26 outubro 2012

Vouchers

Um aluno de estabelecimento de ensino particular ou cooperativo custa ao Estado quase menos 400 euros/ano

Comentário: Se a educação nas escolas privadas é melhor e mais barata, porque não generalizar um sistema de "vouchers" que dêem liberdade de escolha às famílias?

30 comentários:

Anónimo disse...

Pq temos um governo e um ministro da educação comunistas.

Eles preferem estar a financiar escolas privadas de amigos.

O que se está a passar é um escândalo.

Colégios privados com contrato de associação andam a nascer como cogumelos.

E depois escolhem-se os filhos de quem deve ir para lá... tudo com o $$$ dos nossos impostos, claro.

O cheque-ensino (saúde) etc só pode ser implementado por gente séria, honesta que deseje, efectivamente, governar para os cidadãos/empresas e não andar lá a governar-se!!!

muja disse...

E que tal transformar os politécnicos e escolas profissionais em coisas em condições, na linha do anterior ensino ensino técnico profissional industrial e comercial?

Poupava-se em profs da treta, ensinavam-se coisas úteis a quem as quisesse aprender, desbloqueava-se o ensino liceal de malta que não quer saber daquilo para nada mas quer (e bem) é uma maneira de ganhar a vida... Mais importante, formar-se-ia mão de obra verdadeiramente qualificada. Artífices de o país desesperadamente precisa (e não só). Até no caso de essa gente emigrar estaria melhor. Um electricista ou soldador ganha bem mais em Londres ou Paris do que qualquer psicólogo ou "cientista da educação". Se depois quisessem prosseguir para o superior, pois que fossem. Mas quem não quisesse, já tinha com que fazer pela vida...

Não poderemos competir com os chineses ao nível do custo do trabalho indiscriminado. Mas um artífice qualificado faz o trabalho de dois ou três que não percebem nada do que fazem. Para além de ser muito mais fácil abrir negócio próprio em se sabendo fazer algo de útil para a maioria das pessoas.

zazie disse...

De acordo

Voucher da Silva disse...

Está a ver a coisa ao contrário. Porque há-de uma escola privada custar o que quer que seja ao estado? E até havia de ser engraçado, uma escola privada custar ao estado o mesmo que custa uma pública. E isso da liberdade de escolha das famílias talvez possa colidir com a liberdade de escolha das escolas, não? Devagar com o andor. As privadas estão muito bem como estão e não se queixam, a não ser para pedir mais. As que diz que são melhores não querem ciganagem e miúdos imbecis, para não estragar a média e não incomodar a clientela tradicional. O que é que fazia um puto desses com um voucher na mão? Só se fosse para o vender no mercado negro a meninos mais aceitáveis.

Anónimo disse...

O Joachim acredita piamente no que está a dizer?
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Então vc acha que com um voucher na mão as familias iriam poder escolher?
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Só pode estar a brincar. Não poderiam escolher outra coisa senao o mesmo (ou pior) daquilo que já têm. Vc não vê?
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As escolas privadas iriam subir os preços para acomodar o voucherzinho. O valor do voucher era como se nao existisse. Pronto.
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Mais a mais, vc nao está a ver as escolas de bom nome a permitir que pelo valor do voucher pudesse entrar qualquer alminha.
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Essa sua fé nas leis mercantis não se compadece com um mercado do tipo portugues.
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Olhe só o problema que vc ia colocar aos colégios xpto. Um cigano a querer entrar com o voucher na mão e dizer que tem direito...
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Rb

muja disse...

Epá, mas vocês falam dessas escolas como se fossem colégios internos ingleses ou coisa do género... Pode ser que seja assim em Lisboa ou no Porto, mas nos outros sítios não é bem assim. Há muito sítiozinho pelo país fora em que as pessoas estão efectivamente longe das escolas públicas. Eu andei por uns anos numa dessas privadas-a-servir-de-públicas e havia lá de tudo na mesma. Aliás, a maior parte dos alunos era gente pobre. Eu tinha uns colegas - dois irmãos, lembro-me perfeitamente porque me impressionou bastante (e ainda impressiona) - que em casa tinham chão de terra batida...

