06 setembro 2012

a modernização do cimento

A modernização leva a mais individualismo* e diminui a aversão ao risco. Em Portugal, porém, a modernização que ocorreu nos últimos 30 anos não sortiu este efeito porque foi em grande medida conduzida pelo Estado.
O desenvolvimento regional reforçou a pecha colectivista* e o investimento público, ou semi-público ou PPP's, etc., reforçou a aversão ao risco.

* Hofstede fala de individualismo e de colectivismo como polos de uma dimensão cultural que avalia a força das relações pessoais e familiares. Portugal é colectivista, neste sentido, pelos fortes laços que os indivíduos  têm com a família e as colectividades de que fazem parte.

23 comentários:

Pedro Sá disse...

Está muito enganado...os povos do Sul da Europa são muito, muito, muito mais individualistas que os do Norte.

Pedro Sá disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Caro Pedro Sá,

Não sou eu que estou enganado. É o Hofstede.

Ricciardi disse...

Se assim é, caro Joachim, como explica que Portugal seja o país do mundo com mais empresários em termos percentuais. Pequenos é certo, mas muitos.
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A palavra individualismo está a ser mal aplicada. Quer maior individualismo e propensão ao risco do que uma sociedade que produz pequenos empresários às centenas de milhares?
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Mais a mais, colectivismo e clientelismo são coisas diferentes. O que acoteceu em Portugal foi clientelismo traduzido nas estatisticas como sendo o 4º pais do mundo com melhores emais estradas.
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Rb

zazie disse...

Em Portugal toda a gente gosta de ser patrão. Acho que é isso que explica a facilidade com que se fazem empresários ou comerciantes.

Os portugueses são muito individualistas e até é lema dizer que "estou farto de trabalhar para os outros".

zazie disse...

Quanto ao resto, claro que o encosto estatal é óbvio e bem mais fácil numa sociedade pequena onde tudo ainda funciona por endogamia.

zazie disse...

Mas esse "Hofset" deve ser parvo.

Então o colectivismo mede-se pelas ligações sociais em pequena escala?

Eu sempre achei que o colectivismo só se impõe precisamente quando essas pequenas ligações são destruídas para se conseguir enraizados descaracterizados a que se chama "massas.

Foi assim em todas as revoluções colectivistas. Os laços pequenos eram indivualistas e nunca aceitariam uma terraplanagem estatal.

Esse gajo que v. anda a ler deve ser é parvo.

Anónimo disse...

Olá Zazie,

Eu até dei a definição utilizada pelo Hofstede.

Anónimo disse...

Caro RB,
Não são empresários, são merceeiros. A produzir para a comunidade... a família.

Fernanda Viegas disse...

Muito bem visto Zazie. E o Hofstede parvo não será, mas tem uma imagem muito desfocada da realidade. É como diz o Prof., deve ver lá de cima, de avião, cá em baixo a coisa é diferente.

zazie disse...

Deu a definição e depois? Pensou nela?

Esses merceeiros de quem fala são as forças vivas nortenhas que ainda salvam muito da balança de pagamentos.

E não são em escala maior porque, como v. devia saber que tem idade para isso, o PREC destruiu o resto.

E disso nunca Portugal se refez. Porque, a seguir vieram as imposições da UE e acabou-se com o resto em troca de fundos para estradas para despejaram para cá os carros deles.

zazie disse...

Tem o exemplo tuga do PREC para perceber. Não precisa de papaguear estrangeiros para nada.

Onde é que a reforma agrária se impôs? foi no Norte com pequena propriedade privada e forte tradição de individualismo local ou no Sul onde predominavam os tarefeiros das grandes propriedades?

Os comunas são do Sul e não do Norte de Portugal porque motivo?

Responda lá a isto e deixe esse Hof não sei quantos que não serve para nada de útil.

zazie disse...

Quem foram os russos, mortos aos milhares, que se recusaram a abandonar o dinheiro e a largarem a suas pequenas propriedades?

E quem eram os revolucionários massificados que colectivizaram à força?

(a resposta já está dada)

zazie disse...

Outra coisa:

V. até sabe isto quando pensa por si. Não passava a vida a explicar os males do curto prazo e da inexistência de família?

A acumulação primitiva de capital deve-se a quê?

Aquilo que v. chama individualismo é sempre familiar. Quem é sozinho não se transforma em grande empreendedor só para si. Esses tendem a viver o presente, como é mais que óbvio e não arriscam grandes empreendimentos para deixarem para o Estado.

zazie disse...

Não arriscam nem têm com quê.

Ponto final- se não vier de trás, ninguém faz fortuna na primária e a estudar para depois, magicamente, se tornar um mega-empresário

zazie disse...

A trocar caricas e cromos da bola. Deve ser esta a acumulação de capital desses "atlas de investimento" com que v.s sonham e a Rand inventou

Anónimo disse...

