26 julho 2012

ó Álvaro

Governo cria lista negra para quem não paga contas da luz e gás

Os portugueses que devem mais de 75 euros de electricidade ou gás vão passar a ter o nome numa ‘lista negra’ a ser criada pelo Governo.

Comentário: Patético, governo protege os fortes contra os fracos.

45 comentários:

Anónimo disse...

Acho mal para os particulares, mas acho bem que exista uma listinha negra para empresas. Vc já viu, Joachim, aquelas empresas com dividas milionárias às eléctricas nao vão poder trocar de operador com facilidade, agora q se esta finalmente a abrir o sector a concorrência. Na pratica, os novos operadores aprenderam com a experiência dos operadores de telecomunicações. Aquilo é q foi um regabofe. Criavam-se dividas numa e abria-se novas contas/números na outra.
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Rb

Pedro Sá disse...

Se existe para as telecomunicações não vejo razão nenhuma para não existir aqui.

zazie disse...

Completamente.

Se há coisa besta e gigantesca mentira é esta pseudo-liberalização.

Eu até já defendo que devia era ter sido tudo nacionalizado.

A sério. Isto é um saque. E prova que o mercado é mentira quando a concorrência nem existe e se trata apenas de uma combinação entre meia dúzia da saqueadores. A ERCE está a aumentar os preços par aos colocar numa fasquia de tal modo alta que depois qualquer um que prometer menos uns tostões até parece que está a fazer provar as leis da oferta e da procura.

Não leis de oferta e procura quando o bem é escasso.

zazie disse...

E lembro-me de como fui insultada pelos neotontos quando previ isto.

Foi no dia em que se tronou público o memorando da Troika.

Estava lá tudo- a recomendação para aumentarem os preços da electricidade "a níveis europeus".

Mas esperneavam e vinham com a treta que era das energias renováveis. Quando é mentira. Eles próprios dizem que está na importação.

zazie disse...

Só me enganei quanto à nacionalidade do Faísca. Troquei pela que pensava ir para a Tap.

Anónimo disse...

Hola Zazie,

A Zazie não concorda com esta medida.
É uma medida de neotontos.
Eu concordo com a Zazie.
Eu não sou neotonto.

Que alívio Zazie.

ahahahah

zazie disse...

ahahahahha

Que lindo silogismo que o Joaquim fez.

":O))))

zazie disse...

Até o morgadinho foi atrás da patranha do "abrir o sector à concorrência".

Como é possível?

Estão ceguinhos?

Então a reguladora é que manda e aumenta tudo até um patamar perfeitamente marado.

Depois vêm uns 3 ou 4, amigos e fazem o mesmo que se faz nas comunicações- lá combinam entre eles os mesmos saques, mudando apenas o nome aos pacotes.

Que falta de senso comum- isto até uma criança percebe

(Tragam-me o cérebro de uma criança de 5 anos! como diria o Grouxo)

zazie disse...

Foi isto que aconteceu com a dita "liberalização dos transportes" em Ingalterra.

No tempo da Tatcher. "Liberalizaram" as linhas de comboio e de metro, onde apenas pode haver uma linha par ao mesmo destino.

Anecdota. Agora custam fortunas.

Estas cenas em bens de primeira necessidade deviam estar nas mãos do Estado.

A sério. O resto é ciganice e mentira. E nem sequer vem para Portugal o dinheiro- é saque de estrangeiros. Não fica cá nada.

zazie disse...

Mas o Álvaro estava com esta fezada na liberalização das energias e ainda escreveu isso no blogue.

Eu comentei logo via Portadaloja. Mas estava tudo ceguinho com a "esperança".

Rais parta os esperançados da silva.

Cfe disse...

O que está mal é que a lista se restrinja a um setor. Se forem universais é muito bom para economia. Porque esse privilégio?

Há anos que o sistema financeiro tem essas listas, agora vem com essa da luz. Ahh é porque "desliga aqui e liga ali". E será que ninguem pensa as enormes confusões que há com clientes nas PMEs?

Porque não um sistema único do tipo "serasa" como o existente no Brasil? Funciona muito bem. Garanto que os profissionais do calote teriam a vida mais difícil.

Falam tanto em ajudar PMEs e fazem leis para atender grupos de grande poder...

zazie disse...

Mas eu não percebo é para que é que isto serve.

