O shilling da
Somália é um caso notável. A moeda está efectivamente sem Banco Central há
alguns anos, não tendo, portanto, qualquer tipo de reservas que a sustentem (ouro,
dívida ou moeda estrangeira). Além de não ter reservas, também não existe qualquer
enforcement do monopólio da emissão por parte do estado, sendo as falsificações
recorrentes. Apesar disso, a velocidade de impressão dos falsificadores tem
sido inferior à dos bancos centrais oficiais, levando a que o seu valor tenha
aumentado nos últimos anos. O gráfico em baixo representa a evolução desse
valor em relação ao dólar:
Segundo a
Economist, o shilling consegue manter-se como meio de troca preferencial na
Somália (em conjunto com o dólar) porque já faz parte do tecido social e
ninguém se arrisca a recusá-lo. Sendo literalmente um papel impresso sem
qualquer valor, nem reservas que o sustentam, e não havendo qualquer coerção
estatal para o seu uso, é um milagre que o shilling continue a ser moeda de uso
corrente na Somália. Roubando a expressão ao professor: Deus está no shilling.
3 comentários:
Os somalis acreditam em coisas tão esquisitas que não dá para termos admiração de acreditarem na sua moeda...que têm que usar por não terem outra, isto a maioria claro
O Deus dinheiro.
Como os somalis descovram o truque de darlhe a maquineta-de -fazer
-shillings...
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