03 agosto 2012

parolos

É positivo que qualquer pessoa possa frequentar qualquer cadeira de qualquer curso universitário, em regime livre. Com o 12º ano ou sem o 12º ano, novo ou velho, a trabalhar ou desempregado.
Criticar esta abertura das universidades é cá uma parolice, cuidado.
Se eventualmente, um aluno em regime livre completar todas as cadeiras de uma licenciatura, a universidade deve ter autonomia para definir as condições em que lhe atribui o respectivo grau académico.

Ler esta notícia do ionline

60 comentários:

Fernanda Viegas disse...

Completamente de acordo Dr Joaquim.

Anónimo disse...

Está provado que a autonomia em Portugal dá para fazer uma licenciatura com duas cadeiras, mais ou menos. O Doutor Joaquim é um homem moderno, muito à frente, que disse as imortais palavras “quem se suicida nasce com um defeitito”, mas este país, e o resto do mundo, não está ainda preparado para essa vanguarda.

sampy disse...

Ó Joaquim, a notícia é tão clara que nem vale a pena invocar, uma vez mais, os ensinamentos do grande Mestre Arroja.

O conceito, importado da cultura protestante, é bem-intencionado. Mas só resulta se for a par da fiscalização e da responsabilização. Num país onde reina a chico-espertice, isto será apenas mais um esquema para furar as regras.

muja disse...

Então mas quê? Estão preocupados porque o pessoal anda a fazer cadeiras da universidade sem completar o 12º??

Ahahaha, realmente só nesta terra em que o burlesco é a norma.

Então não é isso o que, em boa verdade, se quer que aconteça? Se os alunos não completam o 12º (ou 11º ou 4ª classe que seja), mas fazem cadeiras na universidade, isso quererá dizer uma ou mais de várias coisas:

- o referido aluno é brilhante e genial, e se não completou os anos anteriores foi por serem demasiado fáceis (dada a sua capacidade) ou ter tido o seu processo de avaliação embotado por aqueles menos brilhantes do que ele. Um "sobre-dotado", portanto. Logo, é abrir-lhe alas, dar-lhe equivalência, não ás cadeiras de universidade (na qual deve ser admitido imediatamente), mas os anos de escolaridade em que não aproveitou.

- as cadeiras das universidades são uma anedota, e podem ser frequentadas por qualquer ignorante, independentemente de educação prévia. Altere-se o currículo da universidade ou feche-se aquela e passe-se a atribuir diploma (bacharel, licenciatura ou mestrado, conforme os anos que se cumpram) no fim do secundário.

- o secundário tem um grau de exigência exagerado o que poderá explicar que os alunos acabem por achar mais fácil fazer cadeiras na universidade que completar os anos do liceu. Aplicar as medidas do ponto anterior.

De qualquer forma e para rematar, andar a criticar gente que, em boa verdade, anda a fazer por não perder tempo é, no mínimo, estranho.

Muito boa esta! ahaha

Anónimo disse...

mujahedim, és um parolo, pá. Aprende com o Doutor Joaquim, que é um cosmopolita, um homme du monde.

Ljubljana disse...

Eu diria mais,

Acabe-se em definitivo com todo o ensino pré-universitário.

Opção A - A malta passa a gozar a infância, a adolescência e a entrada da juventude em pleno, sem traumas.

Opção B - A malta passa a ingressar em tenra idade nas jotinhas pré-universitárias e depois é só escolherem o diploma Sócrates/Relvas/outros!

muja disse...

Mas eu aqui concordo com o Doutor Joaquim.

O ideal seria termos noção da taxa de sucesso dos alunos externos. Não me surpreenderia que fosse superior à dos alunos matriculados.

Que ridículo. Que vexame...

Mas ainda há quem duvide que 4ª classe do antigamente não preparava melhor que o 12º de hoje. E que a geração de hoje "é a mais bem preparada de sempre"!

Ahaha essa é de estalo. Não dizem é para quê, que está preparada...

Lionheart disse...

Desde que as universidades mantenham o grau de exigência, não me assusta que quem não tem o 12º ano possa entrar na universidade. Mas se o critério for abastardado por causa disto, é PÉSSIMO.

