Um dos aspectos que sempre me atraiu no libertarianismo é a objectividade dos seu defensores. Podemos não concordar, e eu concordo as mais da vezes, mas, pelo menos, sabemos claramente ao que vêm.
Daí que me desagrade o conceito de self-ownwership, o conceito de que cada um é propriedade de si próprio. Como afirma Walter Williams, neste video postado no Insurgente, "eu sou dono de mim, eu sou uma propriedade de mim próprio", a este propósito. É um conceito irracional.
O conceito de propriedade — tudo o que nos pertence e de que podemos dispor livremente — não corresponde à natureza do ser humano, cujos direitos à vida, à liberdade, à propriedade e à procura da felicidade, são inalienáveis. O próprio não pode dispor deles e portanto é irracional argumentar que cada um é propriedade de si próprio.
Tenho pena que muitos e bons libertários não entendam a contradição em que estão a cair.
4 comentários:
joaquim
Vamos discutir palavras é o que me parece, mas se quer ir por aí...
Caro CN,
Apenas que as palavras têm significado e os libertários costumam usá-las correctamente.
Neste caso, o uso inapropriado permite todo um conjunto de conclusões discutíveis.
Mesmo não sendo proprietários, cada um é pelo menos usufrutuário.
mais irracional é outros acharem que podem impor limites ao usufruto/propriedade do nosso corpo , que o digam as prostitutas , os escravos e os suicidas ou candidatos à eutanásia , por exemplo.
Então se cada um não pode dispor do seu corpo, quem pode?
Se são os outros - a comunidade ou o Estado - então a escravatura é um bem tal como mil outras formas de alienação.
Discordo completamente da ideia de "usufruto de si mesmo",ou do seu próprio corpo, porque é irracional:somos o nosso corpo.
Ser pessoa significa ser não apenas dono se si, mas ser integralmente a pessoa que se é (com todas as limitações e todas as potencialidades).
E a isso chama-se liberdade, capacidade de decidir. A liberdade de ser é o toque de divindade que cada ser humano é chamado a ser.
É o que distingue os homens dos animais.
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