17 setembro 2012

casa dos enredos 4

Trela curta:


Bruxelas faz depender ajuda a Portugal da TSU

41 comentários:

Vivendi disse...

Só um pequeno exemplo para corroborar a minha afirmação de que Gaspar foi uma imposição da troika.

A própria "chamada" de Cavaco Silva a Vítor Gaspar ao Conselho de Estado, tornada pública, é um atestado de menoridade e um insulto ao primeiro-ministro. Cavaco chamou "quem sabe" e quem sabe é Gaspar. É esta a mensagem.

Vivendi disse...

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=578937&pn=1

Serginho disse...

Mas não foi a Troika que disse que a medida sobre a TSU, foi escolha do Governo Português ?

Anónimo disse...

Cheira mais a frete politico... mas enfim... eu começo a achar qe a forma mas rapida de voltarmos a ser o Portugal de sempre, anda que sem tantos ipads e mercedes, é implementar as medidas todas sem refilar. Estou mesmo convencido qe o objectivo das medidas de ajustamento é fazer regressar o pais mais rapidamente ao escudozinho, ao controlozinho de capitais e bens.
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E portanto, bem vindos Troikanos. Amigos.
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Rb

Vivendi disse...

A troika no ano passado tinha pedido a descida da tsu com a subida do iva.

Medida correta.

O governo andou a inventar durante um ano e agora...

escrever mais uma vez:

2/3 do lado da despesa
1/3 do lado da receita

Anónimo disse...

Caro RB... Não estou a perceber... Tem alguma coisa contra os mercedes e ipads?... Porque não com menos bmw e samsungs não sei quantos?... -- JRF

Anónimo disse...

Mas Portugal nao convem q caia. Eles precisam de um bm exemplo como de pao para a boca.
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Eu até fiquei orgulhoso quando ouvi a senhora FMI, lafranjas, a discorrer acerca do sucesso imenso do processo de ajustamento de Portugal. Isto depois de se saber que o defice já nao vai ser cumprido e muito longe do previsto.
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Rb

Anónimo disse...

Jrf, pois nao tenho nada contra eles em particular. Ando a pensar em Modelar o meu automovel, só preciso mesmo de Calibrar o meu salario.
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Rb

Anónimo disse...

Pobre Gente

"Nós estamos num estado comparável, correlativo à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesmo abaixamento dos caracteres, mesma ladroagem pública, mesma agiotagem, mesma decadência de espírito, mesma administração grotesca de desleixo e de confusão. Nos livros estrangeiros, nas revistas, quando se quer falar de um país católico e que pela sua decadência progressiva poderá vir a ser riscado do mapa – citam-se ao par a Grécia e Portugal. Somente nós não temos como a Grécia uma história gloriosa, a honra de ter criado uma religião, uma literatura de modelo universal e o museu humano da beleza da arte."

Eça de Queirós, in 'Farpas (1872)'

Anónimo disse...

Radiografia de corpo inteiro

"Em tempos disse que Portugal estava culturalmente morto. Talvez o tenha dito em determinado momento, mas também o diria hoje porque Portugal não tem ideias de futuro, nenhuma ideia do futuro português, nem uma ideia que seja sua, e vai navegando ao sabor da corrente. A cultura, apesar de tudo, tem sobrevivido e é aquilo que pode dar do país uma imagem aberta e positiva em todos os aspectos, seja no cinema, na literatura ou na arte - temos grandes pintores que andam espalhados pelo mundo. Mas o Almeida Garrett definiu-nos de uma vez para sempre e de uma maneira que se tem de reconhecer que é uma radiografia de corpo inteiro: «O país é pequeno e a gente que nele vive também não é grande.» É tremenda esta definição, mas se tivermos ocasião de verificar, desde o tempo do Almeida Garrett e, projectando para trás, efectivamente o país é pequeno (...), mas o que está em causa não é o tamanho físico do país mas a dimensão espiritual e mental dos seus habitantes."

José Saramago, in 'Uma Longa Viagem com José Saramago (2009)'

Fernanda Viegas disse...

Pois se bem me lembro o Vivendi tem razão. Com o aumento do IVA a Troika mandava baixar a TSU e agora o governo diz que o aumento da TSU foi imposição da Troika. Cambada de cabotinos! Nem a verdade católica, nem a justiça protestante, continuemos pois a navegar à procura de outro porto.

lusitânea disse...

