12 março 2013

a teoria estatista da moeda

Neste capítulo Mises refuta a teoria estatista da moeda que pretende conferir à moeda a sua possibilidade de existência ao estado que lhe confere a característica de unidade de valor, passando por cima que só a acção de troca entre pessoas concretas conduz à necessidade de seleccionarem um meio de troca e de assim, com o tempo, ir seleccionado aquele bens ou bens mais adequado a essa função.

2 The "State" Theory of Money
http://mises.org/books/Theory_Money_Credit/AppendixA.aspx#_sec2

Mises, nesta sua obra aplicou a teoria subjectiva do valor ao acto de troca e a sua natureza ordinal (prefiro A a B) e não cardinal , à moeda. E nesse âmbito formulou pela primeira vez a teoria dos ciclos económicos consistente com a possibilidade de expansão do crédito por mera expansão dos depósitos à ordem (sem que o bem seleccionado como bem de troca, tenha existência, no caso moderno, as reservas emitidas pelo banco central).

PS: vou insistindo neste assunto porque se trata "só" de determinar as causas destes problemas económicos que tanto sofrimento e disfunção social causam a todos. Parece-me que quem acha que pode contribuir tem o dever de tratar o assunto com insistência.

9 comentários:

marina disse...

é ir ver os posts do PA sobre teoria do valor e "preço justo" :)

Ricciardi disse...

Pois, bem, vc até podia dizer que o QE (quantative easing, massaroca nas impressoras vá) não é adequado para esta crise específica. Se vc o dissesse eu teria de pensar mais um bocado nisso (mentira, já pensei) e, eventualmente, dar-lhe alguma razão.
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Afinal de contas a crise não se consubstanciou numa depressão como a dos anos 30 porque os BC's actuaram com alguma força. Aliás, no caso europeu vc veja bem o que não seria de Portugal e Espanha e Italia e Irlanda e França se não fosse o BCE.
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Eu sei, a solução austriaca é não actuar e deixar que a crise se auto-cure. Acredita-se que se ela se auto-curar ganhasse imunidade. On and on, forever and ever, amen.
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Uma espécie de batalha que o corpo humano tem quando é atacado por uma infeção bacteriana. Mas olhe, até aí a coisa mudou quando se inventou a vacina. Keynes descobriu uma forma de ministrar uma picadela aqui e ali, como quem introduz uns bacilos mortos para as celulas pensarem que estão a ser atacadas, e pimbas consegue-se deste modo debalar as doenças enganando as celulazinhas.
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Mas dizia, podemos até concordar que comprar bonds, trocar maturidades e tal, ou alavancar os bancos não se mostra agora suficiente para gerar confiança, porque estes melros dos bancos estão mais maricas do que o Castelo Branco e Paulo Portas juntos.
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Os melros dos bancos não emprestam, pronto. E olhe, tem razão. Eu tambem não emprestava. Então, os estados a subir impostos para as empresas, deprimindo o investimento e a produção; os estados a cortas na procura (salarios); e os preços dos bens essenciais e relevantes sempre a bombar, não é enquadramento lá muito católico para que um tipo tenha confiança.
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Ou seja, a bota tem que bater com a perdigota, a cara com a careta, o pau com a bordoada.
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Se querem deprimir salários, deprimir o investimento, então não pode haver recuperaçãozinha. Se Keynes estivesse vivo, e ele deve estar a dar voltas no caixão, os impostos directos, das empresas e das pessoas, já estariam a zero.
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O Mises tambem deve estar a dar voltas na campa ou melhor, ou o pó dele deve estar em corrupio na sepultura. Há mesmo pessoas que garantem que ouvem vozes perto da ultima morada do dito senhor: ahh não me mexam nas taxas, nem na oferta de dinheiro, não me mexam em nada, deixem por favor a crise chegar ao fim... eu preciso de companhiaaaaaaa.
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Rb

muja disse...

"só" de determinar as causas destes problemas económicos que tanto sofrimento e disfunção social causam a todos

Pelo amor de Deus... Mas é preciso algum Mises para identificar as causas?

Elas são duas, relacionadas e interdependentes:

- Bancos demasiado poderosos
- Políticos demasiado corruptos

Tudo o mais é secundário em relação a isto.

CN disse...

mujahedin

pporque é que:

- os bancos se tornam "demasiados poderosos"?

João Mezzomo disse...

CN, concordo que temos de insistir...
Pois bem, quando você diz "pretende conferir à moeda ....., passando por cima que só a acção de troca entre pessoas concretas ...." você comete o erro de separar coisas inseparáveis. O Estado é meramente uma instituição criada pelas pessoas, ele garante que exista inclusive o comércio. Ele institui uma moeda também para organizar as trocas. E a moeda instituída pelo Estado, em nome de todos, não difere da que surgiria pelo espontaneísmo das trocas, apenas garante certa impessoalidade. Se deixares na mão dos "agentes econõmico" aí sim vai haver manipulação, para o benefício de alguns....

Ricciardi disse...

«pporque é que:

- os bancos se tornam "demasiados poderosos"?» CN
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Porque os bancos ganharam consciencia própria, qual alma própria, e são perversos, maldosos, agiotas, oportunistas e avidos. Se depositam lá massa eles abusam e emprestam a minha massinha, virgem toda ela, por um bando de consumidores mais inocentes do que a minha massa e que até nem queriam comprar casa, nem carro, nem ir de férias mas foram obrigados porque lha esfregaram pelo nariz acima.
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Rb

João Mezzomo disse...

Aliás, a moeda de hoje é evolução daquela que surgiu das trocas....assim como nossas casas são evolução das cavernas...Mas voltar para elas? Não é o caso....
E Ricciardi, ocorre que as vezes não há vacina que salve, pois é hora de morrer...Penso que é hora de morrer o mundo como se constitui nos dias atuais....Não há Keynes que nos salve...

marina disse...

com o "preço justo" do PA , o truque de oferecerem crédito fácil a juros baixos ao mesmo tempo que inflacionam artificialmente o preço do bem ( e quando rebenta a bolha as pessoas , coitadas , continuam a pagar os créditos "inflacionados" ) , já não acontecia ...

Ricciardi disse...

Mas oh João, eu nem sou keynesiano. O que me parece é que o mestre inglês dá soluções para os problemas da vida real. Ainda estou à espera de soluções concretas por parte dos austriacos para resolver problemas concretos.
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O que aquela frase do Mises diz é lapidar: «... não há meio de evitar...». No entanto há meios, que até já deram provas que funcionam em determinadas circusntancias. Eu entendo o que Mises quer dizer. O purismo é tão elevado que para ele qualquer solução que mitigue uma crise que não seja o regresso imediato à sua fezada, ao seu mundo, à sua ilha Utupia, não deve ser tomado porque adia o estabelicimento da ordem que ele imaginou.
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Mises é, digamos, uma espécie de Thomas More da economia. Um gajo inteligente, com boas intenções, estudioso, mas com uma visão do mundo muito limitada a um modelo aonde só aí existe condições de aplicabilidade.
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Em suma, os austriacos são 'a bunch of marxists' in progress...
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Rb