Os bilhetes de identidade dos gregos ainda têm um item que diz qual a religião deles. É de lembrar que, quando foi da separação da Grécia da Turquia (e mais uma vez depois da 1ª guerra mundial), foram feitas limpezas étnicas de acordo com a religião. Quem era muçulmano era considerado "turco", quem era cristão ortodoxo era considerado "grego". Ou seja, a Grécia é, desde a sua origem, um país com uma religião oficial.
coitados dos Gregos...os Espanhois deviam ter sido os primeiros a cair...mas por artes mágicas dos mercados, conseguiram nos aguentar até agora...tal como o franciús...
Aliás, a Grécia está farta de perder processos no TEDH à conta de coisas como essa. E constitui a prova provada de que no Sul da Europa ter religião de Estado é incompatível com uma efectiva liberdade religiosa. Até porque em Malta acontece o mesmo ou pior.
Bem podíamos ter as fronteiras definidas há muito menos tempo. A partir do momento que a religião maioritária do único vizinho é a mesma, logo aí meter a religião maioritária na identidade seria basicamente impossível.
O que me incomoda ao ver este tipo de cerimónia não é o mofo, é mesmo o princípio de que o poder é atribuído "pela graça de Deus". Incomoda-me tal como os presidentes americanos dizerem, quando empossados, "So help me God!". Se a soberania reside no povo, como é nos regimes de democracia representativa como o nosso, com todos os seus defeitos, não faz sentido jurar sobre a Bíblia e as autoridades religiosas presidirem. E se algum ministro for ateu?
Comparar "poder atribuído pela graça de Deus" e "so help me God" é completamente absurdo. E também não me parece que os norteamericanos ficassem efectivamente chateados se alguém não dissesse essa parte.
14 comentários:
Os bilhetes de identidade dos gregos ainda têm um item que diz qual a religião deles.
É de lembrar que, quando foi da separação da Grécia da Turquia (e mais uma vez depois da 1ª guerra mundial), foram feitas limpezas étnicas de acordo com a religião. Quem era muçulmano era considerado "turco", quem era cristão ortodoxo era considerado "grego".
Ou seja, a Grécia é, desde a sua origem, um país com uma religião oficial.
coitados dos Gregos...os Espanhois deviam ter sido os primeiros a cair...mas por artes mágicas dos mercados, conseguiram nos aguentar até agora...tal como o franciús...
Pois é assim, como diz o Luís Lavoura
Aliás, a Grécia está farta de perder processos no TEDH à conta de coisas como essa. E constitui a prova provada de que no Sul da Europa ter religião de Estado é incompatível com uma efectiva liberdade religiosa. Até porque em Malta acontece o mesmo ou pior.
Bonito é falar de um lugar com as fronteiras muito antigas e delineadas como Portugal.
Vão lá dizer aos gregos, com os turcos a perna, que a sua identidade não é cristã ortodoxa.
Não há tradição sem mofo.
Bem podíamos ter as fronteiras definidas há muito menos tempo. A partir do momento que a religião maioritária do único vizinho é a mesma, logo aí meter a religião maioritária na identidade seria basicamente impossível.
Uma cerimonia bonita acima de tudo. Nem só de pão vive o homem.
O que me incomoda ao ver este tipo de cerimónia não é o mofo, é mesmo o princípio de que o poder é atribuído "pela graça de Deus". Incomoda-me tal como os presidentes americanos dizerem, quando empossados, "So help me God!". Se a soberania reside no povo, como é nos regimes de democracia representativa como o nosso, com todos os seus defeitos, não faz sentido jurar sobre a Bíblia e as autoridades religiosas presidirem. E se algum ministro for ateu?
Se for ateu militante, pode sempre jurar pelo avental e beijar o cu ao bode.
E faz sentido, tanto quanto dizer os dias da semana e o domingo dedicado ao Senhor.
Topas?
Catolicismo é História da Civilização.
Ateísmo não é história de nada. Seria um mundo de robots ou de órfãos do demo.
Mas, os da Revolução Francesa até mudaram o calendário pelo mesmo problema que tu tens.
O resultado foi lindo.
Comparar "poder atribuído pela graça de Deus" e "so help me God" é completamente absurdo. E também não me parece que os norteamericanos ficassem efectivamente chateados se alguém não dissesse essa parte.
De qualquer forma, catolicismo não é História da Civilização, nem essa nem nenhuma outra confissão religiosa.
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