04 agosto 2012

a Igreja não é um lobby

Leitores do Económico votaram na Igreja como o lobby mais poderoso em Portugal. Banca e Advogados fecham pódio.

Um lobby é um grupo organizado para a defesa de interesses particulares. A Igreja Católica não é um lobby porque não se constituiu para esse efeito. A Igreja Católica oferece uma visão global do mundo que se destina a todos, e não a um grupo qualquer de pessoas, pelo que chamar-lhe lobby é patético.
Do mesmo modo, também os partidos políticos não podem ser considerados lobbies. Nem sequer os famosos "think tanks".
Em Portugal, o lobby mais activo tem sido o dos proprietários das farmácias, através da ANF. Cá está, "um grupo organizado para a defesa de interesses particulares".
Não sei porque é que o DE procurou insultar a Igreja Católica, chamando-lhe lobby. A única razão que me ocorre é que será por pressão de alguns lobbies. Ou isso ou miopia intelectual.

27 comentários:

Anónimo disse...

Joachim, nao vejo que problema possa existir em classificar a IC como grupo de pressao.
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Os interesses deste grupo sao claros como a agua: espalhar os valores de Cristo. Para os Hindus ou para os Judeus isto talvez nao tenha imporancia....

Para o fazer precisam de fazer lobbying junto dos poderes. A Igreja é uma instituicao humana q precisa de ter meios para se sustentar, naturalmente. E lutam por isencoes fiscais, por apoios etc. Nao vejo qualquer problema nisso.
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A unica diferenca que a IC tem relativamente à IURD centra-se apenas nas intencoes. A intencao ultima da IC nao é fazer lobbying para enriquecer os padres ou a hierarquia, mas sim para dotar a instituicao de suficiente riqueza que lhe permita fazer Obras.
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A intencao da iURD é simplesmente enriqucer os seus padres. Os segundos, da IURD, usam a táctica do logro para atingir os seus fins.
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Portanto, porqe temer as palavras. Sim usamos o lobbying, e depois? Pressionamos, influenciamos, denunciamos, so what?
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As nossas intencoes sao boas e servem bons propositos.
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Rb

lusitânea disse...

A maçonaria é a nova religião...e em vez de papas tem capos...

zazie disse...

O que é que a IURD tem a ver com a Igreja Católica?

Nada. O Joaquim tem absoluta razão.

zazie disse...

A Igreja Católica tem a Concordata. Portanto, nem precisa de lutar por nada que não esteja já acordado com o Estado.

Anónimo disse...

Hola Zazie,

É a segunda vez que me dá razão num curto espaço de tempo (1ª Matttoso).
Estou no céu :-), a pregar às noviças ahahah

zazie disse...

ehehe
Mas olhe que já fiz acrescentos em relação ao Mattoso.

Ele tem passagens completamente certeiras. Só diz disparate quando vai para a ideologia.

Anónimo disse...

O verdadeiro e gigantesto lobby de Portugal é a maçonaria!

A maçonaria tomou de assalto o pasquim que promoveu esta tentativa de ataque aos católicos: o director e outros membros da direcção são reconhecidos membros de «lojas» jacobinas. Nem sequer imaginam a acção dos católicos no sentido de mitigar os danos de 37 anos de desvario financeiro causados pelos lobbies que destruem as finanças públicas e sugam o trabalho do povo via impostos: políticos, funcionários públicos em geral, grandes empresas monopolistas e empresas que vivem do orçamento.

Caro Joaquim: a situação das farmácias é dramática. Todos o sabem, incluindo o sindicato dos farmacêuticos que aceitou uma redução salarial (única na história!) dos colaboradores das farmácias em 10%.

Vivendi disse...

A maçonaria é o pior lobby em Portugal.

zémanel disse...

O primeiro lobby que me ocorreu quando vi a sondagem foi o lobby da construção civil, que nem sequer era uma das hipóteses de voto. Também não percebo...

Anónimo disse...

Zazie, a palavra Lobby é apenas uma palavra. O Joachim dá-lhe, neste caso, uma conotação negativa.
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Ora, a Igreja é um exemplo vivo, pela história afora, de uma instituição que sempre exerceu influencia junto dos poderes politicos.
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Agora que se fala em privatizar a RTP, lembrei-me da TVI e de como nasceu...
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Mas enfim, discutir palavras é aborrecido, o ponto é simples: a Igreja é um grupo de alta-pressão, como não deve haver outro igual. A sua influencia vai desde o paraco da aldeia até ao cardeal. E esta é, aliás, a razão do seu sucesso.
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Já teve mais influência junto do poder politico, é certo. Não apenas influnciava, como tambem nomeava o poder; era uma espécie de conservatoria aonde se legitimava um país ou não, qual ONU.
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Hoje já não o faz, porque o poder da escolha passou para as urnas. No entanto continua, e bem, a influenciar os sentidos de voto, bem como as politicas dos governos naquilo que acha por bem defender.
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Pede reuniões com o poder para discutir assuntos do seu interesse (que pode ser o interesse das pessoas) e tem obtido atenções por parte do poder. As aulas de religiao e moral, as isenções fiscais, o aluguer dos edificios dos hospitais publicos, a licenca da TVI, etc
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Paar quem quiser ir mais longe, pode estudar as práticas de outra vertente da Igreja, a Opus Dei e verá quão influente é a Igreja até nos dominios economico-finacneiros. O BCP foi um caso paradigmatico disto, atraves de Jardim Gonçalves. Uma luta travada entre dois grupos de pressão incriveis -a Maçonaria e a Opus Dei. Esta ultima saiu derrotada no BCP, quando o PS consegui infiltar-se no conselho de administração.
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Rb

zazie disse...

