24 janeiro 2013

41 segundos - preços antes e depois de um banco central

e sensivelmente antes e depois de acabarem (compulsivamente) com o padrão-ouro (3 momentos: 1913 criação do FED, 1933 fim do padrão-ouro para particulares, 1971 fim do padrão-ouro entre bancos centrais -> corresponde ao início da segunda inclinação no gráfico).

22 comentários:

joserui disse...

Hockey stick?... isso nem original é... foi roubado aos climatologistas e é o que os nut jobs utilizam para desinformar... -- JRF

joserui disse...

Ah... CN = Carlos Novais... muito bem... huh... não estou a ver quem é!... -- JRF

Ricciardi disse...

Há um jogo, tradicional na minha família, que consiste em oferecer balões às crianças que fazem anos.
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O processo é simples, mas o efeito é fantástico.
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Enchemos o nº de balões correspondente com a idade do menino com um gas para eles subirem aos céus. Adicionalmente, colocamos um punhado de pó de pimenta vermelha (pimentão doce) dentro do balão.
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A ideia é o menino largar os balões e o pai (que sou eu) pegar na arma de pressão de ar e tentar acertar-lhes. Um a um. Por cada balão abatido, um desejo deve ser pedido. O efeito é fantástico porque o pimentão doce contrasta com as nuvens brancas e faz um efeito deslumbrante.
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Ora bem, como eu sou um bocado maníaco, encomendei um telescópio moderno. Comprei-o num site chinês. A globalização tem destas coisas que me irritam, mas os telescópios alemães custavam muito mais.
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Anyway, o meu filho largou sucessivamente 6 balões. Fazia seis anos. Todos eles cheios de pimentão.
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Abati 5 logo a abrir. Mas deixei um voar mais alto. Quando ele estava mesmo à beira das nuvens, aqui o pai Rb, armado em Clint Eastwood, saca da sua arma de pressão e, apoiando a mesma num ramo de uma nogueira, mira o balão com o telescópio chinês. Ninguém acreditava que eu lhe acertasse. Sinceramente, nem eu próprio acreditava.
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Pois eu acertei no balão. É verdade. Aquela explosão vermelha não enganava ninguém. A minha mulher diz que lhe acertei porque o telescópio é chinês. Essa imprecisão, afiança ela, está na origem do meu sucesso.
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Eu lembrei-me da estória dos balões por causa dos DOIS O's que o nome do caro CN tem. carlOs nOvais. Mas também, confesso, a ideia era para fustigar o caro D.Costa porque ele não aprecia coisas pessoais, muito menos pessoalidades com garçons de restaurantes. Uma boa oportunidade, pois, para ele passar à frente.
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Ora bem, eu imaginei, então, o ultimo balão, redondinho como o 'O' do nome do CN, a subir aos céus.
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Lá de cima a coisa era, de facto, linda. O verde das plantinhas igualzinho às notas 100 dolares, o azul do mar semelhante às notas de 20 euros.
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Imaginei aonde é que o diabo do balão teria caído. Provavelmente na terra. Até senti o cheiro da terra húmida. Um aroma magistral, único. Se bem que há outras coisas húmidas, que não somente a terra, que também não desgosto. De todo.
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Bom, de volta à terra, o balão caiu mesmo em cima de um batatal.
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E foi aí que eu pensei. Raios, saberá o CN, que advoga as vantagens acerca da estabilidade de preços do ouro ao ponto de o querer transformar em padrão?

E portanto, fiz-lhe uma pergunta, provavelmente retórica. A saber:

- Quantas gramas de ouro no ano 2000 do Senhor eram necessários para comprar UMA tonelada de batatas?
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E depois dele me ter respondido eu fiz-lhe outra, tambem ela retórica:

- Ai sim, então meu caro CN, quantas gramas de ouro são necessárias para comprar a mesma tonelada de batatas em 2013?
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E eu fiquei á espera. Se a mesma quantidade de ouro comprar o mesmo numero de batatas é sinal de que o ouro é coisa mesmo estável. De outro modo, é melhor negócio comprar ouro do que produzir batatas.
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And guess what, ricos são aqueles países (ou empresas) que o produzem. O ouro claro. Que o stockam. Que aumentam e diminuem a produção ao sabor das conveniencias. A Africa do Sul, de repente, torna-se no país mais rico do mundo. Nem precisa de se esforçar muito. But hei, se os produtores tem essa possibilidade de emitir mais ouro ou menos ouro, porque raios os bancos centrais o não o podem fazer com a moeda?
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Rb

joserui disse...