Há universidades de ensino à distância no estrangeiro que não impõem requisitos de entrada, só que depois o pessoal que não tem pedalada espalha-se ao cumprido, porque com ensino à distância a matéria não há professores e os cursos não são mais fácil do que com ensino presencial. Há tutores, mas esses não ensinam, apenas corrigem os trabalhos e orientam os alunos. Para quem seja um auto-didacta e uma pessoa habituada a ler e a estudar, não tem problema. Quem acha que por ter muito tempo livre pode tirar um curso universitário, mas quando vê um livro grande assusta-se, mais vale dedicar-se a outra coisa desde logo. Tem tudo a ver com a "bagagem" cultural e a atitude.

Anónimo disse...

E andamos nisto.
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Eu não duvido que se possa fazer um curso universitário com a 4ª classe. A sério.
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Mas um tipo que não teve aproveitamento a disciplinas nucleares não devia ser doutor.
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Pronto, devia ir para um curso médio/tecnico como na alemanha. Um doutor é suposto ter, além das matérias que aprendeu na universiade, uma certa cultura, além de saber escrever, interpretar etc.
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Agora, facilitar a coisa desse modo, em Portugal, é uma via directa para a bandalheira. Os parolos, como eu, compreendem bem isto.
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Se eu tivesse tido essa oportunidade destas nos meus 16 aninhos, parolo que baste, nem hesitava. Deixava logo de ir às aulas e depois matriculava-me numa privada qualquer e ficava doutor.
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Eu sou assim, não sei, se calhar é defeito meu.
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Mas não, queimei as tardes, com os meus 16 aninhos a estudar para o exame. Que boa porra.... e agora vem-me com esta coisa de, afinal, já não ser necessário fazer um percurso para chegar à universidade.
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Agora, coisa bem distinta, é permitir o acesso a pessoal que por qualquer motivo saiu da escola para trabalhar e que quer regressar. A experiencia pode e deve contar, mas nunca sem avaliar se a experiencia se traduz em conhecimento atraves de exames de acesso.
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Agora democractizar pela juventude esta possibilidade é muito mau.
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Rb

Zephyrus disse...

Assim como um aluno deveria ter liberdade para completar o curso mais cedo, se assim o entendesse. E conheço pessoas que teriam condições para terminar em 4 anos um curso de 5. Mas as universidades em Portugal não permitem. Em contrapartida, um aluno que reprove deveria ter sanções. Um aluno que reprove de ano mais de uma vez deveria pagar propinas mais elevadas, assim com um aluno que reprovasse a mais de x cadeiras ao longo do curso. Os limites ao número de cadeiras a que um aluno se pode inscrever são um absurdo.

Zephyrus disse...

Quando entrei na faculdade tinha colegas já licenciados que pediram equivalências. A equivalência a Epidemiologia chegou ao fim de um ano para esses alunos. Conheço gente que andou o primeiro ano a fazer 2 cadeiras por semestre, porque conseguiram equivalência às outras. E essas pessoas queriam fazer mais cadeiras, para terminar o curso mais cedo, mas não podiam porque a faculdade não permitia então a alunos do 1.º ano a inscrição em cadeiras do 2.º! Esses licenciados, com outras regras, poderiam ter feito os 6 anos de Medicina em 4 anos. Mas não fizeram por causa das restrições estúpidas que havia, sendo que algumas ainda persistem!

Zephyrus disse...

As faculdades podem e devem disponibilizar vagas para cadeiras extra-curriculares se tiverem condições para receber esses alunos sem pôr em causa a qualidade do ensino. Os alunos por sua vez pagarão essa inscrição, penso que na UP ronda os 200 euros. Esses alunos estão a pagar e portanto têm uma motivação adicional para ter êxito. Seria aliás uma fonte de dinheiro extra para as faculdades. Certamente que haverá pessoas que não são alunos da UP a querer inscrever-se em cadeiras para melhorar o seu currículo ou serem melhores profissionais na sua área. A exigência não seria posta em causa pois os alunos externos fariam exames iguais aos exames dos alunos internos.

muja disse...

Pois claro Rb.

Mas não sei se reparou que não é só nas privadas. É nas públicas também.

E bandalheira já o é, com certeza. Senão não via alunos do 12º (que o ainda são, presumivelmente, porque não têm capacidade para obter aproveitamento) a inscreverem-se a cadeiras na universidade (o que significa que se acham capazes de obter aproveitamento nelas) e, sobretudo, a completá-las com aproveitamento, caso contrário não obteriam as tais equivalencias mais tarde!

