17 novembro 2012

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AHRESP: "Milhares" de empresários da restauração não conseguiram pagar o IVA

OE2013: Aumenta IRS sobre subsídio de refeição

Comentário: O governo não grama a restauração...

11 comentários:

Pedro Viana disse...

Fiquei confuso... O IVA não é pago pelos clientes aos restaurantes? Os empresários da restauração não tem apenas de entregar esse IVA ao estado?

Anónimo disse...

Caro Pedro Viana,
Descobriu a solução para o défice. Vamos aumentar o IVA para 50%.
:-)

Anónimo disse...

e entregar à edp e galp ( e deve imaginar , com 1 ou 100 clientes , não se pode ter o estabelecimento às escuras e tanto gás se gasta a fritar um bife como 5 ..) entregar às empresas de higiene e segurança alimentar , às de medicina e segurança no trabalho , à ss , ao senhorio , aos fornecedores , e etc etc e tal . depois ainda estão os desperdícios ( muito nessa área , que se trabalha com alimentos e nem tudo é vendido ) e o facto de não se poderem aumentar preços pq as pessoas não têm dinheiro.

ele há cada um sem ideia do que fala , que até arrepia.

zazie disse...

Podes crer, Marina. Ele há mesmo cada um sem ideia do que fala, que até arrepia.

Ljubljana disse...

Caro Joaquim,

Nunca recebeu da mão de um funcionário da nossa restauração, um recibo, muito usual, aliás, dizendo: "IVA incluído à taxa em vigor" e mais abaixo, já quase no fim do papel, "este documento não serve de factura"

É bom que os empresários da nossa restauração se habituem a pagar um quarto, um quinto, ou talvez menos ainda do IVA que cobram aos clientes, não acha isso minimamente justo?

Ljubljana disse...

" não se pode ter o estabelecimento às escuras"

Ah!Ah!Ah!

esta faz-me lembrar um belo tasco em marraquexe onde se bebiam uns sumos bem bons, e onde um dia um fulano, estrangeiro claro, entrou lá e começou a tirar fotos. vai daí e o dono, apercebendo-se das flashadas, e sem ter em consideração mínima por todos os clientes que lá estavam dentro a consumir, correu para o quadro geral e desligou todas as luzes do estabelecimento, deixando tudo completamente às escuras e dizendo prontamente: "no juice, no photo!"

Zephyrus disse...

Os empresários da restauração pagam, não raras vezes, rendas exorbitantes, impostos camarários diversos, TSU, salários, facturas de electricidade caríssima, e depois ainda têm de cumprir as regras milionárias impostas pela ASAE. É perfeitamente humano e natural que fujam ao fisco aqui e acolá para manter a porta aberta. Se o turismo é tão importante para a nossa economia, se os nossos concorrentes directos têm IVA na restauração ou hotelaria bem inferior ao nosso, não faz nenhum sentido esta taxa de 23%. Já 13% é muito alta!

Ljubljana disse...

Caro Zephyrus,

Nada do que aqui alega é diferente daquilo que qualquer empresa de qualquer ramo de actividade do pais tem que observar.

Ser perfeitamente humano e natural fugir ao fisco é pedir que os outros paguem os nossos impostos. Alguém acha isso correcto e justo?

"aqui e acolá". Não é aqui e acolá, é na generalidade da nossa restauração que acontece recebermos um talão de venda com o iva sem valor legal de factura. Sejamos honestos e digamos a verdade.

Zephyrus disse...

O melhor é assumirmos duas coisas:

1) O nosso frágil tecido económico não consegue sustentar esta carga fiscal.

2) Os portugueses não gostam de pagar impostos. Portanto, o Estado Social que temos não faz sentido, atendendo à nossa cultura.

muja disse...

Sem querer estar aqui a ser "racista" (hoje dá para tudo, não é?) ao nível de como se ganha a vida, já me disseram - e quem me disse trabalha contabilidade - que, basicamente, é raro o estabelecimento comercial de restauração que não foge ao fisco. Mais ainda, que os preços que praticam advêm disso também. Ou seja, habituaram-se a não ter em conta os impostos no estabelecimento dos preços.

E a cena é simples. Eles nunca passam factura, para começar e normalmente. Depois, em vez de comprarem tudo aos fornecedores, que implica que estes passem uma factura e, consequentemente, permite ao fisco estabelecer a existência de uma quantidade mínima de bens em stock; vão ao Continente, por exemplo, e lá compram uma boa parte do que vendem. Como o Continente pode passar facturas com o nome e contribuinte em branco, o fisco nunca sabe por quem é que aqueles bens foram comprados. Os bens são vendidos. Na altura da contabilidade, são feitas as contas e determina-se o valor que é necessário declarar para o que se comprou aos fornecedores e o fisco não desconfiar e então são passadas as facturas necessárias para atingir esse valor. Tipicamente, nessas alturas, o café ou restaurante, passa uma data de facturas.

E é assim, aparentemente, que se faz. É evidente que embora estejamos a falar de restauração, em princípio, não há nada que impeça outros ramos de usar a mesma técnica...

Pedro Viana disse...

E num é que afinal tenho razão? O IVA não é entregue ao estado porque muitos empresários da restauração são uns ladrões... Se não querem entregar ao estado o IVA que eu pago, então descontem-me 23% do valor a pagar!