"a ideia era para fustigar o caro D.Costa porque ele não aprecia coisas pessoais"... hehehe...
Mas sobre o post... ò caro RB, o CN ainda agora chegou e já o massacra com perguntas?... assim vai the way of the Mendo... -- JRF

zazie disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
zazie disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
zazie disse...

pessoalidades com garçons de restaurantes

AHAHAHAHAHAHAHHA

Ricciardi disse...

Eu só agora é que consegui ver o video.
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E o que é que os meus olhos viram?
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Que a produção de moeda disparou ali pelo ano do Senhor de 1913.
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E o que é que os meus olhos NÃO viram naquele grafico?
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Que a produção de batatas aumentou nesse periodo. Quem diz batatas, diz cebolas. A verdade é que aquilo que eu NÃO vi no grafico foi a explosão dos incrementos fantásticos nos níveis de vida das familias americanas. A todos os níveis.
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Era útil, talvez, suponho, gerar um grafico paralelo ao apresentado pelo caro CN e mostrar como evlouiram os indicadores de bem estar, lazer, oportunidades de trabalho, mortalidade etc.
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Rb

Anónimo disse...

Caro Rb,

A história do empregado de restaurante foi falada no contexto de uma discussão filosófica com o Professor Arroja (já não me recordo, ao certo, qual).
Ainda hoje almocei sozinho nesse restaurante e o ritual cumpriu-se: eu e o empregado não trocamos mais do que 10 palavras. À saída ele gentilmente acompanhou-me e abriu-me a porta – despedimo-nos com o habitual “boa tarde e obrigado”.
Ao contrário do que o Rb pensa nada há de mais impessoal nesta história.

A impessoalidade coloca-nos problemas éticos interessantes e foi nesse contexto que contei a minha experiência. Em que condições podemos julgar outro ser humano? qual o critério? Uma coisa é certa, a maldade humana é tão perfeita e eficaz que não pode ser obra do acaso.

Mas falando de impessoalidades…
Gostaria de pôr uma questão ao Rb: quando um mendigo na rua se dirige a si e lhe pede uma esmola qual é a sua reacção? ou QUAL DEVE ser a sua reacção?
Não dar nada – e assim fazer um julgamento sobre um outro ser humano (por exemplo: “Este tipo é um vadio, devia estar a trabalhar em vez de pedir”.
Dar a esmola – neste caso fazendo um julgamento sobre si mesmo(“tenho o dever moral de ser solidário e ajudar os pobres”).
Como se vê neste caso só há 2 hipóteses possíveis. Qual a sua opção? Qual a racionalidade da sua opção?

Gostaria de saber a sua resposta.

D. Costa

Anónimo disse...

Caro Rb,

Sobre a questão do padrão-ouro é necessário 1º compreender a distinção entre dinheiro controlado por privados (padrão-ouro)e dinheiro controlado pelos estados (monopólio e emissores de notas).
Sem discutir previamente este tema tudo o resto do assunto é periférico e sujeito a bastantes mal entendidos e preconceitos sobre o padrão-ouro.

Esqueça a questão do valor do ouro e das batatas.

D. Costa

zazie disse...

«uma discussão filosófica

AHAHAHAHAHAHAHA

Ricciardi disse...

