis Universais de uma coisa que v. mesmo diz que nunca poderá ser modelada.?"

Claro que não pode ser modelada...

A Zazie gostava de ser modelada? Ou que o comportamento de um grupo de pessoas fosse modelada e portanto pré-determinada?

CN disse...

Já agora:

"o homem age" é falso em si mesmo, verdadeiro em si mesmo, não há como saber? não existe como saber? não interessa porque todo o conhecimento reflexivo sobre a realidade é ilusão?

Se for verdadeiro acha possível tecer mais proposições a partir daí ou impossível?

CN disse...

"Temos uma Ciência Política e uma Economia Política e uma Ética político-económica que são passíveis de serem leis, sem nunca poderem ser modeladas nem experimentadas?"


É mesmo que isso que tem de reflectir... o que significa para si ser modelada?

As proposições escritas baixo sobre utilidade decrescente no seu do termo é "modelar"?

Se é, óptimo. É modelar.

O que não pode é ser validade ou invalidade por métodos empíricos próprios das ciências naturais. E assim, nâo pode ser modelável com equações e mensurações.

zazie disse...

Quanto ao determinismo, recomenda-se a leitura do Prigogine e da noção de clinamen:

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zazie disse...

Então, se não é modelada, como é que tem Verdades que v.s sabem serem ABSOLUTAS?

Phónix!

Que raio é uma VERDADE CIENTÍFICA DE UMA CIÊNCIA HUMANA QUE TAMBÉM É UMA PRAXEOLOGIA CIENTÍFICA?

zazie disse...

Desculpe lá mas isto complica com os nervos.

Isto não tem sequer lógica.

É que, se ainda fosse Filosofia, até o Wittgenstein deu com modelos da realidade que são retratos dela mas não podem ser aplicados precisamente por terem por base questões lógicas que são metafísicas.

E, para se falar disto, tem de se fazer Filosofia.

Ora isto nem é Filosofia- é uma salgalhada de mistura de carcanhol e propriedade com ideologia libertária.

zazie disse...

O homem age é uma cópia do Descartes que dizia "penso, logo existo".

Portanto, o que isso diz é que tudo o que é humano tem de agir. Claro, para estar vivo, não posso estar morto.

Só que isso serve para ter algum apriori como o Descartes imaginava que era a substância pensante?

É que ele enganou-se- quando se pensa, pensa-se sempre acerca de algo, logo, nem esta afirmação é uma mera evidência- uma ideia que apenas devia conter um conceito que se desdobrava sobre si mesmo.

E o age, é idêntico- quem age, age sobre alguma coisa, num tempo e numa forma específica e age de muitas formas e nada disto é auto-evidente nem axiomático porque agir implica sempre mais do que o conceito que supostamente enuncia.

Entende?

zazie disse...

E há-de ser por isso que o idiota do Rothbard teve de colocar um imaginário Robinson Crusoe a agir sobre a natureza- para macaquear o Locke, numa ilha deserta e sem sequer ter o papagaio Sexta-Feira para lhe dizer que ele estava a fazer merda.

É que agir em ilhas desertas foi gozo que o Swift fez, quando escreveu as Viagens de Guliver, para fazer em cacos os cientoinos utópicos da altura.

zazie disse...

Estes gajos tiram a sociedade de tudo, inventam um ser humano modelo- metem-no numa Ilha deserta, inventam que ele vai exercitar a Natureza Humana naquele ambiente ideal e depois dizem que isto é Praxeologia Científica.

Então não é. É científica, popular e de massas, como diria o outro da Revolução Cultural.

CN disse...

"Rothbard teve de colocar um imaginário Robinson Crusoe a agir sobre a natureza"


Oh meu deus, é uma velha tradição dos economistas clássicos Zazie.


Permite reflectir! É contra a reflexão!

Está a inverter a ordem das coisas. Quem inventou homem novo foram outros e ainda continuam hoje.

Os austríacos compatibilizaram a economia com a tradição intelectual reflexiva.

Não admira que tenha nascido em Viena depois de serem precedidos pelos escolásticos e franceses clássicos.

CN disse...

Os empiristas (no sentido aqui exposto) sim, cria um homem imaginário que não existe e até têm a veleidade de usar funções de maximização da matemática para determinar justiça e leis de comportamento.

A única argumentação válida contra o eficientismo matemático-empírico dos neoliberais de Chcago e Co e que tanto mal têm feito, são os austríacos.

