17 fevereiro 2013

keynesianismo de direita

Pedro Marques Lopes (ver "Não, não aguentamos" no DN) assumiu a liderança dessa espécie, que apontando para os males que estão à vista de todos deixa fazer querer (como Krugman, no seu recente livro "acabar a crise agora") que existe uma via milagrosa, a qual podemos e devemos associar à figura de Keynes (um anti-cristão e inimigo assumido da pequena moral burguesa, esses tipos limitados obcecados por aforrar diligentemente subtraindo consumo à economia...).

E assim, a via seria incorrer em maiores défices para estimular a "procura agregada", porque para estes, no princípio de todas as coisas está a vontade de consumo. É quando esta falha que as crises se dão. Porque "a tua despesa é a minha receita". E assim, o economista torna-se uma espécie de psicanalista-engenheiro do consumidor, tentando que este passe rapidamente a sua fase bipolar de depressão, manipulando grandezas macro-económicas como o engenheiro manipula um mecanismo.

Vou deixar para mais tarde falar sobre o quanto errado isto está, mas o que não tenho dúvida é que desde os anos 30 do século anterior que a civilização tem convivido com esta propaganda, que faz o papel dos antigos feiticeiros que procuravam pelo misticismo conferir legitimidade sobrenatural ao chefe da tribo. Neste caso é ao aparato dos estado+bancos centrais, e o sobrenatural está disfarçado de cientismo.

Sim, existem formas das crises acabarem muito mais depressa, mas nenhuma dessas formas permite ao aparato o conforto da salvação.

2 comentários:

Ricciardi disse...

Em suma, o preto de esquerda advoga politicas de branco de direita. Que confusão oh CN.
.
Olhe se fosse um mestiço anarquista...
.
Rb

Anónimo disse...

A crença na austeridade e que será ela que nos salvará, não será isso mesmo, uma crença? E que faz o papel dos antigos feiticeiros que procuravam pelo misticismo conferir legitimidade sobrenatural ao chefe da tribo? Pois.....