os diagnósticos arrojados Por vezes são coisa certa, como os relógios parados em que a quieta hora inserta coincide duas vezes por dia com a que mostrador exibia.
um papa antiliberalismo económico e anti-especulação financeira...
Aqui o papa só tem de seguir a tradição mas pode e deve criticar aqueles que manipulam o mercado.
O mercado e a mão de Deus
Ao longo da história da Igreja, vários pensadores escolásticos viam as mãos da divina providência na bela ordem e harmonia criada pelo livre mercado e pela divisão do trabalho — um acréscimo, devo dizer, àquela ordem existente no âmbito físico que São Paulo e a teologia católica como um todo sempre apontaram como evidência da existência de Deus e de sua bondade.
O cardeal jesuíta Juan de Lugo, perguntando-se qual seria o preço de equilíbrio, já no ano 1643 chegou à conclusão de que o equilíbrio dependia de um número tão grande de circunstâncias específicas que apenas Deus seria capaz de sabê-lo ("Pretium iustum mathematicum licet soli Deo notum"). Outro jesuíta, Juan de Salas, referindo-se às possibilidades de saber informações específicas do mercado, chegou à conclusão de que todo o mercado era tão complexo que "quas exacte comprehendere et ponderare Dei est non hominum" (somente Deus, e não o homem, pode entendê-lo exatamente).
Os pensadores iluministas viam a regularidade dos fenômenos naturais como sendo uma emanação dos decretos da Providência, e quando esses mesmos pensadores descobriram uma regularidade semelhante na ação humana e na esfera econômica, eles interpretaram essa realidade como sendo mais uma evidência do zelo paternal do Criador do universo. Os liberais diziam que o funcionamento do mercado livre, no qual o consumidor — isto é, qualquer cidadão — é o soberano, produz melhores resultados do que os decretos de governantes sagrados. Observem o funcionamento do sistema de mercado, diziam eles, e lá descobrirão a mão de Deus.
hora inserta, de inserida... num relógio parado a hora em que o colocámos é uma quieta hora inserta/inserida. 2 vezes por dia o relógio parado está certo. O arroja também acerta por vezes, tanto diz que alguma coisa acerta, mas é raro.
Não me digam que o pensamento económico não evoluiu desde 1643...
Este é o primeiro papa jesuíta da história, alguma mudança há-de trazer. Um papa recém eleito que paga as contas de hotel do seu próprio bolso, que arruma as suas malas e recusa usar cruzes de ouro, algum impacto deve ter.
( Consta que o Opus Dei está numa grande perturbação interna. O que explica tantos silêncios)
> tanta gente com estudos escreve tanta imbecilidade
A imbecilidade de calibre médio e grosso exige muito estudo. É como aquela piada do "errar é humano, mas para fazer realmente asneira é preciso um computador".
Os simples - por vezes praticantes da pequena imbecilidade mais inofensiva - desconfiam dos intelectuais, e têm dezenas de milhões de razões para isso só na história recente.
15 comentários:
no meio de tanta verborreia teórico metafisica de Cima é difícil o PA encontrar um cantinho sossegado para escrever para os de Baixo , não acha ?
Não acho nada. O PC é um blog colectivo e de participação livre, pelo que cada autor deve gerir a sua participação como melhor entender.
Apareça professor.
Leia-se o que ele já escreveu.
Está lá tudo.
os diagnósticos arrojados
Por vezes são coisa certa,
como os relógios parados
em que a quieta hora inserta
coincide duas vezes por dia
com a que mostrador exibia.
xyz
Grande poeta é o povo...,mas não será inCerta?
Acho que o PA ainda está em estado de choque. Só lhe faltava um Papa dos pobres, um papa antiliberalismo económico e anti-especulação financeira....
um papa antiliberalismo económico e anti-especulação financeira...
Aqui o papa só tem de seguir a tradição mas pode e deve criticar aqueles que manipulam o mercado.
O mercado e a mão de Deus
Ao longo da história da Igreja, vários pensadores escolásticos viam as mãos da divina providência na bela ordem e harmonia criada pelo livre mercado e pela divisão do trabalho — um acréscimo, devo dizer, àquela ordem existente no âmbito físico que São Paulo e a teologia católica como um todo sempre apontaram como evidência da existência de Deus e de sua bondade.
O cardeal jesuíta Juan de Lugo, perguntando-se qual seria o preço de equilíbrio, já no ano 1643 chegou à conclusão de que o equilíbrio dependia de um número tão grande de circunstâncias específicas que apenas Deus seria capaz de sabê-lo ("Pretium iustum mathematicum licet soli Deo notum"). Outro jesuíta, Juan de Salas, referindo-se às possibilidades de saber informações específicas do mercado, chegou à conclusão de que todo o mercado era tão complexo que "quas exacte comprehendere et ponderare Dei est non hominum" (somente Deus, e não o homem, pode entendê-lo exatamente).
Os pensadores iluministas viam a regularidade dos fenômenos naturais como sendo uma emanação dos decretos da Providência, e quando esses mesmos pensadores descobriram uma regularidade semelhante na ação humana e na esfera econômica, eles interpretaram essa realidade como sendo mais uma evidência do zelo paternal do Criador do universo. Os liberais diziam que o funcionamento do mercado livre, no qual o consumidor — isto é, qualquer cidadão — é o soberano, produz melhores resultados do que os decretos de governantes sagrados. Observem o funcionamento do sistema de mercado, diziam eles, e lá descobrirão a mão de Deus.
http://mises.org.br/Article.aspx?id=1548
hora inserta, de inserida... num relógio parado a hora em que o colocámos é uma quieta hora inserta/inserida. 2 vezes por dia o relógio parado está certo.
O arroja também acerta por vezes, tanto diz que alguma coisa acerta, mas é raro.
xyz
Este Papa é mais do mesmo. Aliás, a Igreja Catolica é de um modo geral, mais do mesmo.
E acho que se fosse doutra forma toda a gente, especialmente os não-catolicos, iam estranhar muito.
Rui Silva
Não me digam que o pensamento económico não evoluiu desde 1643...
Este é o primeiro papa jesuíta da história, alguma mudança há-de trazer.
Um papa recém eleito que paga as contas de hotel do seu próprio bolso, que arruma as suas malas e recusa usar cruzes de ouro, algum impacto deve ter.
( Consta que o Opus Dei está numa grande perturbação interna. O que explica tantos silêncios)
Não sei a que propósito tanta gente com estudos escreve tanta imbecilidade seguida.
A que título um jesuíta havia de ser um Papa dos pobrezinhos e seguir os frades franciscanos?
Até parece que os jesuítas eram pés-descalços e nem tiveram S. Francisco Xavier.
Não me digam que o pensamento económico não evoluiu desde 1643...
O pensamento económico de gente tola como Marx e os seus seguidores? Tudo gente muito cristã...
A Zazie, antecipou o que o PA escreveria.;D
> tanta gente com estudos escreve tanta imbecilidade
A imbecilidade de calibre médio e grosso exige muito estudo. É como aquela piada do "errar é humano, mas para fazer realmente asneira é preciso um computador".
Os simples - por vezes praticantes da pequena imbecilidade mais inofensiva - desconfiam dos intelectuais, e têm dezenas de milhões de razões para isso só na história recente.
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