Vão para uma lista negra todas as pessoas que devem mais de 75 euros na conta da electricidade?

E isso serve para quê se eles cortam a luz a quem deve?

Que é que vão fazer com a listinha?

Se é para se poder dever sem cortarem, eu também quero ir.

Anónimo disse...

Zazie, eu acho que isto serve para que um cliente que tem um conflito com um operador não possa mudar para outro sem pagar ao primeiro.
É um abuso do camandro. Um conflito não é sequer uma dívida.

zazie disse...

Ai é? olha os gajos. E vai ver que vão fazer aquela cena de fidelidade por não sei quanto tempo para depois se pagar a dobrar em mudando.

zazie disse...

Mas isto é ridículo.

Qual é o valor dos cheques carecas que se pode passar nas calmas?

É bem superior.

sampy disse...

Ó Joaquim, é preciso perceber que as "electricideiras" nunca ficam a perder. As dívidas de uns repercutem-se sempre, SEMPRE, na factura dos outros que se esfalfam por pagar a tempo e horas.

Portanto, nesta história, como em tantas outras, os verdadeiros fracos não são os que o parecem...

Vivendi disse...

Monopólios naturais devem estar do lado das populações, nem ao serviço do estado nem ao serviço dos privados.

Quero ver quando forem mexer nas águas.

em Itália foi chumbado pela constituição a privatização.

muja disse...

Se em Itália foi chumbado, foi muito bem. Aqui também devia ser. Tudo chumbado!

Isto é mais um sintoma da negação da realidade.
Depois de tudo privatizado, agora é que o estado vai tratar de saber quem deve à EDP??
Enquanto era pública, que sa lixe. Agora - alto! - que ninguém pode ficar a dever.

Que vergonha. Que sabujice. Não só se não contentam em facilitar o saque, ainda se vão por a dar serventia aos saqueadores... É muito reles.

O que nos estará ainda reservado...

muja disse...

Isto era era uma campanha para a malta deixar toda de pagar... Havia de lhes ser mais fácil fazer a lista dos pagam do que a dos que não pagam.

Aí queria eu ver como era depois. Se iam cortar a luz a toda a gente...

zazie disse...

Pode crer. Eu já disse que a EDP é motivo q.b. para um reviralho.

":OP

Luís Lavoura disse...

Cfe falou muito bem.

As listas de maus pagadores devem existir e não se devem restringir só ao setor energético.

Nos EUA chama-se a isso o credit record de um indivíduo. É a história dos calotes que esse indivíduo já fez sobre quantias que lhe foram "emprestadas" (formal ou informalmente) por bancos, empresas emissoras de cartões de crédito, companhias de eletricidade, de telefones, etc. Qualquer empresa pode livremente ter acesso ao credit record dos cidadãos e agir em conformidade (eventualmente recusando-se a fornecer-lhe bens a crédito, recusando pagamentos por cheque, etc).

zazie disse...

As coisas que tu sabes que existem na América...

muja disse...

É, é muito lindo isso dos credit records...

O problema é que isso não é só usado para serviços a crédito. O que pressupõe o facto de toda a gente ter que, mais tarde ou mais cedo, recorrer ao crédito. E todos sabemos quanto os powers-that-be gostam do crédito. Não é menos importante para eles quanto o sangue é para um homem.

Para além do mais, se eu contrato um serviço - neste caso, o fornecimento de energia - e quebro o estipulado nesse mesmo contrato, a prestação só tem que cessar. Se houverem em falta contribuições contratuadas, existem tribunais e acções de execução para isso mesmo. Mas, têm que valer para ambas as partes.

Se essa lista vai existir, então só é justo que haja um registo público e publicamente mantido de todas as quebras de contracto da parte dos (supostos) múltiplos operadores de fornecimento de energia. Toda e qualquer interrupção do fornecimento, seja porque motivo for - excepto quebra de contracto - deve ser registada e divulgada publicamente.

Mas este tipo de coisas já não acede às mentes iluminadas dos miseráveis protectores de colossos. Palavra de honra, há gente que acho que só vai ser feliz quando puder dizer que a sua nacionalidade é Exxon, GM ou EDP...

Aliás, quem diz fornecedores de energia diz todas as empresas. Porque é que o estado há-de proteger as empresas em detrimento dos cidadãos? Porque é que não há um service record público das empresas, que registe a conduta das empresas e que tenha, inclusive, peso legal em disputas envolvendo cidadãos e empresas?