Portanto, devagar com o andor de facto. Nem todas as escolas privadas são iguais. É evidente que um colégio no centro de Lisboa ou Porto, não está a cobrir necessidades públicas de educação. Haverá certamente escolas públicas para toda a gente (ou assim se supõe), mas não é manifestamente esse o caso na província.

Anónimo disse...

... e portanto, caro Joachim, não acredite que as leis de mercado possam resolver os problemas de sectores cuja procura não depende integralmente do preço. Como é o caso da saúde, da educação, da justiça, da segurança. Todas estas áreas são pouco sensiveis ao preço. Principalmente quando temos uma constituição que impõe como funcoes do estado garantir a saude, a educacao, segurança etc.
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rb

Voucher da Silva disse...

Amigo mujahedim, estamos a falar das nmelhores, que são aquelas que o joaqchim referiu. Quem é que quer um voucher para ir para uma escola privada da pampilhosa da serra? E o que é que fazem os putos da Pampilhosa com um voucher? O mesmo que fazem os putos do bairro do cerco com um voucher. Mais vale enrolar e fazer um charro. Os tais vouchers é suposto ser para alguns paizinhos selecionados escolherem em Lisboa,.Porto e Coimbra. O Joaquim é que pensa que o país é Lisboa e Porto, e que os pais podem escolher entre o Colégio Moderno e os salesianos, ou aqueles colégios de trinta alunos que fazem um figuraço e que abrem portas no mercado de trabalho, apenas com o registo de metricula no curriculum, não sou eu. O Joaquim farta-se é de ler, não sabe nada. A realidade é f…da e ele não a aguente, não é para todos. Você, que diz que tem alguma prética, devia saber mais do que isso.

Anónimo disse...

... assim, não me parece boa ideia o estado promover o desvio de investimentos na educação ou na saúde quando o país precisa é de investimentos nas áreas produtivas.
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O voucher até pode ser boa solução. Não digo que não. Mas só o será quando de facto sentirmos que as familias pode DE FACTO ter opções com o seu uso.
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Ora, para ter opções é preciso haver investimento nas escolas privadas de forma a acomodar a procura espectavel. Os ciganos a correr com o voucher na mão para entrar para os salesianos parace-me uma boa imagem.
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No entanto, investir em mais infraestruturas educativas parece-me uma má opção na actualidade. Há outras prioridades para consumir os recursos do país.
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Sendo assim, só poderia haver uma hipotese para que o sistema dos vouchers funcionasse em Portugal- que é privatizar as escolas publicas. Só desta forma poderia o sistema voucher ser uma verdadeira opção.
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Rb

Anónimo disse...

É porque depois acontecia o mesmo que com as agências funerárias e o subsidio de funeral: preço dos serviços upa upa !!! não tardariam a vir depois reclamar que o estado tivesse as suas próprias escolas !!!

Anónimo disse...

Pois. Vamos ver, o sistema gringo é bom, mas não me parece ser muito melhor do que o europeu. Quer ao nivel da saúde, quer ao nível da educação.
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Na verdade no sistema gringo as familias pagam os seus estudos ou os próprios estudantes endividam-se tremendamente para os obter. O mesmo para a saúde. Dividas para a vida. Poder-se-á argumentar que a qualidade de ensino é superior nos eua do que na ue? ou que os indicadores de saude é melhor nos eua?
Não me parece. Talvez tenha mais fama, mas não gera pessoas melhor preparadas. Nem os indicadores macro de saude são melhores do que os europeus.
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Assim, a unica diferença RELEVANTE entre um sistema e outro, entre o sistema liberal gringo e o europeu, é que que os preços desses serviços nos eua são muitissimo maiores do que na ue.
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Um curso é terrilvelmente caro nos eua em comparação com a ue. Na saúde gastam o dobro da UE.
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Rb

Pantaleao disse...

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muja disse...

Então mas se estamos só a falar desses colégios de topo, o Estado não tem subsidiar rigorosamente nada.

Isso só faz sentido se as escolas privadas estiverem a suprir uma necessidade que deveria ser assegurada pelo Estado. Se estão, muito bem. Se não estão, não há subsídio.

