A modernização leva a mais individualismo* e diminui a aversão ao risco. Em Portugal, porém, a modernização que ocorreu nos últimos 30 anos não sortiu este efeito porque foi em grande medida conduzida pelo Estado.
O desenvolvimento regional reforçou a pecha colectivista* e o investimento público, ou semi-público ou PPP's, etc., reforçou a aversão ao risco.
* Hofstede fala de individualismo e de colectivismo como polos de uma dimensão cultural que avalia a força das relações pessoais e familiares. Portugal é colectivista, neste sentido, pelos fortes laços que os indivíduos têm com a família e as colectividades de que fazem parte.
23 comentários:
Está muito enganado...os povos do Sul da Europa são muito, muito, muito mais individualistas que os do Norte.
Caro Pedro Sá,
Não sou eu que estou enganado. É o Hofstede.
Se assim é, caro Joachim, como explica que Portugal seja o país do mundo com mais empresários em termos percentuais. Pequenos é certo, mas muitos.
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A palavra individualismo está a ser mal aplicada. Quer maior individualismo e propensão ao risco do que uma sociedade que produz pequenos empresários às centenas de milhares?
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Mais a mais, colectivismo e clientelismo são coisas diferentes. O que acoteceu em Portugal foi clientelismo traduzido nas estatisticas como sendo o 4º pais do mundo com melhores emais estradas.
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Rb
Em Portugal toda a gente gosta de ser patrão. Acho que é isso que explica a facilidade com que se fazem empresários ou comerciantes.
Os portugueses são muito individualistas e até é lema dizer que "estou farto de trabalhar para os outros".
Quanto ao resto, claro que o encosto estatal é óbvio e bem mais fácil numa sociedade pequena onde tudo ainda funciona por endogamia.
Mas esse "Hofset" deve ser parvo.
Então o colectivismo mede-se pelas ligações sociais em pequena escala?
Eu sempre achei que o colectivismo só se impõe precisamente quando essas pequenas ligações são destruídas para se conseguir enraizados descaracterizados a que se chama "massas.
Foi assim em todas as revoluções colectivistas. Os laços pequenos eram indivualistas e nunca aceitariam uma terraplanagem estatal.
Esse gajo que v. anda a ler deve ser é parvo.
Olá Zazie,
Eu até dei a definição utilizada pelo Hofstede.
Caro RB,
Não são empresários, são merceeiros. A produzir para a comunidade... a família.
Muito bem visto Zazie. E o Hofstede parvo não será, mas tem uma imagem muito desfocada da realidade. É como diz o Prof., deve ver lá de cima, de avião, cá em baixo a coisa é diferente.
Deu a definição e depois? Pensou nela?
Esses merceeiros de quem fala são as forças vivas nortenhas que ainda salvam muito da balança de pagamentos.
E não são em escala maior porque, como v. devia saber que tem idade para isso, o PREC destruiu o resto.
E disso nunca Portugal se refez. Porque, a seguir vieram as imposições da UE e acabou-se com o resto em troca de fundos para estradas para despejaram para cá os carros deles.
Tem o exemplo tuga do PREC para perceber. Não precisa de papaguear estrangeiros para nada.
Onde é que a reforma agrária se impôs? foi no Norte com pequena propriedade privada e forte tradição de individualismo local ou no Sul onde predominavam os tarefeiros das grandes propriedades?
Os comunas são do Sul e não do Norte de Portugal porque motivo?
Responda lá a isto e deixe esse Hof não sei quantos que não serve para nada de útil.
Quem foram os russos, mortos aos milhares, que se recusaram a abandonar o dinheiro e a largarem a suas pequenas propriedades?
E quem eram os revolucionários massificados que colectivizaram à força?
(a resposta já está dada)
Outra coisa:
V. até sabe isto quando pensa por si. Não passava a vida a explicar os males do curto prazo e da inexistência de família?
A acumulação primitiva de capital deve-se a quê?
Aquilo que v. chama individualismo é sempre familiar. Quem é sozinho não se transforma em grande empreendedor só para si. Esses tendem a viver o presente, como é mais que óbvio e não arriscam grandes empreendimentos para deixarem para o Estado.
Não arriscam nem têm com quê.
Ponto final- se não vier de trás, ninguém faz fortuna na primária e a estudar para depois, magicamente, se tornar um mega-empresário
A trocar caricas e cromos da bola. Deve ser esta a acumulação de capital desses "atlas de investimento" com que v.s sonham e a Rand inventou
Pois sao meerceiros. So what?
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O ponto era dizer que nao é verdade que os portugueses nao sejam senhores do seu nariz, individalistas no sentido do texto. Sao e muito. Gostam muito de terno seu proprio negocio, e arriscam à sua escala. Alguns meerceiros até chegam a milionarios...
