Para a maioria dos portugueses de baixos rendimentos não é possível sobreviver sem prestar falsas declarações ao Estado "estampadas preto no branco em documentos oficiais".
Quando o Estado controla mais de 50% da economia e detém o monopólio da educação, da saúde e da segurança social, quando o Estado centraliza a gestão de todas estas áreas e não deixa margem de manobra aos cidadãos, a única maneira de estes sobreviverem é pela via da mentira benigna.
Dar uma residência falsa na escola dos filhos, comprar medicamentos para um familiar no nome de outro porque há um cartão que já devia ter chegado mas que ainda não chegou, ocultar pequenos rendimentos ao fisco e à segurança social para não perder o abono de família, eu sei lá... é o chamado desenrascanço ou chico-espertismo.
Eu penso que estas habilidades são essenciais para contrabalançar a rigidez inerente a um regime de tipo soviético. Que o governo tenha decidido punir com prisão até dois anos todas as falsas declarações prestadas ao Estado, em vez de reduzir as circunstâncias em que é necessário prestar declarações ao Estado, diz muito sobre a ideologia que lhe está subjacente: são perigosos neoliberais!
5 comentários:
Caro colega, continuo a estar do seu lado.
A experiência centenária que este povo tem com a sua exploração vai relembrar inúmeras artes de encorn o estado. Ámen.
Quantas vezes nós não pecámos por nada ter cobrado numa consulta. Também sei que mais de 90% dos que beneficiam do nosso pecado, acham que "é normal"; pensam que o médico aprendeu com o Robin Hood — roubar aos ricos para dar aos pobres. Muitos retribuíram com géneros ficando "as coisas" equilibradas.
Abraço do eao
estas habilidades...
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Nao se queixe, Joaquim. Estas foram adequiridas com a genetica do acchiconhecido " homo habilis"
Há bocado não encontrei, para juntar, um bom texto. Aqui vai o URL:
http://o-povo.blogspot.pt/2013/01/para-onde-vao-os-impostos.html
porque vala a pena ler.
Abraço do eao
Eis um tema do qual iremos discutir muito nos próximos tempos...
«SPIEGEL: Do you understand that there will be people who feel rather uncomfortable with the notion of changing the genome of the human species?
Church: I think the definition of species is about to change anyway. So far, the definition of different species has been that they can't exchange DNA. But more and more, this species barrier is falling. Humans will probably share genes with all sorts of organisms.
SPIEGEL: First you propose to change the 3-billion-year-old genetic code. Then you explain how you want to create a new and better man. Is it any wonder to you when people accuse you of playing God?
Church: I certainly respect other people's faith. But, in general, in religion you wouldn't want people to starve. We have 7 billion people living on this planet. If part of the solution to feed those people is to make their crops resistant to viruses, then you have to ask: Is there really anything in the Bible that says you shouldn't make virus-resistant crops? I don't think there's anything fundamentally more religiously problematic about engineering a dog or a cow or a horse the way we have been doing it for 10,000 years versus making a virus-resistant crop.» spiegel
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Aqui:
http://www.spiegel.de/international/zeitgeist/george-church-explains-how-dna-will-be-construction-material-of-the-future-a-877634.html
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Rb
"Regime de tipo soviético"...o Joaquim alucinou, decididamente.
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