“Os portugueses são em parte responsáveis pelo que se está a passar, porque têm um conceito de vida em comunidade em que o Estado tem obrigação de tudo. Pedem-lhe tudo”, afirma D. José Policarpo, manifestando-se “surpreendido”, no caso das fundações, com a quantidade de entidades que recebiam dinheiros públicos e que reivindicam receber. “Se o Estado gasta dinheiro nessas outras coisas, vai ter dificuldade aquilo que são as necessidades primárias e fundamentais da comunidade e que realmente lhe competem”, acrescenta em entrevista, ontem, à rádio Renascença.
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O bispo de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal também questiona o próprio Estado, que “se considera o único prestador legítimo de serviços e saúde”, enquanto “todas as outras iniciativas, algumas de grande qualidade, estão reservadas para quem as pode pagar”. Por isso, defende que na saúde e na educação há passos que é preciso dar e que já foram dados por outros países da União Europeia, no sentido “da integração coordenada de todas as potencialidades da comunidade para resolver serviços fundamentais da mesma comunidade”.
A melhor forma da Igreja participar na situação que Portugal vive é com obras e não com palavras, defende ainda o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
JN
Comentário: Os portugueses não querem nem sabem decidir o que mais lhes convém. Esperam que figuras com autoridade, como o Cardeal Patriarca, os guiem e lhes apontem caminhos. Parece-me, portanto, um pouco injusto atribuir-lhes responsabilidade pelo que se está a passar.
Os portugueses pedem tudo ao Estado? Com certeza, como pedem tudo, e dão tudo, à família e aos amigos, o que é necessário é alguém que saiba dizer NÃO.
A Igreja Católica também devia ter dito não, ‹‹não devemos ir por aí››, há muito tempo.
Um ponto de vista diferente, do Miguel Noronha do Insurgente, sobre estas declarações.
2 comentários:
Porque é preciso racionar nos medicamentos e outros cuidados?
Porque é preciso dinheiro para pagar salários majestáticos...
http://economico.sapo.pt/noticias/medicos-aceitam-2746-euros-para-trabalhar-40-horas_153072.html
Eu,um simples operário e emigrante na Holanda desde 1964 e já velhote
(88 anos)digo simplesmente que se «a melhor forma de a Igreja participar na situação que Portugal vive é com obras e não palavras» pois devia abdicar do luxo em que vive,luxo êsse que está em contradição com a humildade cristã que a Igreja apregoa.E o Governo da Rèpública devia anular a Concordata e exigir que a ICAR prestasse contas ao Fisco.
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