Tudo o que se aponta contra o neoliberalismo moderno (modelos, pressupostos de eficiência, etc...) são refutados pelos austríacos.

Se prefere juntar-se a esses. Ou então para o seu espelho socialista...

zazie disse...

Está a desatinar mas quem faz figura palerma não sou eu.

Fique bem.

Quando aparecer alguém que saiba o que diz, eu aceito conversar.

Quer-se dizer- estes tipos são também responsáveis pelo monetarismo que é outra Lei Universal do laisser-faire- à conta do monetarismo e dessas leis de auto-regulação da Economia, estamos nós bem aviados, e agora dizem que o problema é observarmos o resultado na prática.

Pois é.

Mais valia que os imbecis observassem muita prática antes de venderem utopias.

zazie disse...

Essa do "junte-se aos de Chicago ou ao espelho dos socialistas" tem o mesmo nível lógico de tudo isto:

Se não é cão, tem de ser gato.

Francisco disse...

O mais engraçado é que a acção humana de Mises é um modelo matemático disfarçado, e na volta até é determinista.

O problema é que o CN parece não saber exactamente o que é um modelo, e usa indiferentemente as palavras empirismo, determinismo, estatística e matemática sem se perceber exactamente qual é a ideia.

A acção humana de Mises pode perfeitamente ser descrita como um modelo matemático (ver Rational Choice Theory), e se não foi é porque o Mises ou não gostava ou não percebia nada de matemática, e preferiu usar a arte das palavras.
E melhor do que isto, eu até posso simular a acção humana de Mises num computador, se eu der como input qual é o objectivo de determinada pessoa e um conjunto de restrições da natureza, eu vou deterministicamente calcular a acção humana com base na escolha racional (mais vale antes que depois, mais que menos, etc). E melhor ainda, se a experiência for bem feita eu até posso fazer um teste empírico que compare simulação com realidade.

Na linguagem de modelos matemáticos (que não é necessariamente igual à Filosofia), a acção de Mises é determinística, porque dada uma vontade de alguém e uma série de circunstâncias da realidade, eu vou de dedução lógica em dedução lógica até chegar a uma única acção humana possível (por oposição a um modelo estatístico, que ao contrário do que o CN pensa, não é determinístico).

Ricciardi disse...

Se o caro CN gosta tanto dos austriacos, e supondo que v.exa. é economista, eu faço-lhe uma pergunta básica?
- Calcule a Taxa Natural, que tanto preocupou Hayek, das cebolas, dos aipos, dos iogurtes...
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Se me souber responder a isto, concretamente, eu juro que me converto ao movimento libertário.
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Em todo caso, essa procura pela natureza das coisas infímas, no caso a Taxa Natural, levou a que Hayek tenha confessado em carta ao Keynes que admitia ter dificuldade em traduzir a Taxa Natural (que é um conceito basilar da teoria Hayekiana para explicar as crises - o diferimento entre Taxa de Mercado e Taxa Natural).
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Mas vc quer saber o que é que Keynes lhe respondeu?
- Quer?
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Então aqui vai, mais ou menos nestes moldes: 'caro Hayek aceite a minha sugestão para sair do imobilismo que entrou, e calcule a Taxa Natural recorrendo a uma média ponderada.'
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ahahahahah. Ai Jasus nosso Senhor, Hayek deve ter ido de urgencia para o Hospital.
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Anyway, meu caro CN, quando vc diz que a Acção Humana não é mensuravel nem padronizavel, refere-se concretamente a quê?
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É que eu posso dar-lhe milhares de exemplos do contrário. Quer uma aposta?
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Olhe, se eu quiser saber quantos anos vivem as mulheres portuguesas depois de se reformarem para calcular a despesa que vou ter, como é que faço?
- Uma média, talvez. Eu sei exactamente que as mulheres vivem em média até aos 82 anos de idade, portanto tenho de lhes pagar 17 anos de pensão.
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Agora diga-me, em termos economicos, isto está errado?
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Rb

Ricciardi disse...

Vc como purista austriaco não me resolvia o problema sem antes analisar cada velho ao pormenor. Vc ia querer saber tudo. Testes médicos e geneticos que lhe pudessem dar a esperança de vida de cada velho. Ia-se perder por um emaranhado de calculos e (falsos) pressupostos, perder um tempo que NÃO tem para anaslisar milhoes de velhos, quando a coisa está ali à frente dos nossos olhos. Os velhas mulheres vivem até aos 82 anos. Pronto, não se fala mais nisso. É pagar e não bufar.
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Rb

CN disse...