O gajo levado pela trela que ilustra o post é um gajo do BE.Faz muito bem a Frau M!Eu até acho que todo o BE devia ter direito a um campo de reeducação lá na Alemanha.E se não voltasse nenhum paciência que não se perdia nada...aliás era só lucro...

ps

Pena terem algumas gajas boas.Essas talvez reservar para um campo de reeducação interno porque algumas se calhar são lésbicas...

É o que se oferece tecer acerca de tão cínicos personagens que tanto querem TGV´s e pretos com abundância, tudo a crédito, por nossa conta como mordem na mão de quem os alimenta...com crédito...

Lionheart disse...

É claro que Gaspar é o homem da Troika. E não só, também é o número dois do Governo por imposição da Troika. Ou está esquecido o primeiro grande problema na coligação por causa hierarquia do Governo, em que Portas teve de engolir ser o terceiro, atrás de Gaspar, por imposição externa? Além de que a Portas foi retirada a política europeia, devido ao seu passado eurocéptico (não fosse a Europa não gostar) e porque este e Passos não têm propriamente a mesma visão sobre o posicionamento do país, embora a situação de emergência financeira tenha repremido as divergências.

De qualquer modo, Passos Coelho e o PSD(?) têm um posicionamento europeu que não é propriamente o posicionamento tradicional de Portugal, mas que pode ter alguma justificação devido à nossa dependência da Europa e à actual balança de poder europeia. Mas esse posicionamento está longe de estar explicado e fundamentado, além de gerar perplexidade em vários sectores, por Portugal estar demasiado alinhado com uma só tendência, a qual não lhe é favorável a médio-longo prazo. O facto de o país depender de ajuda externa não o devia impedir de defender os seus interesses e a sua visão para a Europa. Aqui a esquerda tem razão. Não se trata de "endeusar" Hollande e outras parolices do género. Trata-se de defender uma Europa em que os países do Sul tenham possibilidade de convergir com os mais ricos. Daí o ênfase no crescimento, que Monti e os seus "aliados" usam (e aqui põe-se o problema de quem paga as políticas de crescimento e a crise deriva do Norte não as querer mais pagar). Para quê? Para que a Europa não seja só disciplina orçamental, mas também desenvolvimento para os países mais pobres. De outra forma não temos nada a ganhar em estar na Europa. Ao colocar-se à margem deste debate, Passos abre o flanco a que o acusem de seguidista face à Alemanha. E se não é seguidista, devia explicar porque é que não entra neste debate, se até a Irlanda, insuspeita de ser indisciplanada, lá está.

zazie disse...

Está a dizer que os gajos conheciam o Gaspar?

Lionheart disse...

Evidente. É público que Gaspar trabalhou no BCE e na Comissão Europeia. É um homem que eles conhecem e respeitam. Mas isso não quer dizer Gaspar não tenha defendido os interesses nacionais o melhor que pôde, apenas que os credores impuseram para a pasta das Finanças alguém em quem tinham confiança e exigiram que lhe fosse dado peso político.

Anónimo disse...

Boa Lionheart. É isso mesmo.
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Esta europa enoja-me. De repente a boche alemã passa a defender o que durante CINCO anos contrariou. Queo BCE intervenha e tal. Isto é de malucos.
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Eu acho que, quer o FED, quer o BCE, chamaram a Merkel e deram-lhe um raspanete tao grande que ate MF alemao se levantou e passou a defender o contrarrio do que defendia.
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O FED anunciou intervencao ILIMITADA, o BCE fez a mesma coisa. Dois dias de diferenca. Tdo combiando. A merkel encostada à parede, finalmente.
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Rb

zazie disse...

Ok. Não sabia

zazie disse...

Mas acha que ele merece a fama?

Parece-me que lá tenta tanguiar as barreiras constitucionais mas de forma a dar para o atabalhoado.

Lionheart disse...

A situação é muito instável. A nossa há muito que está presa por arames, desde logo porque todos continuam a esconder a verdade às pessoas. Continuam a omitir ao eleitorado que a austeridade será permanente dentro do Euro, como se daqui a dois ou três anos voltasse tudo a ser como antes. Não admira por isso que os portugueses estejam cada vez mais impacientes, também porque desconhecem aquilo a que país se obrigou. Há muita gente a dramatizar os efeitos de uma saída do euro, mas depois não assumem o preço que temos de pagar por isso e que não tem nada a ver com o desígnio que envolvia a adesão à CEE. Depois admirem-se se um dia a casa vem abaixo.

zazie disse...

