uma desculpa irracional

Na sequência do tsunami fiscal anunciado ontem pelo governo, Carlos Moedas surgiu na TV a tentar dourar a pílula.
Estas medidas são necessárias, disse, porque não foi possível implementar a proposta da TSU. ‹‹A partir do momento em que os empresários se propuseram "boicotar" a descida da TSU para as empresas, a proposta deixou de ter racionalidade››.
Este argumento é falacioso. O facto de alguns empresários (ninguém sabe quantos...) estarem dispostos a devolver a poupança aos seus trabalhadores só abona a favor da medida e não contra. Significa que a proposta do governo tinha flexibilidade e que o sector privado se podia adaptar a ela, enquanto se garantia um corte muito significativo na despesa do Estado.
Assim sendo, o governo confessa que foi obrigado a escolher uma alternativa de segunda categoria, o que não só não tem qualquer racionalidade como não há spin que doure uma pílula destas.