Eu respondo D. Costa, mesmo não antecipando aonde quer chegar.
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Mas não me limite as opções de resposta, porque senão não seria a minha opção.
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E, portanto, quando um mendigo me pede directamente uma esmola tenho três tipos de reacções em fracções de segundos.
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A primeira é dar logo a massa. A segunda é observar-lhe o grau de sofrimento estampado nos olhos para quantificar a massa que lhe dou. A terceira é a percepção que tenho do destino da ajuda que lhe dou.
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Em fracções de segundo decido. Se for um tipo com aspecto de quem vai utilizar a massa para vícios (percebe-se bem), não leva nada.
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Se for velhota ou uma gravida é provável que lhe dê uma boa nota. Tenho uma atracção especial por grávidas (e velhos tambem); não lhes consigo ser desagradável, seja por que motivo for. Em Luanda, quando as pretas funcionárias engravidam, o resto do pessoal fica a pensar que eu é que sou o pai, porque lhes dedico especial atenção. Más linguas. Deve ser trauma. Coisas minhas, enfim.
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Se for um miúdo que diz que tem fome, o mais provável é dar-lhes tambem esmola ou, se tiver com tempo, pago-lhes um lanche. No Brasil acontece-me muito isso. Então pago lanches aquela rapaziada porque nunca sei bem se a massa é mesmo para comer ou se é para comprar cola.
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Enfim, em suma, basicamente dou esmola. A uns com mais vontade do que a outros, e a outros em maior quantidade do que a uns (?).
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Eu sei que não resolvo os problemas dessas pessoas. Mas talvez tenha resolvido uma pequena parte dos problemas. Na volta é só mesmo para me sentir melhor por fazer pouco pelos outros.
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Mas olhe, eu costumo contar esta estória acerca disto: Uns milhares de peixes deram à praia. A estrebuchar sufocados. Duas pessoas na praia. Um deles, de entre milhares de peixes, pegava num e atirava ao mar; e depois noutro e atirava ao mar. O outro rapaz, curioso, perguntou-lhe ouve lá meu marmelo não vês que não adiantas nada em fazer esse trabalho; devolves ao mar meia duzia de peixes de entre milhares de outros que morrem; não achas que isso não resolve o problema?
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E o rapaz respondeu-lhe pegando em mais um peixe que estrebuchava e lançando-o ao mar disse-lhe: para este peixe adiantou.
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Rb

Ricciardi disse...

«Sobre a questão do padrão-ouro é necessário 1º compreender a distinção entre dinheiro controlado por privados (padrão-ouro)e dinheiro controlado pelos estados (monopólio e emissores de notas).» D Costa
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Ora nem mais. Isso mesmo.
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É exactamente esse ponto a que me referia em cima. Porque deveria eu confiar nos produtores ou stockadores de ouro, que podem ser invisiveis, sem rosto, aos milhares, associados para fins pouco claros e confiar menos num estado que, por mais defeitos que tenha, sabemos, pelo menos, exactamente de onde vem o dinheiro e quem é o responsavel?
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É muito diferente sermos controlados por seres invisiveis do que sermos controlados por uma instituição visivel e aonde podemos, de certa forma, intervir politicamente.
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Por outro lado, nunca percebi bem porque é que o preço relativo das minhas batatas tem oscilar em consideração ao maior ou menor consumo ou apetencia de ouro dos chineses ou outro emergente qualquer.
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Rb

Anónimo disse...



"Eu respondo D. Costa, mesmo não antecipando aonde quer chegar."
- RB

Não quero chegar a lado nenhum,apenas tentar encontrar resposta a um problema teórico com sequências praticas. Por exemplo
aquilo que eu considero o "dilema da gorjeta":
Eu devo dar uma gorjeta ao empregado do restaurante para ele me servir bem numa próxima vez ou devo dar gorjeta pelo mérito dele?

(...)

D. Costa

Ricciardi disse...

Um tipo dá gorjeta por tradição. Mas uma coisa tenho a certeza, se lhe dou uma gorjeta maior é porque vi nele um trabalho excepcional. Nunca penso que é para ele me servir melhor da proxima vez. Isso talvez seja uma consequencia na cabeça do empregado, mas não na minha.
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Rb

Anónimo disse...

"Na volta É SÓ MESMO PARA ME SENTIR MELHOR por fazer pouco pelos outros."
RB

Então, deduzo eu, o Rb dá esmola a um pobre apenas para resolver um problema consciência, o SEU problema de consciência, não verdadeiramente por caridade.

Você dá não para ajudar outro mas sim para se ajudar a si próprio.
Se assim for e nesse caso a esmola é um puro acto de egoísmo.

É correcta esta dedução? Eu não vejo como fugir dela.

D. Costa

Anónimo disse...

