13 fevereiro 2013

liberalismo, estado, anarquismo e

«Os anarquistas deixam de perceber o facto inegável de que algumas pessoas são ou muito limitadas intelectualmente ou muito fracas para se ajustarem espontaneamente às condições da vida social. Mesmo se admitirmos que todos os adultos sadios sejam dotados da faculdade de compreender as vantagens da cooperação social e de agir consequentemente, ainda assim restaria o problema das crianças, dos velhos e dos loucos. Podemos concordar com a afirmação de que pessoas que agem de maneira anti-social devem ser consideradas como doentes mentais e receber cuidados médicos. Mas, enquanto não forem curados e, enquanto existirem crianças e velhos, algo precisa ser feito para que não se coloque em risco a sociedade. Uma sociedade anarquista estaria à mercê de qualquer indivíduo. A sociedade não pode existir sem que a maioria das pessoas esteja disposta a impedir, pela ameaça ou pela acção violenta, que minorias venham a destruir a ordem social. Este poder é atribuído ao estado ou ao governo.
O estado ou o governo é o aparato social de compulsão e coerção. Temo o monopólio da acção violenta. Nenhum indivíduo tem o direito de usar violência ou ameaça se o governo não o investir nesse direito. O estado é essencialmente uma instituição para a preservação de relações pacíficas entre os homens. Não obstante, para preservar a paz, deve estar preparado para reprimir as tentativas de violação da paz.»

Ludwig von Mises, Acção Humana, 1949.

Assim, segundo Mises:

1º A instituição do estado é uma necessidade para salvaguardar a paz social;
2º O estado deve ser o monopolista da força e da violência numa sociedade, meios que deverá utilizar para preservar a paz e reprimir as tentativas da sua violação;
3º A sociedade anarquista potenciaria essas ameaças para a paz, que o estado, segundo Mises, tem a obrigação de impedir e de reprimir, caso aconteçam.

Isto foi escrito em 1949 e não consta que tenha sido revisto ou revogado pelo autor. Por mim, não vou tão longe na defesa do estado - que não «defendo», mas cuja existência reconheço e da qual acho que nos temos de defender (para o que serve o liberalismo) -, nem acho que lhe deva caber o monopólio da defesa da paz social. Mas essas eram as opiniões de Ludwig von Mises, um liberal à velha maneira clássica, sem dúvida.

2 comentários:

zazie disse...

olha, olha...

marina disse...

digamos : reconhece a existência do lobo , achando que temos de nos defender dele..e não era mais prático matá-lo ?
e o estado não é indissociável de quem o governa e a contribuição que têm dado esses senhores é mais para a pobreza social. aqui e em muitos outros belos e grandiosos estado nação :)