Assim sendo, não vejo qual é o motivo da discussão...

Agora privatizar escolas a eito isso parece-me descabido de todo. Apenas porque agora fica mais barato ter um aluno numa privada subsidiada do que numa pública, não significa que isso seja assim depois de se privatizarem não sei quantas.

Além de que o argumento de que o privado é melhor gerido que o público (seja lá o que for o objecto da gestão) por ser privado, é falacioso.
O privado é melhor gerido porque o público - agora - é mal gerido. Não foi sempre assim...

muja disse...

Mas isto é a típica conversa fiada que não leva a lado nenhum. Antes de mais, o Estado devia preocupar-se em baixar os custos da educação às pessoas.

Começar logo pelos livros. Isto de comprar livros todos os anos é uma imbecilidade. É renda para as editoras. A maior parte dos manuais não necessita de revisões mais frequentes que de dez em dez anos. Cinco em cinco vá. Os livros podem e devem ser reutilizados. Mas é claro que, mudando todos os anos, ninguém - mesmo que queira - pode comprar livros usados (para não falar nos casos em podem ser re-utilizados por familiares ou amigos). Ao mesmo tempo, o preço dos manuais teria que descer. Se não descesse, havia motivo para se investigar a razão porque haveria caso pela certa...

Muito mais poderia ser feito, mas só isto seria uma vitória imensa e é caso paradigmático porque representa uma renda - uma mama - à conta do contribuinte, que o Estado pura e simplesmente não está disposto a enfrentar, mas que facilmente poderia em querendo.

O que prova que toda a discussão subsequente é fútil. É tapar aqui para destapar acolá...

Vivendi disse...

Eu faria um corte imediato de 400 € em todas as escolas públicas.

Anónimo disse...

"É renda para as editoras." Muja
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Nem mais. É espantoso como nao existe uma associacao de pais com força o suficiente que nao lute por acabar com essa pouca veronha das rendas das editoras de livros escolares.
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Mete-me confusao nao haver uma reaccao a valer porcausa deste desperdicio de dinheiros privados. Parece que nao, mas este ano gastei, xacaber, uns 300 euros em livros. Ora, isto multiplicado por cada cabeça estudante dá ns bons milhoes de euros desperdiçados. Já dava para pagar a porra do IMI, bolas.
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Rb

Ricciardi disse...

Nao pá, gastei mais. Este ano entrou para a escola o meu mais novo. Entao devo ter gasto 600 euros. Cum caneco.
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Rb

Ricciardi disse...

Epa fico fulo, fora de mim, quando sou obrigado a comprar uma coisa q nao quero comprar.
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Mas irrita-me muito mais pagar coisas que nao valem o preço de mercado. A gasolina por exemplo.
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Tem algum jeito a porra da gasolina custar 1,6 euros?
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Vcs ja reparam que m tipo medio portugues, que ande uns 30.000 km por ano, que nao é nada de especial, gasta em gasolina cerca de 3500 eurs por ano. Um gringo gasta 1500 dolares. Vamos ver, 3500 euros, sao dois meses de salario de um professor, nao é? Pois entao, o pessoal gasta dois salarios por ano para gasolina.
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Isto é fantastico. Nao se pode viver num país com este nivel de custos. É impossivel se nao se fugir aos impostos. Para quem pode.
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Rb

Luís Lavoura disse...

Eu não me admiraria que o excesso de custos nas escolas públicas (a existir) se devesse essencialmente a os salários dos professores serem maiores.
Não sei como é no ensino básico e secundário, mas sei que, no pré-primário, os ordenados das educadoras em escolas privadas são geralmente 2/3 daquilo que está tabelado para as escolas públicas. Ou seja, uma educadora de infância ganha muito mais numa escola pública do que numa privada.

zazie disse...

Há colégios para todas as bolas e ainda haveria mais se o Estado não secasse tudo.

zazie disse...

Nem tem a ver com ordenados. Depende dos colégios e nos caros até são bem pagos.

Depende de não existirem gastos com instalações nem material, por exemplo.