Ora a perversão não está no facto de os alunos poderem fazer isto ou não. Está no facto de quererem e de serem bem sucedidos!
Mantenho: ou são sobre-dotados, ou as cadeiras da universidade ou as disciplinas do liceu são uma anedota. Ou ambas.

Lionheart disse...

Ricciardi, se as universidades não baixarem o grau de exigência, quem não trabalhar e não demonstrar conhecimentos não chega a ser "doutor", com ou sem 12º ano.

Agora se começarem a facilitar, porque muitos alunos são fracos e para que a taxa de desistências e reprovações baixe, então dentro de muito pouco tempo uma licenciatura valerá tanto como o 12º ano no mercado de trabalho.

Zephyrus disse...

Quando eu estava no Secundário tinha estofo para fazer IMENSAS cadeiras de faculdade. Não teria para cadeiras de Química, Física ou Engenharia da Faculdade de Ciências ou da Faculdade de Engenharia, mas tinha certamente para aquelas cadeiras em que basta decorar os diapositivos e os apontamentos/sebentas das aulas nos dias que antecedem o exame. Aliás, nas faculdades abundam os alunos que passam nos exames sem nunca pôr os pés numa teórica e a faltar a imensas práticas. Já fiz um exame que era quase IGUAL ao do ano anterior. Aí nesse caso bastaria ao aluno memorizar as respostas do exames passados. Aliás, por vezes isso acontece: gente que tem sorte, não estuda, mas como memorizou as perguntas e as respostas de exames antigos passa à cadeira. Mas também temos regentes que não repetem perguntas do ano anterior, que fazem uma análise estatística das respostas e eliminam as perguntas com um elevado índice de insucesso ou que ainda fazem exames apenas com respostas escritas ou problemas científicos. Enfim, há um pouco de tudo.

CCz disse...

Nos tempos que correm, em que os cursos tradicionais vão ter um valor cada vez mais subjectivo, sendo valorizados os CV das pessoas concretas, esta discussão está obsoleta à partida. Anything goes...

CCz disse...

Nos tempos que correm, em que os cursos tradicionais vão ter um valor cada vez mais subjectivo, sendo valorizados os CV das pessoas concretas, esta discussão está obsoleta à partida. Anything goes...

zazie disse...

Ccz: isso é válido para "literatura", mas um médico não pode andar a mostrar que é bué de bom em informática e depois não saber do ofício.

E assim por diante. Existem saberes que nada têm a ver com curricula.

zazie disse...

Haverá sempre cursos tradicionais que não se substituem por outras coisas.

zazie disse...

Há saberes cumulativos e nesses não se saltam etapas.

zazie disse...

Ah, mas já me esquecia. Para o Ccz os médicos também se podem substituir por placebos que fica mais barato ao Estado.

Zephyrus disse...

Zazie até já temos Medicina fast-food. O curso de Medicina do Algarve é uma comédia (trágica)...

zazie disse...

Acredito.

Deve ser problema meu, mas suspeito sempre dos "progressismos".

Vale a pena ler os comentários no "i".

Fernanda Viegas disse...

Por acaso vocês não sabem que há acesso direto à universidade pública, para maiores de idade, sem 12º ano, ou 9ºano etc., desde que o candidato faça um exame e tenha bom aproveitamento? Qual é então a razão do espanto? Uma coisa é dar oportunidade a quem tiver capacidade,de prosseguir os estudos, outra coisa é vender diplomas.

zazie disse...

E como é que se distingue se as universidades já andam com anos zero precisamente para angariarem gente?

Eu digo que isto depende do tipo de curso.

Há cursos que são apenas cultura geral e que se podiam trocar por auto-didatismo.

Há outros que são meras aprendizagens técnicas e o curso serve para inventar canudo e mais nada.

Mas há aqueles, como eu referi, com que não se pode brincar. E, pelos vistos sem estas facilidades já se brinca.

Portanto, o melhor era tentar perceber qual é a ideia.

Pelos vistos a Católica recusa totalmente.

zazie disse...

Inventou-se foi cursos a granel. Isso sim.

E depois sem o canudo até pode saber muito do ofício mas não conta.