Anónimo disse...

Mas ó Zazie eu nao disse q havia concorrência. Existirá, quando muito, uma evolução para um oligopólio aonde a concertacao de preços ainda resulta num perigo maior.
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Num pais como Portugal é impossível haver concorrência a serio. Nao tem dimensão. Haverá sempre o que já existe nos combustíveis. Um acordo de preços entre os operadores. Assim, nao faz sentido liberalizar os preços, porque serão concertados.
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Os preços, neste tipo de actividades aonde nao pode haver concorrência eficaz, devem ser regulados e bem regulados, de acordo com os lucros das empresas versus poder de compra dos consumidores.
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O resto é conversa de liberal que pensa que Portugal tem a dimensão da América.
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Rb

zazie disse...

Pois, portanto, isto é protecção a monopólios estrangeiros.

Cfe disse...

Uma coisa é listar quem deve e impedir os saltinhos, outra é cortar a luz. É perfeitamente possível impedir o corte imediato no inverno ou instituir um mecanismo que defenda quem fique com a corda na garganta.

Ainda que a EDP fosse nacionalizada teria de haver um mecanismo que defenda a exploração comercial e viabilidade financeira do operador, separado do tratamento de casos extremos de pessoas carentes.

O que não pode haver é facilitismos aos grandes , como é o caso.

E a listagem devedores é uma ferramenta muito útil e objetiva para a economia, não só para evitar a exposição ao caso concreto mas para prognósticos. Se houvesse em Portugal sistema semelhante eu duvido que acontecesse a bandalheira que houve. Por ser utilizada em larga escala no Brasil, evitou esse ano uma explosão de inadimplência na economia brasileira. Porque? Porque ninguem quer ficar com o nome sujo e ser excluído do sistema.

http://www2.uol.com.br/canalexecutivo/notas121/130720121.htm

http://www.radiosolar.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=22898:inadimplencia-diminui-apesar-do-aumento-das-dividas-ouca&catid=5:noticias&Itemid=31

muja disse...

Bem dizia o outro que preferia um país pobre mas livre, do que colonizado por capitais americanos.

Bem não, acabamos pobres e colonizados por capitais de todo o lado... Ora, estando pobres e colonizados, não vejo aonde pára a liberdade...

muja disse...

Mas o Brasil é comparável a Portugal desde quando?

Portugal tem pouca gente. Quem paga e não paga corre bem mais depressa nas bocas de quem tem a receber do que qualquer processo burocrático para o inscrever numa qualquer lista.

O problema nunca foi identificar os caloteiros e muito menos os calotes. Vêm solucionar um problema que não existe e, portanto, criar outro.

Mas ainda estou para saber porque não existe uma lista dessas para as empresas e empresários? Ou são só os consumidores (já nem cidadão é) que enganam e não pagam?

Cfe disse...

Eu devolvo a pergunta: Portugal é mais parecido com o Brasil ou com Alemanha?

A lista é de todos os devedores, pessoa física e jurídica.

E engana-se: como o sistema de cobranças na justiça é muito falho em Portugal, a inscrição numa lista de devedores diminuiria o risco das empresas. Se tenho uma empresa e faço determinado negócio com recebimento a 90 dias a alguem que tem uma dívida de x a uma outra empresa eu posso até considerar haver um diferendo entre as partes mas se a pessoa tem "n" dívidas então é profissional do calote e não vendo.

Cfe disse...

Sabe o que é mandar acabar um serviço na casa de um cliente e ao acabar não receber?

Pois há muito disso em Portugal.

muja disse...

E pagar e não ter o serviço bem feito? É o que há mais...

Cfe disse...

O sistema de cobranças em Portugal é, qualquer que seja a perspectiva, pré-histórico.

Em Espanha há os seguros de caucion bastante utilizados, no Brasil os boletos bancários que vão a protesto automaticamente alguns dias após o vencimento. Em Portugal não digo que não existam instrumentos financeiros mas sua utilização é escassa.

Como as dívidas são praticamente incobráveis é o salve-se quem puder. Os calotes só não são maiores porque culturalmente a generalidade dos portugueses é intrinsecamente honesta.

Cfe disse...

