09 fevereiro 2013

Re: man

“O que, trabalhando deu valor a um tracto de terra desocupado e inculto e o fez frutificar desenvolveu legitimamente a própria actividade. Se outrem quiser colher os frutos ou substituir-se ao primeiro ocupador do campo agricultado exorbitará da esfera legítima da própria actividade, e deixará de cumprir o dever de respeitar a livre acção alheia. (...) Se em campina ilimitada e fértil, mas sem dono e inculta, dois indivíduos ocuparam dois tractos de terra diversos, e um deles, dotado de maiores forças físicas, de melhores instrumentos, de maior energia e actividade, assinalou mais área aos próprios esforços e acumulou maior soma de trabalho inteligente, e, por consequência, maior soma de produtos, nem por isso o menos forte e menos hábil pode queixar-se de que ele penetrou na sua esfera de legítima actividade. Se pretendesse que a sociedade repartisse com ele uma parte dos valores criados pelo seu vizinho, pretenderia uma injustiça – a quebra da igualdade civil.”

Em “Desigualdade e personalidade”, Opúsculos, Tomo II, Livraria Bertrand, de Alexandre Herculano.

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