Jornalismo, por exemplo, para que serve?

E cursos artísticos superiores, idem. Também não quer dizer nada.

zazie disse...

O caso de medicina é gravíssimo e o Zephyrus alertou que já há fraude mesmo sem estes "pulos".

zazie disse...

Mas acho piada a quem queira tudo fast-food.

Eu, ao menos, fiz ao contrário- sempre que mudei, comecei tudo de novo

ehehehe

E, mesmo assim, preocupo-me com a minha ignorância.

":O))))

zazie disse...

Quando podia resolver a coisa com uma língua viva- preferia 2 anos de 2 mortas

ahahahahhaha

Foi sempre assim- quanto mais demorado e complicado, mais me atraía.

E nunca na vida pedi uma equivalência. Cheguei a ter o mesmo prof duas vezes na mesma em locais diferentes.

zazie disse...

Devo ter sido dos raríssimos tugas que não passou de ano no PREC

ahahahahah

A sério.

Anónimo disse...

"Mas ainda há quem duvide que 4ª classe do antigamente não preparava melhor que o 12º de hoje"

Só tens que fazer o teste, o mujahedim. Pôe algumém que só tem a quarta classe feita há cinquenta anos a fazer um teste do actual quarto ano do primeiro ciclo.

zazie disse...

Isso não é resposta. Podem existir testes com parolices e tal não implica conhecimentos básicos.

Com a 4ª classe as pessoas sabiam ler, fazer contas; sabiam História de Portugal, geografia, geometria rudimentar; biologia do corpo humano, pelo menos. Só não sabiam línguas.

zazie disse...

E podiam fazer exame para acesso a cursos técnicos ou para continuarem o liceu.

Era assim.

Agora é melhor? sabem pelo menos isto?

zazie disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
zazie disse...

Havia exame da 4ª classe interno, mais outro para acesso ou liceu e ainda havia o da via técnico/profissional para quem queria.

Eram exames com parte escrita e oral. Para crianças.

Se hoje alguém quisesse fazer isto a uma criança era acusado de tortura.

zazie disse...

Com júri e professores que nunca tinham visto na vida.

Dava direito a queixa ao Tribunal dos Direitos Humanos, se fosse hoje

ahahahahahahha

Fernanda Viegas disse...

O Mujahedin fez um bocado a caricatura da coisa, mas não deixa de ter alguma razão no que diz.
Zazie há uma grande diferença em quem vai para uma universidade para ficar com um canudo e arranjar um bom emprego e quem vai pelo gosto de saber mais e explorar todas as potencialidades que daí possam advir. Costumo dizer que a universidade apenas nos abre caminhos, alarga horizontes.Sai-se de lá dr, eng, arqt...mas o bom profissional faz-se cá fora, na tarimba. E também é certo que depende dos cursos.

zazie disse...

Mas, para isso, tem de haver barreira de idade.

Não é um puto cábula que anda a fugir à matemática e nem o 11º conseguiu tirar que vai dar em engenheiro e depois completa o que não sabia.

Né?

zazie disse...

Isso de ir para a universidade alargar horizontes quando ainda nem emprego se conseguiu nem os milionários querem.

Existe mas é para os reformados e velhotes se entreterem.

":O)))))

O que está errado é o peso que se dá ao canudo. Até um fotógrafo tem de ser doutor.
Basta ir ao portal de uma dessas universidades e ver a quantidade de nomes de cursos que já inventaram.

Coisas completamente inúteis. Muitos são uma disciplina de outro que é o tronco desse saber.

Eu sei lá. As do Estado andam à rasca com a treta do não pagamos e agora vendem mestrados imbecis a analfabetos.

As privadas vendem tudo. Se for preciso até começam por ser mestres ou pós-graduados, antes de terem o 12º

zazie disse...

Há enfermeiros que já são doutores em sociologia

ahahahahah

zazie disse...

Então com o desemprego que por aí anda, alguém ia acreditar que iam alargar horizontes para a faculdade, aos 17 e 18, quando nem queriam estudar.

zazie disse...

Mas, repito, tudo depende do saber.

e há, de facto, pessoas com "vidas alternativas".