"E pagar e não ter o serviço bem feito? "

Sinceramente não percebo sua pergunta. O modo de negociação em Portugal pressupõe o pagamento após a conclusão, ainda que seja em tranches ou com sinalização o grosso do dinheiro é após o término. E a experiência que tenho no mercado português é de bastante exigência. A qualidade da mão de obra é boa e os trabalhos são concluídos em sua grande maioria profissionalmente. Obviamente que como em tudo há sempre a exceção mas não passa disso: por isso discordo de si na afirmação que faz.

Compare qualquer serviço de Portugal com a Espanha e Brasil e verá.

muja disse...

Está bem, está.

O que é certo é que a lista existe para quem não pague luz nem gás.

E não vejo nada que diga que é particularmente para empresas. Portanto, isto é o Estado a trabalhar para monopólios de facto.

Mas vêm Vs. defender isto porque podia ser uma boa coisa. Porque no Brasil ou nos EUA ou lá onde for, diz que é.
Ora, mesmo que pudesse ser, não é. Portanto, não há defesa possível, a não ser que seja da opinião que a EDP, coitadinha, precisa que o Estado se encarregue de perseguir os que não lhe pagam o preço que a EDP estipula. Porque ter o poder de cortar o fornecimento de energia às pessoas não é suficiente...

Mas o mais engraçado é só se terem lembrado disso agora que foi privatizada. Quando era pública, não me lembro de ver ninguém preocupado com isto...

muja disse...

Portanto, a EDP que faça como toda a gente: vá para tribunal. Não gosta? Então pode ir fazer negócio para outro lado. Para a China, por exemplo. Não é o que acontece aos outros?

Cfe disse...

Meu problema é a seletividade da medida: não reconheço primazia neste setor que se distinga dos outros. Isso é uma aberração, claramente.

Quanto a medida em si, não vejo porque não se possa listar devedores contumazes em qualquer setor. Se o preço do bem ou serviço essencial é uma aberração então tabelamos, taxamos ou liberalizamos.

E se existem dificuldades de pagamento devido a carências que possam surgir por parte de pessoas desamparadas, então apoiamos.

Mas claramente não se pode condenar a atividade comercial a partida por fazer aquilo que se espera: cobrar por aquilo que fornece.

zazie disse...

Ainda agora o José fez um post a falar do mesmo problema.

O jacobinismo que ataca toda a gente com a pancada de inventarem leis e burocratizarem tudo.

Como se tivéssemos sempre de copiar os outros e deitar fora o que é tradição.

Neste caso, a única cena que não é tradição é vender-se um bem essencial a monopólios estrangeiros.

E depois ainda se preocupam com problemas de dívidas de 75 euros.

pqp

zazie disse...

Aberração é v. conseguir blogar por pombo correio

":OP

zazie disse...

Ou sinais de fumo. Na volta também há lista negra para quem deve fósforos para comunicar.

zazie disse...

Isto previa eu, em Maio do ano passado:

http://cocanha.blogspot.pt/2011/05/os-imperios-por-gasoduto-tambem.html

zazie disse...

http://cocanha.blogspot.pt/2011/05/bem-da-nacao.html

Anónimo disse...

Nem preciso da lista para saber quem são alguns dos devedores: gente que mora em casas construídas com o dinheiro dos meus impostos, das quais não pagam - nem nunca pagaram - renda, água, gás, electricidade, esgotos, IMI, e ninguém se atreve a acabar com o regabofe. Para o cúmulo ainda recebem o rendimento de inserção...

Cfe disse...

Há que separar os assuntos. Eu também não sou a favor da privatização da água e da luz e entendo que a seletividade da medida é mais grave do que a medida em si, porque, pressupondo que o governo entende-a por correta, apenas dirige a um setor e o motivo dessa escolha tem de ser explicado.

Mas acho que isso não indica uma opinião "contra" automática.

Julgo a ideia boa, se a maioria não entender assim, muito bem: que seja.

Cfe disse...

Agora por eu referir algum exemplo de fora de Portugal e ser por isso automaticamente repreendido parece-me um pouco como o Lusitânia.

Aferrar-se num mundo que não existe como se a realidade fosse estática.

CN disse...

Qualquer empresa ou entidade deve poder publicar listas negras, em especial se tal for expresso nos contratos de adesão.

A impressão que eu tenho é que em dada altura na história a legislação perseguiu essa prática. É engraçado depois vir o Estado quase aplicar a prática.