Mas o Estado abriu escolas em toda a parte. Em bairros ricos, como na Lapa ou na Expo onde depois os ricos botam os filhos à borla.

zazie disse...

E é assim que fazem concorrência desonesta em nome de uma falsa igualdade.

zazie disse...

Que eu saiba nem existem educadoras de infância do Estado.

zazie disse...

Acaso o Estado tem infantil ou pré-escolar?

Estou a leste da coisa mas já li no facebook umas a fazerem petição para ser reconhecia a profissão.

Podem ser malucas, mas também pode ser verdade.

Nunca se sabe...
ehehe

zazie disse...

Aqui:


http://www.peticaopublica.com/?pi=P2012N28462


":O))))))))

Anónimo disse...

Por aqui um curso superior e caro, bastante caro, funciona com emprestimos, que o aluno paga apos terminar o curso. A qualidade e muito ma, sem querer entrar no cliche do meu tempo e que era bom, o ensino superior aqui parece uma extensao do secundario, uma cambada de putos que precisa do professor a puxar orelhas constantemente.

Eu penso que as universidades deveriam terminar como sao e depois de se fornecer ferramentas (1 ano), so se fazer pesquisa e desenvolvimento , tipo phds e afins. Nao sei como e em Portugal neste momento mas por aqui e so recitar tabuadas de cor para ter um bacharelato ou um mestrado.

Elaites

Anónimo disse...


Que tal darem uma leitura no original, em vez de se ficarem pelos títulos do publicUzito?

http://www.tcontas.pt/pt/actos/rel_auditoria/2012/2s/audit-dgtc-rel031-2012-2s.pdf




BLUESMILE disse...

"Então mas se estamos só a falar desses colégios de topo, o Estado não tem subsidiar rigorosamente nada. "
Concordo. mas não é isso que se passa. O que se passa é que os contratos de associação alimentam os colégios ditos de topo, com uma restrita selecção de clientela. E se isso já existe com os contratos de associação, o que não seria com a rebaldaria e roubalheira dos "vouchers" para financiar directamente os privados...
Já agora, para quem tem crianças, o Estado tem uma rede de ensino pré escolar com instituições de muita qualidade. Quem não tem filhos pequenos nem faz ideia disto, porque há vinte ou trinta anoso ensino préescolar era quase todo privado...



Isso só faz sentido se as escolas privadas estiverem a suprir uma necessidade que deveria ser assegurada pelo Estado. Se estão, muito bem. Se não estão, não há subsídio."

O cerne da questão é esse. O que se passa é que os contratos de associação alimentam os colégios ditos de topo, com uma restrita selecção de clientela. E se isso já existe com os contratos de associação, o que não seria com a rebaldaria e roubalheira dos "vouchers" para financiar directamente os privados...
Já agora, para so que não têm crianças, o Estado tem uma rede de ensino pré escolar com instituições de muita qualidade. oa msi velhos nem fazem ideia disto por que há trintaou quarenta anos o ensino préescolar era quase todo privado...

BLUESMILE disse...

A educação nas escolas privadas NÂO é melhor nem é mais barata.

BLUESMILE disse...

Em 2009/2010, foram celebrados 93 contratos de associação entre o Estado Português
e estabelecimentos de ensino particular e cooperativo, abrangendo 2 216 turmas e
52.882 alunos e envolvendo pagamentos no montante de
239.156.793 Euros.
O peso deste custo é enorme, tanto mais que, em muitas situações não se cumprem os requisitos de que estes contratos de adesão ´so devem ser atribuídos em “áreas carecidas de escolas públicas”. Há inúmeras escolas privadas a concorrerem lado a lado com escolas públicas, com excelente oferta formativa e com vagas para todo os alunos.

O custo médio do financiamento por aluno no privado com contrato de associação foi de 4.522€ no ano 2009/2010.

Já o custo médio por aluno no ensino público sem contratos de associação ascende é de 4.415,45€.

Estes dados resultam do mais recente reletórioo do Tribunal de Contas e pode ser acedido aqui.

http://www.tcontas.pt/pt/actos/rel_auditoria/2012/2s/audit-dgtc-rel031-2012-2s.pdf