"O mais engraçado é que a acção humana de Mises é um modelo matemático disfarçado, e na volta até é determinista."

É falso, como tolerar os modelos empíricos e depois acusarem preposições genéricas sobre a realidade da acção como deterministas?

Ricciardi disse...

Então, vejamos, a lei da oferta e da procura.
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Vc diz que se a Oferta aumentar o preço baixa. Ou que se o preço baixar a procura aumenta.
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Isto não revela um comportamento dos agentes padronizavel. Afinal de contas, a carneiragem compra mais se o preço for menor ou não? Existe um padrão comportamental ou não?
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Bem, por acaso eu acho que não. Mas isso sou eu que sou do contra. Eu considero a lei da Oferta e da Procura uma lei para economistas Totós.
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Porque não entra em linha de conta com conceitos como a Moda, a Marca, produtos Substitutos, de Necessidade, etc.
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Se esta lei fosse divina, o aumento de preço dos IPADS faria baixar a procura. And guess what, ela subiu. Portanto não é lei divina, nem natural, nem o diabo a quatro. É uma lei Totó.
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No entanto, serve de modelo, para abstrações, ou para casos mesmo básicozinhos, sem outras variaveis.
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Agora, nada do que tenho vindo a dizer retira mérito ao Hayek. Ele foi e é importante. Mas é importante como muleta para um decisão superior. Nunca nos podemos basear no seu purismo para decidir o que quer que seja. Por uma razão muito simples, se o fizessemos nunca decidiriamos nada.
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Ele próprio viu-se constrangido quando Reagan governou. E o cagaço foi tanto de ver nos resultados as suas teorias, que aconselhava os seus apoiantes para nunca aceitarem ser governantes ou conselheiros de governantes. Teve que ir o Friedman ajudar a estrela de Hoolyhood. E foi aí que Hayek se sentiu novamente no seu campo. Na rectaguarda, no mundo da fantasia e utopia a mandar uns bitaites. E nem mesmo o facto de Reagan ter sido um verdadeiro Keynesiano, ainda que disfarçado na retórica austriaca, o salvou da constatação da derradeira verdade: os austriacos perderam no campo da experimentação.
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Rb

CN disse...

Rb

Está a saltar da economia pura para a acção política.

Hayek foi prémio nobel pela economia pura tendo refutado os erros imensos de algibeira de Keynes.

Hayek ciência política foi mais tarde.

CN disse...

"Eu considero a lei da Oferta e da Procura uma lei para economistas Totó"

A leu da oferta e da procura só é verdadeira nos seus próprios termos ou seja, num produto homogéneo a que se acrescenta unidades, decorre das utilidades marginais decrescentes.

Por aquilo que está a dizer é que o empirismo não valida nada na realidade. Os factores em conjugação são indetermináveis e imensuráveisna sua totalidade, nunca captariam a complexidade das preferências humanas.

João Mezzomo disse...

O problema é que esses caras (e muita gente na verdade) não conseguiram compreender Kant em sua totalidade...Dizer por exemplo que os humanos agem, com o disse a Zazie (neste caso certou..hehe) é uma proposição sintética a priori.....Ou seja, não possui garantia a não ser a de dizer que vimos isso acontecer sempre.....E duvidosa, pois há humanos que não agem, não diferente dos não humanos...E não compreendeu Kant pois vem com essa lenga lenga de dizer que a negação não se sustenta racionalmente pois seria uma ação....Se tivesse compreendido Kant entenderia que TUDO, absolutamente TUDO, quando olhado com profundidade, entra em contradição, no entanto, existir contradição na significa que seja inviável, significa, isto sim, que a racionalidade tem limites....

CN disse...

JM

no pressuposto que o "homem age" e não é um "ente que não age" tem de o fazer com as restrições que a realidade lhe impõe (escassez de meios e tempo), o resto vem a seguir

Se existe uma realidade onde o "homem não age" esse é um problema para outra disciplina do conhecimento que não a economia.