Mas esses, geralmente são artistas. Conheço um que é licenciado em engenharia informática e durante o ano aprende artes e nas férias vai para as "vindimas" para África.
Vai trabalhar em empresas, como engenheiro informático. O que ganha nas férias dá para ser artista o resto do tempo.

zazie disse...

Para "aprender a ser artista".

Assim é que é. Ainda é dos que entende que é preciso muito tempo para se aprender a fazer bem alguma coisa.

É uma pessoa com uma vida fascinante. E é bem novo.

Fernanda Viegas disse...

Pois claro. Mas existe a escolaridade obrigatória e agora parece que vai até ao 9º ou mesmo 12º, não sei ao certo.

zazie disse...

É verdade!

Já nos esquecíamos que eles vão conseguir ser licenciados sem a escolaridade mínima obrigatória!

AHAHAHAHAHAHHA

zazie disse...

Vai passar a ser 12º!

ahahahahahaha

O mundo está mesmo às avessas.

Fernanda Viegas disse...

Agora é que a escola vai passar a ser um verdadeiro pesadelo!Há-de haver professores a atirarem-se pelas janelas...e a serem atirados!

Anónimo disse...

Zazie, eu sei como eram esses exames da quarta classe com juris que nunca tinva visto na vida. A menina quer que lhe conte como é que foi o meu examezinho? Qual era o conteúdo e quais foram as perguntas do juri? Se eu dissesse agora ao meu neto, ele ia-se rir com a extrema complexidade da coisa. Aliás, qualquer puto na quarta classe de agora ia achar uma delicia. "menino, qual é a cidade museu de Portugal"? Era isso a geografia, com mais uns pozinhos. Mas chega de paleio. Mantenho o desafio. Coloquem alguém que fez o exame da quarta classe há quarenta ou cinquenta anos e fazer um teste do quarto ano actual. Ficariamos a saber o conhecimento básico de um e outro. Digamos um teste de matemática. (não o colocaria a fazer um teste do 10º ou 12º porque seria um absurdo completo. Só da cabeça do mujahedim).
A grande maioria das pessoas que conheço que só têm a quarta classe feita nesses tempos mal sabe escrever. Nem digo que não têm a mínima criatividade e que não se sabem exprimir decentemente, seja oralmente, seja na escrita. Falo simplesmnete das funções mais básicas da lingua, a gramática. E quanto a matemática, é o mais básico dos básicos. O meu neto, com oito anos, que nem é um aluno excepcional, consegue fazer operações mais complexas.

Anónimo disse...

Já agora, não sei se sabem, antigamente havia os exames da terceira classe. Quem queria tirar carta de motorista, por exemplo, apenas precisava de tirar o exame da terceira classe. Foi isso que fez o meu Pai. Não tinha dificuldade nenhuma, era do mais primário que havia. Quem dera agora aos miúdos ter os eneunciados dos exames desse tempo. Eu tenho a impressão que vocês são demasiado novos para saberem isto, mas se erro, peço desculpa.

Zephyrus disse...

Em Medicina fiquei com a noção que um número preocupante de alunos estava lá por «obrigação». Eram bons alunos e tiveram principalmente a pressão da família. Alguém disse há dias que em Portugal não há produtividade porque quase ninguém faz o que gosta. E pelo que vi na vida tem razão.

Quanto ao curso de Medicina no Algarve é uma fantochada mal contada. Pelo menos no primeiro ano o acesso funcionava assim. Poderiam ingressar os alunos licenciados com média de curso igual ou superior a 14. Tudo bem. Só que eram aceites alunos sem licenciaturas na área da Saúde, como geólogos ou engenheiros civis. Havia ainda entrevista e um estágio para avaliar a «motivação». O curso funcionaria com análises de casos clínicos e estágios ao longo dos 4 anos.

Ora como é que alguém pode ser médico se nunca estudou Anatomia, Fisiologia, Biopatologia, Epidemiologia, Histologia, Genética Médica, Anatomia Clínica, Farmacologia ou Neurologia? Se nunca pegou num Gray's Anatomy, num Moore ou num Harrison?

Eu não sei, mas no Algarve estão convencidos que é possível.