As pessoas sabem apenas por comparação com os outros países.

Do resto, sabem o que já começam a sentir e também creio que vêem o óbvio- que estes também poupam os do saque.

zazie disse...

Ficou assim, em tom básico mas há-de ser sempre assim.

Até porque não existem artigos de opinião a dizerem muito mais.

Nem especialistas, nem economistas.

Há agora uma figura mediática que lá faz o papel de bobo da corte e parece-me que tem algum efeito- o José Gomes Ferreira.

(estou a referir-me ao magote, claro. O resto há-de ser a base de apoio dos que financiam e de uma classe média - a dar para o falso, que não sabe lá muito bem o custo de nada porque é funcionária pública)

zazie disse...

E não estou a diabolizar os funcionários públicos nem nada disso.

É apenas uma constatação que tem de ter um grande peso em Portugal, dada a percentagem de pessoa que vivem directa ou indirectamente de ligação ao Estado.

O Medina Carreira chegou a apresentar contas e dava uns 60% da população.

Sendo assim, é óbvio que esses funcionários apenas sabem o dinheiro que lhes pagam e não precisam de mais nada- de fazer contas a custos.

Faz parte das características (bem agradáveis, até) da FP.

Quem sabe, ou está muito bem e a crise nem lhe toca, ou demasiado mal para ter voz. Porque para esses nem mudou grande coisa.

zazie disse...

Ora esta classe média é decisiva no voto.

E facilmente vota em miragens e falsas promessas pelo motivo que enunciei- porque não tem de saber o valor de nada. Quanto muito comparam ordenados com outros FP e com iguais de outros países.

Lionheart disse...

Zazie, se merece a fama ou não, estamos cá para ver. O que é muito estranho é que tenha sobrestimado tanto as receitas fiscais, pois o histórico em Portugal é que os portugueses perante o aumento dos impostos antecipam a perda de rendimentos e não agem como o Estado quer, o que origina ao invés uma queda da receita. Por exemplo, se se aumenta muito o imposto sobre o tabaco, muita gente deixa de fumar e a receita cai. A queda na receita do IUC caiu quase para metade, o que vai na linha dos dados conhecidos sobre uma queda acentuada no tráfego automóvel. Por isso, os tais cálculos de excel do Gaspar (deve ser uma "inside joke" dos jornalistas) depois não se traduziram na realidade em aumento de receitas. Mas também as previsões dos governos raramente foram certeiras, só que agora a responsabilidade é muito maior e por isso os erros dão mais nas vistas.

zazie disse...

Curioso o que disse. É um facto que os tugas se antecipam nessas adaptações.

zazie disse...

E o mais pequeno deslize dentro daquele partido de seitas que é o PSD e mais o CDS a aproveitar, é o fim da macacada.

E tudo isto acontece por só conhecerem uma linguagem- a mais básica -a da multidão- o temor de perderem o poleiro

zazie disse...

Também acehei curiosa a mega manif.

Toda a gente a estranhar os tugas tão calados e, de repente, basta um pequeno empurrão a dar para o mongo e por facebook e foi o que se viu.

Alexandre Ferreira disse...

Os 60% por cento de Medina I see dead people Carreira, são um bocado menos do que os 22% de salários do OE, somados a 55% de transferências sociais. É um espanto, mas é verdade. Foi-o, pelo menos, no orçamento de 2011.

zazie disse...

Eu não falei em salários- apenas em formas de pensar devido à característica de quem paga.

Mas posso deixar a pergunta, v. acha que a nossa classe média não essencialmente constituída por pessoas da FP?

Alexandre Ferreira disse...

Nao sei se a pergunta se dirige a mim, mas, com franqueza, não sei. A minha pessoal amostra sociológica não é certamente exemplar. De todo o modo, o que eu queria dizer é que somando as duas despesas que mencionei temos mais de sessenta por cento da despesa do estado dirigida ao suporte - ainda que, em parte, em salários por troca de trabalho - directo ou indirecto de pessoas.
Em todo o caso, se de facto a classe média for essencialmente constituída pelo funcionalismo público isso é verdadeiramente trágico e um falhanço civilizacional. Ou porque o país não tem capacidade e autonomia para o fazer, ou porque as opções que foi tomando criaram um Estado que o impediu.

zazie disse...