A Igreja tem a Concordata.

A Opus Dei não é o Vaticano.

zazie disse...

V.s dizem coisas completamente maradas.

Pois se Portugal nasceu à sombra da Igreja. Muito antes de haver poder político já existiam mosteiros em torno dos quais se foi desenvolvendo uma cultura específica.

A que propósito é que tinha agora de ser o Estado laico- uma invenção com pouco mais de um século, a vir agora queixar-se de "pressões" dos guardiões da identidade nacional?

zazie disse...

No máximo, eles reivindicam um niquinho do que foram espoliados.

zazie disse...

Esta dos guardiões da identidade nacional foi mesmo assim- para arrumar a questão.

Se dissesse isto no 5 Dias ou no Jugular tinha participação à Linha da Denúncia.


ehehe

AD disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
AD disse...

Partilho o que já havia partilhado aquando a leitura da "notícia".
"A palavra existe na gramática portuguesa desde 2002. Segundo a grafia portuguesa: lóbi. Depois, a notícia vem comprovar os níveis de literacia com que nos deparamos, tanto na sociedade civil, como nos media. Lóbi é uma técnica de comunicação que visa exercer pressão, direta ou indiretamente, sobre os poderes públicos (legislativo e executivo), na defesa dos interesses de uma empresa, instituição, sector de atividade, região ou país, no plano legislativo (Leis). Pessoalmente, não me parece que a Igreja tenha assim tanto poder no plano legislativo. Fica a recomendação: esclarecer primeiro a sociedade, depois pedir-lhe opinião."

zazie disse...

O Lobby é sempre uma actividade ilegal e anti-democrática.

Por isso é que eu respondi, de forma lacónica, dizendo que a Igreja Católica já tem a Concordata.

Os privilégios de universidade católica ou tvi vêm daí- da Concordata que é legal. Não há aqui nada escondido como na maçonaria.

zazie disse...

Um neologismo escreve-se como bem se entende. Não tem regras.

Anónimo disse...

Ah bom, atribuindo à palavra lobby uma conotação negativa então teremos de separar as águas...
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Mas olha, independentemente da interpretação da palavra, há uma coisa clara: Se uma instituição não lutar pelos seus interesses quem o fará por ela?
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A concordata nem se pode classificar como sendo fruto de um lobby, uma vez que resulta de acordos entre dois estados; no entanto um dos estados tem no outro uma representação não apenas dipllomática;
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A Igreja tem o DEVER de "lutar" pelos seus ideiais; e influenciar as leis que choquem com os valores de Cristo (aborto etc); e fazer mover montanhas para denunciar iniquidades do poder (urss)etc. Eu espero isso da Igreja.
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Porquê?
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Porque as intenções da Igreja não são separadas dos interesses das pessoas. A Igreja não pretende beneficiar dessa pressão, senão na medida em resulte na restauração dos valores de Cristo.
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Rb

Anónimo disse...

Mas, Zazie, tu sabes bem, principalmente durante a 2ª geurra mundial, e mais tarde durante o comunismo sovietico, o quão influente foi a Igreja junto dos poderes.
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Não podemos dizer que não o fazem. É mentira. Se não o fizessem eu ficaria desapontado. Mas eu sei; tenho a certeza, de que aonde houver iniquidade terei sempre uma I. Católica a denunciar e combater.
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Rb

zazie disse...

Mas alguma vez a palavra lobby teve conotação positiva?

Tu dizes cada uma.

A Igreja Católica tem a Pastoral. Isto nada tem a ver com lobbies. Influencia moralmente- não faz ciganice.

Peliteiro disse...

«Em Portugal, o lobby mais activo tem sido o dos proprietários das farmácias, através da ANF. Cá está, "um grupo organizado para a defesa de interesses particulares"

Não concordo! Para mim tem sido o dos médicos através dos seus sindicatos, incluindo o da ordem dos médicos...
;)

Zephyrus disse...

Lobby por lobby, prefiro que as farmácias estejam nas mãos de uns milhares de famílias de farmacêuticos! A alternativa será o controlo por uma dúzia de grandes empresários. Se suceder o mesmo que tem sucedido na saúde, lá se irá a qualidade. Se é para abrir um pouco, mexa-se no número de farmácias por habitante, mas o nosso até é dos mais elevados no contexto europeu. Não é por aí. E o dinheiro desses grandes empresário estará melhor aplicado na indústria... em vez de estar em supermercados, clínicas médicas, hospitais privados, farmácias, escolas...

Zephyrus disse...

Os valores da Maçonaria não são os valores do GOL nem dos seus associados. Esta Maçonaria foi corrompida e portanto já não interessa ao país.

bomsenso disse...

Como o mundo teria sido e seria agora muito melhor sem instituições religiosas

zazie disse...

Temos a prova disso na Revolução Francesa, Russa, Chinesa e no Pol Pot.

Tens mesmo razão. Como teria sido melhor que todos os grandes massacres da história fossem laicos.

Vivendi disse...

Bem respondido Zazie!!!

Minha nossa! É impressionante como a lavagem cerebral se encontra na mente de algumas pessoas.

Presunção e água benta cada qual toma a que quer, já diz o ditado...