Isto é a importação de um modelo que existe nos EUA ou no Canadá. Sucede que lá fora apenas são aceites no segundo ciclo, o ciclo clínico, alunos que tenham sido aprovados a uma série de disciplinas num primeiro ciclo. Mas cá no Algarve ninguém exige isso. E ainda dizem que aquilo foi avaliado e tal. Bem se for como as avaliações da viabilidade financeira das PPP's estamos conversados. Ainda me recordo de ver José Sócrates na TV a inaugurar aquele curso à pressa em vésperas de municipais, numa câmara onde o PS concorria com Macário Correia. O filho de Apolinário, então presidente de Faro pelo PS, era qualquer coisa na associação académica da Universidade do Algarve. Estão a ver o filme? Já quando o Santana se candidatou contra Sócrates a faculdade de Medicina foi promessa eleitoral do PSD, depois de um abaixo-assinado promovido pela JSD algarvia. Um curso feito, portanto, para agradar a interesses partidários. Mais uma vez, o país a ser destruído pelos partidos políticos.

E isto não é ser corporativista. Mas num país pequeno como o nosso não é viável haver tantos cursos de Medicina. Uma vez que a formação é paga pelos contribuintes, não cabe na cabeça de ninguém andar a formar centenas de médicos para o desemprego. Como se formam aliás advogados, enfermeiros, médicos dentistas ou professores. Sou favorável a que haja um ligeiro desemprego para não haver abusos, mas cursos com mais de 5 ou 10% de desempregados 5 anos após a conclusão deveriam ser encerrados.

Mas a banha de cobra interessa, pois muitos destes professores universitários estão ligados a máquinas partidárias e nem têm competência para leccionar. Mais alunos, mais faculdades e mais escolas superiores significam mais tachos para muita gente que num mercado de trabalho competitivo não passariam de empregados de mesa.

Há uns anos abriram uma porcaria chamada ciclo básico de Medicina, um nos Açores e outro na Madeira. Os alunos fazem lá dois anos e o resto em Coimbra e em Lisboa. Pois sabem que iam professores e assistentes de Coimbra aos Açores ao fim-de-semana leccionar? E quem pagava? Sabem quem pagava? Os contribuintes, claro! Avião e alojamento pago, todos os fins-de-semana! E não há só ciclos básicos de Medicina, também há para outros cursos. Aliás estas regalias para os alunos das ilhas sempre me fizeram confusão. Um aluno de Martinlongo ou de Almeida está mais isolado que um aluno de Ponta Delgada ou do Funchal! Por que motivo existem vagas especias em todos os cursos para os alunos das regiões autónomas?

Bem mas destas coisas a comunicação social não fala! Nem vejo os bloggers mencionarem estes problemas!

zazie disse...

Isso é assustador, Zephyrus.

zazie disse...

Aquela ali atr´+as não percebeu corno do que interessava.

Mas diz ele que conhece pessoas que só têm a 4ª classe e não se sabem exprimir bem nem ler correctamente.

Pois eu já dei com muitos que chegam ao 12º e nem conseguem ler, quanto mais entender o que está escrito.

zazie disse...

E 12ª foi por favor. Basta ouvir o noticiário ou ler o que muitos jornalista escrevem.

zazie disse...

Quanto à matemática, também já conheci alunos no 1º ano universitário de Matemática/Física Teórica que não sabiam fazer uma percentagem.

E dizem que em Inglaterra o descalabro é igual.

zazie disse...

Claro que estas coisas não se entendem comparando "exames".

Mas o melro quer fazer passar qualquer outra ideia que nada tem a ver com o que foi escrito.

zazie disse...

Está aqui um texto do José que merece a pena:

http://portadaloja.blogspot.pt/2012/04/o-abismo-dos-sociologos-esquecidos.html

CCz disse...

Zazie, a cena dos placebos é impressionante. Se uma cirurgia placebo resulta... dá que pensar.

zazie disse...

ehehehe


":OP

CCz disse...

Zazie:

Aqui está um tema bom para estudar numa universidade:

http://news.yahoo.com/blogs/sideshow/university-professor-study-life-death-231726553.html

zazie disse...

eheh

Completamente marados. A seguir ao 25 de Abril também apareceram uns maluquitos que queriam estudos "para-anormais" em Filosofia

":O)))

O único interesse que encontro é estudar os ritos e simbologias dos povos primitivos.
.......

É verdade: o Ccz tinha razão acerca dos profs em excesso à conta de disciplinas idiotas e horários zero. Eu é que estava a leste disso.

Beijoca.