11 fevereiro 2013

quando morrer

No seu último acto, o Papa Bento XVI trouxe mais um bom exemplo da cultura protestante à cultura católica: "Dei a minha contribuição. Sinto (quaisquer que sejam as razões) que já não posso dar mais. Portanto, vou-me embora. Cedo o lugar a outro que possa dar uma nova contribuição". (As palavras são minhas)

Muito diferente é a situação na cultura católica tradicional. Uma pessoa num lugar de autoridade, poder ou chefia eterniza-se no lugar. Só sai de lá quando morrer (ou quando os outros o impedirem de continuar no lugar. Veja o caso dos políticos portugueses).

9 comentários:

Ricciardi disse...

Então, se não sabe as razões porque é que diz que deu bom exemplo?
.
Não faz sentido.
.
A decisão pode ter sido forçada por razões mundanas. O que não deve ser o caso, uma vez que parece tratar-se de coisa que tem a ver com incapacidade física.
.
E, nesse caso, cada um aguenta o que pode.
.
Agora, meu caro, se o papado se torna numa governança táctica ou utilitarista, a Igreja deixa aquela caracteristica que fez dela aquilo que é e que o PA tão eloquentemente elogiou no passado.
.
Um líder eleito até morrer (vontade de Deus) tem uma autoridade muitíssimo maior do que um líder conjuntural. É como no futebol, se os jogadores intuem que o treinador se pode passar a qualquer momento, que não tem total confiança do Presidente, baldam-se.
.
Além disso a abnegação e resistência no sofrimento é a provação que resulta no Exemplo de Cristo (calvário). É curioso porque foram do actual Papa as palavras de elogio e admiração ao seu antecessor quando este passava o calvário da doença e, ainda assim, conseguia persistir numa demonstração incrível própria dos grandes grandes grandes homens.
.
Rb

Euro2cent disse...

http://en.wikipedia.org/wiki/Peter_Turkson

"In October 2011 Cardinal Turkson called for the establishment of a “global public authority” and a “central world bank” to rule over financial institutions that have become outdated and often ineffective in dealing fairly with crises. The document, Towards Reforming the International Financial and Monetary Systems in the Context of a Global Public Authority was very specific, calling for taxation measures on financial transactions."

Ah, ah. Os camaradas banqueiros do Opus ainda têm um faniquito.


Ricciardi disse...

Em suma, um grande grande grande Líder é aquele que é capaz de reunir uma equipe de gente sábia como aquela que JP II logrou obter. Um deles até deu em papa.
.
Rb

zazie disse...

Faz muita pena que saia mas fez bem em não se impor se fisicamente e intelectualmente já não aguenta.

Mas tenho mesmo muita pena. Foi o maior Papa que acompanhei em vida.

Alano de La Roche disse...

Um Papa não é um político...

BLUESMILE disse...

Um bom sinal.

Duarte Meira disse...

« No seu último acto, o Papa Bento XVI trouxe mais um bom exemplo da cultura protestante à cultura católica: "Dei a minha contribuição. Sinto (quaisquer que sejam as razões) que já não posso dar mais. Portanto, vou-me embora. Cedo o lugar a outro que possa dar uma nova contribuição". (As palavras são minhas)»

Caro Pedro Arroja:

Num assunto destes, e com estas pessoas, convém citar literalmente e completamente:

« Quod ad me attinet etiam in futuro vita orationi dedicata Sanctae Ecclesiae Dei toto ex corde servire velim.» ("Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus.")

Sua Santidade continua pois a trabalhar activamente pela Igreja e pelo mundo.

José Lopes da Silva disse...

"Um líder eleito até morrer (vontade de Deus) tem uma autoridade muitíssimo maior do que um líder conjuntural."

Conjuntural? Como assim, se a única "conjuntura" que pode retirar o papa do seu cargo é a sua própria liberdade - que, de resto, é infalível? Deus não é um qualquer presidente de clube de futebol que a qualquer momento se muda. Não estamos propriamente nos tempos de Bento IX.

BLUESMILE disse...

"Sua Santidade continua pois a trabalhar "

Continua a ser santidade ou passa a ser ex-santidade...