Mas repare que dizer "o homem não age" contradiz o "homem age". Nessa realidade as preposições têm de ser sequenciais e verdadeiras (na contraditórias) e o empirismo não se aplica. Ou seja, a "realidade" do homem e a sua acção só é capaz de produzir preposições verdadeiras nesses termos.

Fora deles, a filosofia pode especular, mas é outro problema que não o estudo da acção humana.

João Mezzomo disse...

E Popper igualmente não compreendeu Kant, como todos esses caras de Viena...Não compreenderam pela limitação de sua compreensão....Essa origina-se de sua língua, que é limitada.....Não a deles específica, que é quase uma língua morta, mas a da matriz do pensamento que defendem, o idioma inglês, de onde surgiu o empirismo, que o que o Circulo de Viena e toda essa filosofia analítica (??)na verdade defende, com roupagem diferente....
Nada contra o inglês (idioma), mas ele surgiu de uma redução do inglês antigo, para fazer uma ponte entre o latim e os bárbaros...Essa ponte é a sociedade ocidental e o inglês passou a ser a língua dessa sociedade após o advento do capitalismo...É uma língua de mercadores, forjada para fazer comércio, só percebe o concreto, é cega para o abstrato....A filosofia que faz é empirismo....Que tem seu valor, mas o mundo é mais que matéria..... Ou então, o que dá no mesmo, a matéria é mais do que supões nossa ciência....

CN disse...

João Mezzomo


EM geral todo, muito ou quase tudo em muitos domínios nasceu na língua alemã e em Viena (até ao fim dos Habsburgos).

Quer o positivismo quer a sua refutação por Mises.

O séc. 20 apagou parte disso e a cultura anglo-saxónica passou a dominar.

O curioso foi que a parte que conseguiu transladar-se para os EUA e Inglaterra foi absorvida e propagada como "mainstream", e essa parte foi o positivismo e empiricismo.

Os outros, viveram à margem e aos poucos começam a emergir.

Ainda assim, pelo que percebo, Kant não foi "o" apagado, dado a sua génese protestante.

O quadro intelectual católico e a sua produção é que sofre quase como que um apagamento (língua alemã, latina, etc).

João Mezzomo disse...

CN,
Não domino tanto este assunto, mas enfim, penso que a sociedade ocidental tem duas raízes, a grega (racional) e a judaico-cristã, que eu chamo fundamentalista, pois na em essência ela se assemelha muito aos fundamentalistas de hoje, é da mesma espécie...
Penso que a Europa dividiu o conhecimento e a vida em muitas partes, cada nação e cada língua ficou com uma, mas "a verdade está no todo", como nos disse Hegel...Não compreendemos o todo pois não compreendemos a "verdade", ou seja, o que somos e qual nosso destino, enquanto espécie...Mas um dia presumivelmente saberemos....Não estou falando em crença em Deus ou em Jesus, estou falando em saber como sabemos que o mundo existe e funciona de determinado modo...Penso que Viena já foi o centro do mundo, ou ao menos de um modo de ver o mundo, mas foi superada nessa "marcha do espírito", digamos assim e para usar novamente um termo de Hegel...Tanto Freud como os filósofos do Círculo de Viena reproduzem um modo de ver o mundo que tem sua matriz no idioma inglês....Veja, não nego o valor, especialmente de Freud, mas é uma visão empirista em sua essência....Porém não conheço em profundidade todos eles por que todos os que vi tem essa limitação, qual seja, a de não perceber que o mundo não se resume aquilo que a mera racionalidade pode compreender...Então prefiro ler outros autores....

João Mezzomo disse...

Continuando, queria refutar a afirmação inicial sua, qual seja, a de que tudo ou quase tudo em muitos domínios nasceu na língua alemã e em Viena.
Na linha da filosofia veio dos gregos, passou por Thomas de Aquino, Santo Agostinho e outros, na Idade Média, e veio sobretudo dos ingleses e francesas (Berkeley, Hume, Descartes, Rosseau....) Depois deles Kant, Hegel, Shopenhauer, etc....Depois Niezsche, Husserl, Bergson, Heidegger....
Penso que o Ocidente vem do Oriente, em tudo (e não de Viena ou Alemanha, especificamente)....Por isso as linguas anglo-saxonicas tem uma estrura que se assemelha às orientais, no sentido da palavra estar ligada aos objetos do mundo, ou ao mundo concreto, enquanto as latinas "flanam"....Mas o ingles sofreu essa redução que falei...

Anónimo disse...

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