11 outubro 2012

sem sinais de vida inteligente

Para os ministros que claramente se sentem deprimidos com o presente e o futuro imediato das políticas governamentais há outra questão de fundo que Gaspar e Coelho andam a empurrar com a barriga. Trata-se de repensar urgentemente as funções do Estado, ter uma estratégia bem definida e ter coragem política para a executar. E quem fala em repensar o Estado fala no peso das Forças Armadas, das forças de segurança, da justiça, da saúde e da educação. Mas a estas questões delicadas e que poderão provocar rupturas na sociedade portuguesa a resposta da dupla que governa o país é mais que insatisfatória. Ainda recentemente, e devido essencialmente à pressão da troika, Gaspar prometeu a criação de uma comissão que irá estudar o assunto de modo que a despesa do Estado possa ser reduzida 4 mil milhões de euros a partir, talvez, de 2015. Mas de facto o que impressiona e deixa muitos ministros num profundo estado de depressão é a total ausência de ideias e de um pensamento político estruturado do primeiro-ministro e do ministro Vítor Gaspar sobre estas e outras grandes questões nacionais.

Estamos presos a um navio que todos sabemos estar a afundar-se todos os dias. Sem alternativa.

Declarações de um membro do governo ao ionline

Comentário: Os membros do governo que pensam deste modo devem demitir-se e ajudar a criar alternativas. A ideia de que coitados, "andam deprimidos" é patética.

3 comentários:

JoaoMiranda disse...

Joaquim,
.
Os membros do governo andam deprimidos porque não há dinheiro para gastar. Tirando os 4 ministros independentes e eventualmente o Aguiar Branco, os outros todos não fizeram nada para cortar na despesa nem têm vocação para o fazer.

Anónimo disse...

claro, se não concordam tenham a dignidade de se demitir e, assim, marcar uma posição política.

Lionheart disse...

É uma mudança radical na forma de governar. Um corte total com o que tem sido a governação neste regime: GASTAR. Não é investir, gastar. O investimento pressupõe retorno, que é o que não se obtém com auto-estradas sem tráfego (o mesmo que TRINTA e UM submarinos); energias "renováveis" que encarecem o preço da electricidade; brincar aos comboios entre Caia e Poceirão (está fica para a História); formação que não contribui para aumentar a qualificação das pessoas e a sua eficiência, mas apenas para dar um certificado (2 mil milhões de Euros foi quanto custou as Novas Oportunidades, o mesmo que QUATRO submarinos); obras em escolas que explodem os custos futuros de manutenção das mesmas (o parque escolar custou mais QUATRO submarinos, fora a manutenção nos próximos anos), etc, etc. São dezenas de "submarinos" de despesa. Entretanto a Cãndida decidiu que a as afirmações do suposto corruptor de Sócrates no processo Freeport, que admitiu que lhe pagou, são "diz-que-disse"... A "justiça" é outra brincadeira.

Os (des)governos brincaram com o dinheiro. Num país que sempre dispôs de pouco capital, desbararatá-lo em coisas que só aumentam a nossa despesa estrutural foi uma asneira que vamos pagar durante décadas, porque agora não há dinheiro para nada. Vamos ter de ganhá-lo. Ganhá-lo, atenção, não é fazê-lo. Ainda vai haver "caldeirada" por causa disto...