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O que eu acho, sinceramente, é que tudo foi feito com vista a liquidar o empreededorismo das pessoas. Nao é possivel exigir a um lavrador de aldeia que ele produza macad com calibre x, diamtero y. E como nao é possivel isso, o lavrador deixou de vender - só mesmo na praça -, porque nos hipermercados nao podem porque as exiencia comunitarias e regras, unifirmmizaram tudo num padrao que só aqeles agricultores com grande capacidade financeira o podem fazer. Vc está a ver um produtor de macas pequeo a ter que investir numa maquina de tapetes rolantes que separa as que tem. Damtro adequado das outras?
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Ora isso liquido pela base o natural crescimento dos negocios. Liquidou.
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Sao raros os agricultores de sucesso que cresceram organicamente. Por si proprios. O mais natural, com a abertura dos mercados, é que seja um grupo frances na area dos croissantes que lhe apteceu investir na producao de tomates, oligagarquizando tudo.
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Ja nem botam meias solas nos sapatos. É comprar novos. Nem se afiam facas. Nem se reparam motores. Olhe que o motor da minha psicina avariou e andei pela cidade à procura de reparadores e nao havia. Tive que desmontar eu proprio o motor e encomendar pela internet um peca avariada e mete-la que sou bom de maozinhas. Eu jurei para mim mesmo que nao havia de comprar m motor novo. E nao comprei, foda-se. Ora é este desperdicio que impede a poupanca. Nao se consegue ser pobre. E isso é mau. Nao ha alternativas em conta. É comprar coisas que avariam ao fim de meia duzia de utilizacoes e depois deitar fora e comprar novo. Está mal.
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Portugal precisa de crescer organicamente. De forma natural. De baixo para cima. Substituir importacoes é o primeiro passo.
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E isso significa uma coisa muito simples... é preferivel que as pessoas tenham dinheiro e se sintam com dinheiro, mas impedi-las de adquirir estrangeirices atraves de controlo aduaneiro, do que retirar salario para elas nao comprarem nada. É que as pessoas com dinheiro, alem de se sentirem melhor, podem poupar.
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Esta limitacao nas importacoes é forcada por insuficiencia de dinheiro. Mal a coisa reverta, as importacoes voltam com mais força do que nunca. E porque? Porque nao estamos a substituir importacoes. Porque estamos a retirar salario ás pessoas. Retirando salario os negocios nacionais sucumbem.... as importacoes tambem.
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Rb
E tambem lhe digo, prefiro um país cheio de pequenos merceeiros do que m país cheio de tabalhadores fabris nas linhas de montagem das fabricas estrangeiras... Excepto se cá investirem porque encontram, nao mao de obra barata, mas mao de obra qualificada.
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Rb
Vejam aqui a definição que Hofstede dá da dimensão I/C:
The high side of this dimension, called Individualism, can be defined as a preference for a loosely-knit social framework in which individuals are expected to take care of themselves and their immediate families only. Its opposite, Collectivism, represents a preference for a tightly-knit framework in society in which individuals can expect their relatives or members of a particular in-group to look after them in exchange for unquestioning loyalty. A society's position on this dimension is reflected in whether people’s self-image is defined in terms of “I” or “we.”
e +
http://geert-hofstede.com/dimensions.html
Mas entao, vamos ver, essa definicao de I/C significa que os paises protestantes sao mais C do que I e os catolicos mais I do que C. Sim, porque por aqui ninguem Trabalha para o bem da comunidade. Por aqui o pessoal trabalha para si e para sua familia. Se alguem tem de ajudar os outros, nao sou eu em particular.... é alguem, o estado. E todos concordam muito com isso, que os outros devem ser ajudados, mas nao me pecam que pague impostos para o bem comum. Isso nao. Os prots pensam ao contrario. Pagamos impostos e pagamos quotas para a associacao filantropica.
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Rb
Exacto. Se é assim, o Joaquim é que leu tudo às avessas.
Eles trocam tudo por outro motivo.
Porque, como so gurus ideológicos deles são múmias mortas há perto de 2 séculos, ainda vão na fase em que o capitalismo tinha um mundo virgem por onde se expandir.
Era fácil, para um europeu ou americano, fazer fortuna porque eram poucos e o capitalismo estava em crescimento e em expansão em terreno virgem.
Agora não. Não é fácil porque tudo se massificou e não se inventou grande novidade da qual o planeta esteja carenciado.
Apesar de estar. Mas isso é outra história. Quem tem monopólio já feito num negócio não vai querer perdê-lo ou deitá-lo fora para arriscar do zero no seu oposto.
Mas, mais uma vez a lógica internacionalista mostra a careca.
Os merceeiros locais que se danem- o mundo está para os monopolistas sem pátria. É extorquir-lhes tudo para o Estado pagar aos onzeneiros.
Neotontismo= socialismo in progress
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