"Mas uma coisa tenho a certeza, se lhe dou uma gorjeta maior é porque vi nele um trabalho excepcional" - RB

Caro RB,
Aí estamos ainda perante outro problema. Quem lhe diz que o empregado não fez um trabalho excepcional NA EXPECTATIVA de uma boa gorjeta?

D. Costa




Ricciardi disse...

Seria correcta se essa fosse a minha intenção. Mas não creio que seja, pelo menos a maioria das vezes.
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Ou seja. Eu sinto-me melhor se der a esmola (e isso poderia ser considerado egoismo), sinto-me pior se não der. É um facto.
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Mas não me parece egoismo. A caridade é isso mesmo. Sentir-mo-nos bem com o bem proporcionado aos outros. Termos felicidade com a felicidade dos outros.
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Egoísmo é outra coisa. É vc dar esmola à espera de receber reconhecimento de terceiros. Dar a esmola e olhar para o lado a ver quem nos vê a fazê-lo. Isso não é caridade sincera. O que vc espera, neste caso, é um pagamento em forma de publicidade para si.
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Ao passo que se o fizer para sua satisfação pessoal tem a ver consigo próprio e com os seus valores.
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Rb

Anónimo disse...

caro Rb,

Não há nada de errado em dar esmola para se sentir bem com a sua consciência.
Mas se damos esmola a um pobre APENAS por uma questão de consciência (a sua consciência) então devemos aceitar um Estado (impessoal por natureza) para fazer esse trabalho.
A generosidade deve ser praticada por uma entidade impessoal e absoluta com critérios bem mais objectivos.
Esta é a conclusão necessária do seu raciocínio.

D. Costa

Anónimo disse...

" A caridade é isso mesmo. Sentir-mo-nos bem com o bem proporcionado aos outros. Termos felicidade com a felicidade dos outros." - Rb

Caro RB,
Seja objectivo nas discussões.
Se você se sente bem em fazer bem a outros (o que eu acredito) então vá ter com o pobre antes mesmo de ele se dirigir a si.
Se a caridade é como você diz então deve ser activa e não opcional.
Pergunto: Quando foi a última vez que, por sua iniciativa, se dirigiu a um pobre?

D. Costa

Ricciardi disse...

Caro D Costa, a nossa vida não é andar atrás de pobres. Podia ter sido a minha, e até já foi durante um ano e meio, mas agora não é. Mas se os encontro tento não lhes faltar.
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Eu confio no Estado, na Igreja e noutras instituições de solidariedade, que tem condições, tempo e logistica suficientes para o fazer por mim, por nós, enfim. Atraves de donativos e impostos.
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Sendo assim, acredito na caridade individual, acredito na solidariedade colectiva (para a qual contribuo) e dou, por fim, o meu voto para partidos que tenham em boa conta o bem estar da população.
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O seu conceito de egoísmo está, acredite-me, distorcido. E padece do mal da soberba racional. Coisa bem libertária. Pretender atribuir egoísmo ao facto de não andar atrás de pobres é disso revelador.
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É uma táctica, com aparência lógico-dedutiva, mas sem racionalidade alguma. Porque vc sabe que é impossível andarmos atrás de pobres. A nossa vida não é, nem pode ser, essa. Caso contrario não ganhava para, finalmente, os poder ajudar.
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E o nosso objectivo de vida não é andar atrás de pobres. Tambem pode ser, mas globalmente não é. Nem podia ser.
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No entanto temos compaixão pelos mais desafortunados. Senti-mo-lhes as dores da vida. Sejam eles os pobres, os doentes etc.
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Seria muito mau sinal vc sentir-se Bem com o Mal dos outros. Ou mesmo ficar indiferente à miseria alheia.
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Cristo não operou milagres aos magotes. Não curou todos os doentes. Nem andava atrás deles. Mas quando os via tratava de os tratar. Mas lutava por inculcar valores de fraternidade nas pessoas.
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Rb

Luís Lavoura disse...

Um gráfico muito interessante, sem dúvida.
Mas seria importante identificar períodos, se é que os houve, em que a inflação nos EUA tenha tido consequências nefastas para a população em geral (e não apenas para os ricos aforradores). Eu duvido que tais períodos tenham existido.