Pois penso que é. Para além dos FPs são os serviços.

Ora um país onde se destruiu a riqueza porque se correu com quem a criava, no PREC, depois inventou uma classe média por encosto ao Estado.

Isto significa, que é uma falsa classe média que não sabe lá muito bem o custo do dinheiro.

Em dependendo do Estado, é óbvio que apoie sempre quem lhe promete mais.

Duvido que assim possa existir muita consciência social nas manifestações e no voto.

zazie disse...

Acho mesmo que esta é a grande tragédia de Portugal.

Porque essa é a base de apoio que de que precisam os que vão para o Poder.

E não alteram grande coisa por esse motivo.

Ou precisam do voto por magote ou precisam de apoio dos barões do saque. e há-de ser por isso que a justiça não funciona e ninguém tocou também nas PPPs nem incomodou muitas fundações.

Lionheart disse...

O cerne da questão: o custo do trabalho.

http://www.athensnews.gr/portal/11/58250

zazie disse...

«The Eurostat figures showed that the labour-cost decrease in the non-business economy, ie the public sector, was far greater than in the business or private sector.»

Mas isto cá não aconteceu.

Lionheart disse...

Não, até porque em Portugal não se despediram funcionários públicos.

O objectivo final: baixar a despesa pública em percentagem do PIB. Em Julho a Grécia já conseguiu um superavit na conta corrente, mesmo que à custa de uma forte recessão económica.

"Stournaras said the country has covered two-thirds of the distance required to achieve its fiscal consolidation targets, adding that following the implementation of an 11.5-billion-euro package of austerity measures, Greece will be one of the countries with the lowest spending rate as a percentage of GDP."

http://www.athensnews.gr/portal/8/58253

Alexandre Ferreira disse...

Algo não bate certo no que toca aos custos do trabalho:
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=579023
Repare-se que estamos a falar de custos do trabalho, não de salários, simplesmente. Ver tb a seguinte tabela do Eurostat http://appsso.eurostat.ec.europa.eu/nui/setupModifyTableLayout.do. Não tenho tempo para elaborar.

Lionheart disse...

Entretanto, na outra parte da Europa também resgatada, a Irlanda queria rever o seu programa de resgate, tendo em conta que o que foi prometida à banca espanhola devia ser aplicado igualmente à banca irlandesa. Mas os irlandeses bem podem esperar sentados. Então quando a Alemanha entrar em campanha eleitoral no próximo ano é que nada mexe na Europa. É por estas e por outras que os Camilos da nossa praça deviam refrear o entusiamo. Eu sei que temos de pôr as contas em ordem, mas fica mal querer ser pau mandado.


"However, Ireland's hopes of securing bank debt relief have slipped further down Germany’s political agenda.

Irish Government officials are working the back rooms of Europe’s capitals, trying to put flesh on the bones of a June promise by European Union leaders to look again at Ireland’s bailout programme.

But German chancellor Angela Merkel indicated yesterday that agreement on such a deal is so far away that it has yet to even come near her chancellery, let alone cross her desk, for discussion.

“There’s no change on my agenda at the moment,” she said."

http://www.irishtimes.com/newspaper/breaking/2012/0918/breaking25.html

Vivendi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vivendi disse...

Só não vê quem não quer.

Se qualquer um de nós, na despesa doméstica, gastar mais daquilo que ganha, o que se faz?

a) cortar na despesa
b) aumentar a produtividade
c) aumentar a receita

O caminho certo é cortar na despesa e aumentar a produtividade.
Ir pelo lado da receita chega-se a um ponto que deixa de haver retorno, pois ninguém aceita continuar a sustentar loucuras.

É assim que o mercado funciona.

Vivendi disse...

Lionheart,

Curioso os seus dados.

Fica demonstrado que o fundo tem fundo. E a partir daí pode haver crescimento sustentável.

A Alemanha sabe o que faz em matéria económica.

joserui disse...

"A Alemanha sabe o que faz em matéria económica."
A Alemanha sabe o que faz em muitas matérias, o que custa a muita gente, mas é a vida... -- JRF