Pois sao meerceiros. So what?
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O ponto era dizer que nao é verdade que os portugueses nao sejam senhores do seu nariz, individalistas no sentido do texto. Sao e muito. Gostam muito de terno seu proprio negocio, e arriscam à sua escala. Alguns meerceiros até chegam a milionarios...
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O que eu acho, sinceramente, é que tudo foi feito com vista a liquidar o empreededorismo das pessoas. Nao é possivel exigir a um lavrador de aldeia que ele produza macad com calibre x, diamtero y. E como nao é possivel isso, o lavrador deixou de vender - só mesmo na praça -, porque nos hipermercados nao podem porque as exiencia comunitarias e regras, unifirmmizaram tudo num padrao que só aqeles agricultores com grande capacidade financeira o podem fazer. Vc está a ver um produtor de macas pequeo a ter que investir numa maquina de tapetes rolantes que separa as que tem. Damtro adequado das outras?
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Ora isso liquido pela base o natural crescimento dos negocios. Liquidou.
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Sao raros os agricultores de sucesso que cresceram organicamente. Por si proprios. O mais natural, com a abertura dos mercados, é que seja um grupo frances na area dos croissantes que lhe apteceu investir na producao de tomates, oligagarquizando tudo.
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Ja nem botam meias solas nos sapatos. É comprar novos. Nem se afiam facas. Nem se reparam motores. Olhe que o motor da minha psicina avariou e andei pela cidade à procura de reparadores e nao havia. Tive que desmontar eu proprio o motor e encomendar pela internet um peca avariada e mete-la que sou bom de maozinhas. Eu jurei para mim mesmo que nao havia de comprar m motor novo. E nao comprei, foda-se. Ora é este desperdicio que impede a poupanca. Nao se consegue ser pobre. E isso é mau. Nao ha alternativas em conta. É comprar coisas que avariam ao fim de meia duzia de utilizacoes e depois deitar fora e comprar novo. Está mal.
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Portugal precisa de crescer organicamente. De forma natural. De baixo para cima. Substituir importacoes é o primeiro passo.
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E isso significa uma coisa muito simples... é preferivel que as pessoas tenham dinheiro e se sintam com dinheiro, mas impedi-las de adquirir estrangeirices atraves de controlo aduaneiro, do que retirar salario para elas nao comprarem nada. É que as pessoas com dinheiro, alem de se sentirem melhor, podem poupar.
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Esta limitacao nas importacoes é forcada por insuficiencia de dinheiro. Mal a coisa reverta, as importacoes voltam com mais força do que nunca. E porque? Porque nao estamos a substituir importacoes. Porque estamos a retirar salario ás pessoas. Retirando salario os negocios nacionais sucumbem.... as importacoes tambem.
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Rb

Anónimo disse...

E tambem lhe digo, prefiro um país cheio de pequenos merceeiros do que m país cheio de tabalhadores fabris nas linhas de montagem das fabricas estrangeiras... Excepto se cá investirem porque encontram, nao mao de obra barata, mas mao de obra qualificada.
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Rb

Anónimo disse...

Vejam aqui a definição que Hofstede dá da dimensão I/C:

The high side of this dimension, called Individualism, can be defined as a preference for a loosely-knit social framework in which individuals are expected to take care of themselves and their immediate families only. Its opposite, Collectivism, represents a preference for a tightly-knit framework in society in which individuals can expect their relatives or members of a particular in-group to look after them in exchange for unquestioning loyalty. A society's position on this dimension is reflected in whether people’s self-image is defined in terms of “I” or “we.”

e +

http://geert-hofstede.com/dimensions.html

Anónimo disse...

Mas entao, vamos ver, essa definicao de I/C significa que os paises protestantes sao mais C do que I e os catolicos mais I do que C. Sim, porque por aqui ninguem Trabalha para o bem da comunidade. Por aqui o pessoal trabalha para si e para sua familia. Se alguem tem de ajudar os outros, nao sou eu em particular.... é alguem, o estado. E todos concordam muito com isso, que os outros devem ser ajudados, mas nao me pecam que pague impostos para o bem comum. Isso nao. Os prots pensam ao contrario. Pagamos impostos e pagamos quotas para a associacao filantropica.
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Rb

zazie disse...

Exacto. Se é assim, o Joaquim é que leu tudo às avessas.


zazie disse...

Eles trocam tudo por outro motivo.

Porque, como so gurus ideológicos deles são múmias mortas há perto de 2 séculos, ainda vão na fase em que o capitalismo tinha um mundo virgem por onde se expandir.

Era fácil, para um europeu ou americano, fazer fortuna porque eram poucos e o capitalismo estava em crescimento e em expansão em terreno virgem.

Agora não. Não é fácil porque tudo se massificou e não se inventou grande novidade da qual o planeta esteja carenciado.

Apesar de estar. Mas isso é outra história. Quem tem monopólio já feito num negócio não vai querer perdê-lo ou deitá-lo fora para arriscar do zero no seu oposto.

zazie disse...

Mas, mais uma vez a lógica internacionalista mostra a careca.

Os merceeiros locais que se danem- o mundo está para os monopolistas sem pátria. É extorquir-lhes tudo para o Estado pagar aos onzeneiros.

Neotontismo= socialismo in progress